As editoras brasileiras venderam ao
mercado 279,66 milhões de livros, em 2013, representando um aumento de 4,13% em
relação aos 268,56 milhões de exemplares de 2012. Já as vendas de exemplares ao
governo tiveram crescimento de 20,41%. Em 2013, foram 200,30 milhões de
exemplares ante 166,35 milhões em 2012
Os
dados são relativos à Pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro,
da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo
(FIPE/USP), sob encomenda da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e do Sindicato
dos Editores de Livros (SNEL). O levantamento abrange os segmentos básicos do
setor do livro: o mercado (editoras, livrarias e outros pontos de venda) e o
governo (que compra das editoras por meio de programas, como o Plano Nacional
do Livro Didático - PNLD).
Quanto
ao faturamento, o crescimento nominal do setor editorial brasileiro,
considerando mercado e governo, em, 2013, foi de 7,52%, com R$ 5,35 bilhões.
Esse percentual significa um crescimento real de 1,52%, considerada a variação
de 5,91% do IPCA em 2013.
Entretanto, desconsideradas as compras feitas pelo
governo, o crescimento nominal foi de
5,90%. Ou seja, considerada a variação do
IPCA de 5,91%, as vendas ao mercado não sofreram alterações positivas ou
negativas, dado que o crescimento real foi de 0%.
Outra
constatação da pesquisa é a de que o preço médio constante do livro ao mercado
apresentou queda de 4,%, considerada a variação do IPCA de 5,91%. Porém, o preço médio corrente do livro
cresceu 1,70% em 2013, em relação ao ano anterior. O subsetor que apresentou
maior elevação dos preços foi o de Religiosos (14,60%), seguido do Científicos,
Técnicos e Profissionais – CTP (8,74%) e Didáticos (4,70%). O subsetor Obras
Gerais apresentou queda de 2,94%.
A
venda de e-books aumentou 225,13 % de 2012 para 2013, contudo, ainda representa
uma parcela muito pequena do faturamento total do setor.
Para
a presidente da CBL, Karine Pansa, a realização anual da pesquisa Produção e
Vendas do Setor Editorial Brasileiro é fundamental para a compreensão do
mercado, seu aperfeiçoamento e desenvolvimento. “Com os dados levantados, é
possível visualizar as tendências, dimensionar melhor a produção e trabalhar de
modo mais eficaz para cumprir a meta prioritária de disseminar a leitura e
ampliar o acesso ao livro no País. Outro fator importante da pesquisa deste ano
foi o grau de sucesso alcançado no número de respostas emparelhadas, permitindo
alto grau de confiabilidade ao comportamento do mercado”, destaca a presidente
da CBL.
“A
comparação entre o desempenho do setor editorial, a cada ano, permite analisar
tendências e resultados. É importante conseguirmos enxergar qual dos segmentos
está obtendo melhores resultados, qual o canal de distribuição está crescendo,
qual a área temática está com tendência de crescimento ou de queda”, comenta
Sônia Jardim, presidente do SNEL.
Livrarias
lideram os canais de vendas do mercado editorial, segundo a Pesquisa Fipe 2013
As
Livrarias são o principal canal de comercialização do setor editorial no
Brasil. Em 2013, a sua participação no número de exemplares vendidos foi de
50,59%. Em 2012 foi de 47,42%. Este aumento também verificou-se no número de exemplares
vendidos nas livrarias. Em 2013, elas comercializaram 141,47 milhões de obras
literárias ante 127,35 milhões em 2012.
Já o
segundo maior canal de vendas de livros são os distribuidores, ocupando 20,50%
do mercado, com 57,33 milhões de exemplares. Esta participação caiu em relação
a 2012, quando os distribuidores representavam 26,25% dos canais de vendas, com
70,49 milhões de exemplares vendidos.
