terça-feira, 30 de julho de 2013

Renováveis crescem mais rápido, mas fósseis dominarão matriz até 2040*

Relatório aponta que o consumo mundial de energia aumentará 56% nas próximas três décadas e que carvão, gás e petróleo atenderão quase 80% dessa nova demanda

A Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos (EIA, na sigla em inglês) divulgou nesta quinta-feira (25) o International Energy Outlook 2013 (Panorama da Energia Mundial 2013), descrevendo como o desenvolvimento dos países emergentes justificará a maior parte do aumento no consumo de energia do planeta no futuro.

“A prosperidade da China e Índia é o principal estímulo para o crescimento da demanda global por energia. Esses dois países somados responderão por metade do crescimento do uso de energia até 2040, o que terá um efeito profundo no desenvolvimento dos mercados mundiais de energia”, afirmou Adam Sieminski, administrador da EIA.
Segundo o relatório, enquanto nos países emergentes o consumo de energia deve expandir 90% até 2040, nas nações industrializadas esse aumento deverá ser de apenas 17%. 

“Essa é uma boa notícia na realidade, pois indica o crescimento na prosperidade. A questão é: como atender a essa demanda e ainda manter a segurança energética e a preservação do meio ambiente?”, completou Sieminski.

A estimativa é de que as emissões ligadas ao setor de energia passem das 31,2 bilhões de toneladas métricas registradas em 2010 para 36,4 bilhões em 2020, chegando finalmente a mais de 45,5 bilhões em 2040.

Petróleo em Alta

A EIA projeta que o consumo de energia passará das atuais 524 quadrilhões e unidades térmicas britânicas (Btu) para 820 quadrilhões de Btu em 2040.
As fontes fósseis deverão atender 80% dessa nova demanda, sendo que, entre elas, o gás natural é a que mais deve crescer, 1,7% ao ano.

Porém, o relatório aponta que o petróleo se consolidará ainda mais como a principal fonte de energia do planeta, e registrará um aumento de 36% em sua demanda. Assim, espera-se que o preço do barril suba em longo prazo. Cotado atualmente em US$ 103, o barril deve cair um pouco no ano que vem para US$ 100, e depois subir continuamente até algo como US$ 163 em 2040.

O carvão seguirá sendo a segunda maior fonte, ainda mais porque China e Índia são grandes consumidores. No entanto, a EIA prevê que a participação desse combustível fóssil na matriz parará de crescer por volta de 2025 e cairá a partir daí, devido à implementação de políticas ambientais e climáticas. 

O relatório destaca que as fontes renováveis estão ocupando um espaço cada vez maior e que são as que mais rapidamente crescem, 2,5% ao ano.

A hidroeletricidade e a eólica devem responder por 80% do aumento projetado na geração de renováveis nas próximas três décadas. Serão 5,4 trilhões de quilowatts-hora acrescentados à matriz mundial, dos quais 52% devem vir de hidroelétricas e 28%, de projetos eólicos.

O Brasil aparece com destaque no relatório quando a questão é biocombustíveis. De acordo com a EIA, Brasil e Estados Unidos serão responsáveis por mais da metade da oferta de biocombustíveis até 2040.

*Autor: Fabiano Ávila   -   Fonte: Instituto CarbonoBrasil 

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