quinta-feira, 24 de julho de 2014

Mercado Editorial: Vendas de exemplares crescem e cai o preço médio constante do livro em 2013


As editoras brasileiras venderam ao mercado 279,66 milhões de livros, em 2013, representando um aumento de 4,13% em relação aos 268,56 milhões de exemplares de 2012. Já as vendas de exemplares ao governo tiveram crescimento de 20,41%. Em 2013, foram 200,30 milhões de exemplares ante 166,35 milhões em 2012

Os dados são relativos à Pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo (FIPE/USP), sob encomenda da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e do Sindicato dos Editores de Livros (SNEL). O levantamento abrange os segmentos básicos do setor do livro: o mercado (editoras, livrarias e outros pontos de venda) e o governo (que compra das editoras por meio de programas, como o Plano Nacional do Livro Didático - PNLD).

Quanto ao faturamento, o crescimento nominal do setor editorial brasileiro, considerando mercado e governo, em, 2013, foi de 7,52%, com R$ 5,35 bilhões. Esse percentual significa um crescimento real de 1,52%, considerada a variação de 5,91% do IPCA em 2013. 

Entretanto, desconsideradas as compras feitas pelo governo, o crescimento nominal foi de 
5,90%. Ou seja, considerada a variação do IPCA de 5,91%, as vendas ao mercado não sofreram alterações positivas ou negativas, dado que o crescimento real foi de 0%.

Outra constatação da pesquisa é a de que o preço médio constante do livro ao mercado apresentou queda de 4,%, considerada a variação do IPCA de 5,91%.  Porém, o preço médio corrente do livro cresceu 1,70% em 2013, em relação ao ano anterior. O subsetor que apresentou maior elevação dos preços foi o de Religiosos (14,60%), seguido do Científicos, Técnicos e Profissionais – CTP (8,74%) e Didáticos (4,70%). O subsetor Obras Gerais apresentou queda de 2,94%.

A venda de e-books aumentou 225,13 % de 2012 para 2013, contudo, ainda representa uma parcela muito pequena do faturamento total do setor.

Para a presidente da CBL, Karine Pansa, a realização anual da pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro é fundamental para a compreensão do mercado, seu aperfeiçoamento e desenvolvimento. “Com os dados levantados, é possível visualizar as tendências, dimensionar melhor a produção e trabalhar de modo mais eficaz para cumprir a meta prioritária de disseminar a leitura e ampliar o acesso ao livro no País. Outro fator importante da pesquisa deste ano foi o grau de sucesso alcançado no número de respostas emparelhadas, permitindo alto grau de confiabilidade ao comportamento do mercado”, destaca a presidente da CBL.

“A comparação entre o desempenho do setor editorial, a cada ano, permite analisar tendências e resultados. É importante conseguirmos enxergar qual dos segmentos está obtendo melhores resultados, qual o canal de distribuição está crescendo, qual a área temática está com tendência de crescimento ou de queda”, comenta Sônia Jardim, presidente do SNEL.

Livrarias lideram os canais de vendas do mercado editorial, segundo a Pesquisa Fipe 2013

As Livrarias são o principal canal de comercialização do setor editorial no Brasil. Em 2013, a sua participação no número de exemplares vendidos foi de 50,59%. Em 2012 foi de 47,42%. Este aumento também verificou-se no número de exemplares vendidos nas livrarias. Em 2013, elas comercializaram 141,47 milhões de obras literárias ante 127,35 milhões em 2012.

Já o segundo maior canal de vendas de livros são os distribuidores, ocupando 20,50% do mercado, com 57,33 milhões de exemplares. Esta participação caiu em relação a 2012, quando os distribuidores representavam 26,25% dos canais de vendas, com 70,49 milhões de exemplares vendidos.