O
setor Porta a Porta e Catálogo manteve-se na terceira posição do canal de
vendas em 2013, em comparação a 2012, com elevação de sua participação. Em
2013, o percentual foi de 8,74% ante 8,03, em 2012. Em números de exemplares, o
desempenho foi o seguinte: no ano de 2013, o Porta a Porta e Catálogo
comercializou 24,44 milhões de exemplares e, em 2012, 21,55 milhões.
Na
sequência, vem o segmento Igrejas e Templos, que também aumentou sua
participação como canal de vendas. Em 2012, era responsável por 3,07%, com 8,25
milhões de exemplares vendidos. Já no ano passado, este canal representou
3,25%, com 9,09 milhões de exemplares vendidos.
Os
supermercados também apresentaram elevação. Em 2013, a participação deste canal
foi de 3,06% e, em 2012, de 2,80%. As Bancas de Jornal apresentaram queda em
sua participação como canal de venda: em 2012, era de 2,13%, ante 2,06%, em
2013. Abaixo desses canais estão Escolas e Colégios, que apresentaram elevação
com relação ao ano anterior. Em 2013, a participação foi de 1,89%, ao passo que
em 2012, de 1,25%. Outros canais de comercialização também aparecem na
pesquisa, abaixo dos acima citados. São eles: Exportações, Internet (venda
realizada pelo site da editora), Marketing Direto (mala direta, clube do livro,
correios), Empresas, Bibliotecas Privadas, Venda conjunta com Jornais, Vendas
Promocionais e outros.
Obras gerais foi o subsetor que teve
melhor desempenho no mercado em 2013, segundo a Pesquisa FIPE
O
subsetor Obras Gerais apresentou o melhor desempenho no número de exemplares
vendidos ao mercado em 2013, com aumento de 11,68% com relação a 2012. Foram vendidos
121,67 milhões de exemplares em 2013, ante 108,95 milhões no ano anterior.
Este
desempenho do subsetor de Obras Gerais ainda é maior, considerando, também, as
vendas ao governo. Em 2013, houve um aumento de 112,84%, com 28,187 milhões de
exemplares. Em 2012, o subsetor vendeu 13,24 milhões de exemplares. Em seguida,
vem o subsetor Religiosos, que elevou as vendas de exemplares ao mercado, no
ano de 2013, em 2,18%, com 72,50 milhões de exemplares vendidos. Mas as vendas
ao governo caíram 40,96%.
Em terceiro
lugar, quando os dados referem-se ao mercado, aparece o subsetor Científicos,
Técnicos e Profissionais (CTP) que apresentou queda de 3,14%, na comparação
entre 2013 e 2012. Foram 33,68 milhões de exemplares vendidos em 2013 contra
34,77 milhões em 2012. Em compensação, nas vendas ao governo, o subsetor
apresentou o maior desempenho, com 154,01% de aumento. Em 2013, o governo
comprou 1,72 milhão de exemplares e, em 2012, 0,67 milhão.
O
menor desempenho com relação às vendas ao mercado foi do subsetor Didáticos.
Houve queda de 3,86% em 2013. Naquele ano, foram vendidos 51,79 milhões de
exemplares e, no ano anterior, este número chegou a 53,88 milhões. Mas o
subsetor apresentou elevação do número de exemplares vendidos ao governo, em
2103. O percentual foi 12,59% superior a 2012, com 169,04 milhões de
exemplares. Em 2012, foram vendidos ao governo 150,14 milhões de exemplares.
A
pesquisa Fipe ainda apontou que houve crescimento da produção de títulos pelas
editoras. O aumento foi da ordem de 8,29%. Em 2013, foram produzidos 62,23 mil
títulos, ante 57,47 mil em 2012. Curiosamente, o número de exemplares
produzidos teve queda de 3,59%. Em 2013, foram impressos 467,83 milhões de
livros e em 2012, o número foi de 485,26 milhões.
Este cenário demonstra a preocupação
das editoras em oferecer uma gama mais diversificada de títulos, atendendo à
demanda do mercado, ao mesmo tempo que otimizam recursos com a impressão de
tiragens menores.
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