segunda-feira, 16 de julho de 2012

ABIMAQ traz grupo indiano ao Brasil

Associados vão se unir à holding TAFE, que atua na fabricação de  tratores e implementos agrícolas

Representantes do Grupo TAFE (Tractors &  Farm Equipment Limited ), estiveram recentemente em reunião promovida pelas Câmaras Setoriais CSMIA (Máquinas e Implementos Agrícolas) e CSEI (Equipamentos e Irrigação), na sede da ABIMAQ, em São Paulo, para debater sobre parcerias entre a indústria indiana e a brasileira. Fabricante de autopeças, máquinas e implementos agrícolas, a TAFE é a terceira maior holding do setor no mundo.

De acordo com T.R. Kesavan, Senior Vice President da TAFE, foram fabricados mais de 148.000 tratores/ ano, nas unidades da empresa. Para o ano de 2012, a estimativa é de U$ 1,6 bilhão em arrecadação por conta das máquinas vendidas. Os associados da ABIMAQ poderão se unir aos indianos para produzir e fornecer máquinas e implementos agrícolas a todos os países em que a TAFE estiver presente na África, Ásia, Europa e no continente americano.

Em uma apresentação didática, os executivos indianos disseram que contam com os parceiros brasileiros a ser conquistados para que, juntos, possam trabalhar em todas as áreas de atuação da TAFE. Segundo T.R. Kesavan, antes do Brasil, o Canadá já aparece como um dos primeiros parceiros fora da Índia. Para ele, “o Brasil ainda tem muito a crescer”. Commodities como soja, arroz, algodão, trigo, açúcar, amendoim, além de proteínas vegetais e vinhedos são alguns dos mercados que a TAFE também mantém envolvimento.

Casemiro Bruno Taleikis e Camilo Muradas Sotelo, diretores da ABIMAQ ( CSMIA/ CSEI), acompanharam a apresentação. Taleikis relatou que “tem sido um avanço importante, em termos de rodada de negócios, a presença de indianos no Brasil”. Vale lembrar que, para os associados da ABIMAQ, é uma questão de bechmarking porque o governo indiano incentivou a agricultura por muito tempo, o que levou os indianos a criar cooperativas por toda a Índia.

As oportunidades apareceram e continuam aparecendo junto às agriculturas locais em pequenas propriedades, que necessitam de máquinas mais modernas.
Rakesh Valdyanathan, consultor do Jai Group, escritório que assessora empresas do BRICS, no Brasil, disse que a empresa pretende ampliar seu portfólio de implementos motorizados. “A TAFE quer investir nas empresas para promover uma expansão que possibilite atender vários segmentos”, assegurou.

Nascida em 1960, a empresa está envolvida na produção de tratores TAFE, Massey
Ferguson & Eicher na faixa de 25 a 100 HP (unidade de medição de tratores), só para citar um dos nichos de atuação da holding. A Valtra também é uma parceira constante assim como a AGCO Tratores. Além de tratores, TAFE e suas subsidiárias têm interesses comerciais em áreas diversas, tais como motores a diesel, baterias, componentes de transmissão, instrumentos de painel, plásticos de engenharia, hidráulica, bombas e cilindros, e mais a distribuição de veículos de passageiros. Em junho de 2005, a TAFE adquiriu a fábrica Eicher Trator, localizada em Bhopal - na Índia – também vale lembrar que o laboratório de pesquisas é extremamente avançado e funciona a pleno vapor.

Segundo Kesavan, entre os Brics, o Brasil pode crescer mais do que os outros países. “Vocês estão tímidos, e ainda não entraram por inteiro na África e na Ásia: ainda há muito mercado por conquistar”, comentou, durante o encontro com associados da ABIMAQ. Ele sugeriu que a holding poderia facilitar a entrada dos parceiros brasileiros no mercado asiático porque a língua inglesa é idioma corrente em países daquele continente e da África. Em contrapartida, o Brasil tem trânsito fácil entre os países africanos de língua portuguesa, nos quais a TAFE tem especial interesse, como Moçambique e Angola. A tecnologia brasileira também chama a atenção dos indianos.  “Queremos revender na Índia equipamentos brasileiros, e levar daqui para lá o que vocês puderem nos oferecer”, disse Kesavan.

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