O setor Porta a Porta e Catálogo manteve-se na terceira posição do canal de vendas em 2013, em comparação a 2012, com elevação de sua participação. Em 2013, o percentual foi de 8,74% ante 8,03, em 2012. Em números de exemplares, o desempenho foi o seguinte: no ano de 2013, o Porta a Porta e Catálogo comercializou 24,44 milhões de exemplares e, em 2012, 21,55 milhões.

Na sequência, vem o segmento Igrejas e Templos, que também aumentou sua participação como canal de vendas. Em 2012, era responsável por 3,07%, com 8,25 milhões de exemplares vendidos. Já no ano passado, este canal representou 3,25%, com 9,09 milhões de exemplares vendidos.

Os supermercados também apresentaram elevação. Em 2013, a participação deste canal foi de 3,06% e, em 2012, de 2,80%. As Bancas de Jornal apresentaram queda em sua participação como canal de venda: em 2012, era de 2,13%, ante 2,06%, em 2013. Abaixo desses canais estão Escolas e Colégios, que apresentaram elevação com relação ao ano anterior. Em 2013, a participação foi de 1,89%, ao passo que em 2012, de 1,25%. Outros canais de comercialização também aparecem na pesquisa, abaixo dos acima citados. São eles: Exportações, Internet (venda realizada pelo site da editora), Marketing Direto (mala direta, clube do livro, correios), Empresas, Bibliotecas Privadas, Venda conjunta com Jornais, Vendas Promocionais e outros.

Obras gerais foi o subsetor que teve melhor desempenho no mercado em 2013, segundo a Pesquisa FIPE

O subsetor Obras Gerais apresentou o melhor desempenho no número de exemplares vendidos ao mercado em 2013, com aumento de 11,68% com relação a 2012. Foram vendidos 121,67 milhões de exemplares em 2013, ante 108,95 milhões no ano anterior.

Este desempenho do subsetor de Obras Gerais ainda é maior, considerando, também, as vendas ao governo. Em 2013, houve um aumento de 112,84%, com 28,187 milhões de exemplares. Em 2012, o subsetor vendeu 13,24 milhões de exemplares. Em seguida, vem o subsetor Religiosos, que elevou as vendas de exemplares ao mercado, no ano de 2013, em 2,18%, com 72,50 milhões de exemplares vendidos. Mas as vendas ao governo caíram 40,96%.

Em terceiro lugar, quando os dados referem-se ao mercado, aparece o subsetor Científicos, Técnicos e Profissionais (CTP) que apresentou queda de 3,14%, na comparação entre 2013 e 2012. Foram 33,68 milhões de exemplares vendidos em 2013 contra 34,77 milhões em 2012. Em compensação, nas vendas ao governo, o subsetor apresentou o maior desempenho, com 154,01% de aumento. Em 2013, o governo comprou 1,72 milhão de exemplares e, em 2012, 0,67 milhão.

O menor desempenho com relação às vendas ao mercado foi do subsetor Didáticos. Houve queda de 3,86% em 2013. Naquele ano, foram vendidos 51,79 milhões de exemplares e, no ano anterior, este número chegou a 53,88 milhões. Mas o subsetor apresentou elevação do número de exemplares vendidos ao governo, em 2103. O percentual foi 12,59% superior a 2012, com 169,04 milhões de exemplares. Em 2012, foram vendidos ao governo 150,14 milhões de exemplares.


A pesquisa Fipe ainda apontou que houve crescimento da produção de títulos pelas editoras. O aumento foi da ordem de 8,29%. Em 2013, foram produzidos 62,23 mil títulos, ante 57,47 mil em 2012. Curiosamente, o número de exemplares produzidos teve queda de 3,59%. Em 2013, foram impressos 467,83 milhões de livros e em 2012, o número foi de 485,26 milhões. 

Este cenário demonstra a preocupação das editoras em oferecer uma gama mais diversificada de títulos, atendendo à demanda do mercado, ao mesmo tempo que otimizam recursos com a impressão de tiragens menores.

Nenhum comentário:

Postar um comentário