quarta-feira, 6 de novembro de 2013

A participação da Courier (EUA) na Digital Page (Brasil) pode mudar o jogo no mercado de livros didáticos - Por Hamilton Terni Costa, diretor da ANconsulting

  Hamilton Terni Costa, diretor da ANconsulting
                                            
Nossa visão sobre a nova oferta de impressão de livros didáticos customizados no Brasil.

Na semana passada a Courier (www.courier.com) – terceira maior gráfica de livros dos Estados Unidos – anunciou, em seu site, que está em entendimentos finais para a compra de 40% da gráfica Digital Page, situada em Guarulhos, São Paulo.

O anúncio mostra que há dois movimentos simultâneos. O primeiro é relativo à compra da participação; o segundo evidencia a parceria estabelecida com a Editora Moderna (Santillana) para a implantação do sistema Courier de customização de livros didáticos.

Essa plataforma permitirá o desenvolvimento de conteúdos específicos para escolas ou regiões.

A Courier tem um conjunto completo de soluções para a área editorial permitindo a integração de conteúdos e a sua disponibilização em diferentes mídias, em especial a impressão na escala que for mais conveniente ao título.

Daí a utilização não somente de rotativas e impressoras offset como a forte utilização dos processos de impressão digital, de máquinas de folhas até as novas rotativas HP inkjets para médias tiragens.

Sem dúvida, nesse último aspecto, a Digital Page passou a ser um alvo estratégico.

Por ter começado com foco no digital, por ser a primeira no Brasil a instalar uma inkjet T300 da HP e por ter uma aliança estratégica com a Editora Moderna. Apesar de atender a diferentes editoras.

A vinda da Courier deverá marcar uma virada de jogo importante no mercado editorial educacional no Brasil.

Há muito tempo as grandes editoras do setor vem se questionando quanto a novos (possíveis) modelos de negócios proporcionados pelas tecnologias digitais e a possibilidade de interação em tempo real com professores, autores, estudantes e a comunidade.

A forte expansão da base estudantil no Brasil nos últimos anos, o crescimento das universidades, o crescimento acentuado dos sistemas de ensino e o programa governamental do livro didático atraem o investimento de grandes grupos nacionais e internacionais devido à dimensão do mercado.

Basta ver o crescimento da base de escolas e sistemas de ensino da Abril Educação e do Positivo, entre outros, assim como a vinda nos últimos anos da Pearson (COC), da Santillana (Moderna), Thomson Reuters (Revista dos Trinunais), Planeta (Barsa), Oxford University Press, MacMillan, etc.

O mercado de alto volume no Brasil ainda é concentrado no livro impresso em grandes quantidades, seja pela imutabilidade do PNLD do governo com distribuição central; seja pela busca do menor custo página no fornecimento ao mercado e, consequentemente, sem personalização e customização; seja pela busca do melhor modelo de integração entre o mundo digital nascente e a diversas formas possíveis de interação.

Com a nova proposição proporcionada agora pela tecnologia Courier-Digital Page-HP esse quadro pode começar a se alterar mais rapidamente.

Do ponto de vista gráfico a proposição de valor da Courier é clara: oferecer soluções aos editores na melhor gestão e disponibilização de seus conteúdos.

Conteúdo é a matéria-prima da editora.

Gerenciar e disponibilizar em diferentes mídias e viabilizar em diferentes volumes de impressão é, sim, uma decisão estratégica e faz parte do negócio gráfico.

A vinda da Courier com essa visão mudará, no meu entender, a visão de editores e gráficos em relação a esse posicionamento. Novas oportunidades  surgirão.

Derrubando mitos em relação a qualidade e uma nova abordagem de volume vs. preço vs. custo total do processo.


Como diria Darwin, os que se adaptarem vão sobreviver e crescer.

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