quarta-feira, 13 de junho de 2012

Setor de embalagem é detalhado por meio de estudo estratégico da ABRE

Pesquisa revela percepção do profissional de embalagem sobre a embalagem



O Comitê de Assuntos Estratégicos da ABRE – Associação Brasileira de Embalagem finalizou a pesquisa “A visão do setor de embalagem sobre a Embalagem", coordenada por Fabio Mestriner.

A ação tinha como principal objetivo entender a percepção e visão do profissional do setor em relação à embalagem, mediante temas relevantes e segmentou os participantes pela sua inserção dentro da cadeia produtiva de embalagem, incluindo indústria de bens de consumo.

Com esta segmentação as análises apontaram as diferentes visões propiciando ainda mais qualidade ao trabalho realizado.

Uma das conclusões da pesquisa aponta que segundo a visão dos profissionais de embalagem, a relação do consumidor brasileiro com as embalagens é cercada de incompreensões, pois ao mesmo tempo em que o consumidor valoriza a praticidade das embalagens, não reconhece a sua funcionalidade e na maioria das vezes não aproveita as informações inseridas na embalagem para melhorar suas escolhas.

Outro dado que chamou a atenção mostra que os benefícios e a contribuição social da embalagem na democratização do consumo não são reconhecidos e valorizados.

A proeminência do tema sustentabilidade foi o grande destaque nas preocupações do setor, pois este reconhece a grande desinformação dos consumidores e conceitos equivocados sobre os impactos da embalagem no meio ambiente onde os próprios profissionais tem dificuldade em reconhecer que os índices de reciclagem de embalagem no Brasil são compatíveis com os índices internacionais.

87,50% dos entrevistados, profissionais de indústrias fabricantes de embalagem, de bens de consumo e agências de design, afirmam que os aspectos ambientais não são corretamente comunicados na embalagem.

Os dados coletados também mostram que estes profissionais acreditam que 50% das embalagens pós-consumo são recicladas no Brasil e 72% pensam que para melhorar este índice deve-se investir em educação ambiental. O emprego de informações sobre o descarte e reuso correto das embalagens, bem como a divulgação em mídias de massa, também são consideradas eficientes por, respectivamente, 67,75% e 63,25% dos participantes.

Outro dado relevante mostra que 63% do público pesquisado acredita que até 50% do lixo urbano é composto por resíduos orgânicos e do total de entrevistados, 79% acreditam que a responsabilidade sobre a coleta das embalagens deva ser compartilhada e somente 20,50% acham que ela deva ser somente do fabricante do produto.

93% dos entrevistados afirmam que a embalagem é importante para a democratização do consumo, confirmando a importância estratégica da embalagem na educação ambiental do consumidor, porém como atributos 80% citaram a conservação do produto, seguido por praticidade/conveniência (79,04%), proteção (73,48%) e evitar desperdícios (52,78%). Na outra ponta, "contribuir para o meio ambiente" como atributo foi citado por cerca de 23% dos pesquisados.

Os resultados da pesquisa evidenciaram ainda a necessidade de melhorar a informação disponível sobre a embalagem, divulgando sua contribuição para a sociedade. É quase unanimidade a certeza que a embalagem é relevante para a construção da cultura de consumo de um país, sendo um dos itens mais relevantes na decisão de compra. Prova disso é que quase 80% dos pesquisados acreditam que a embalagem contribua para o desenvolvimento econômico do país ao gerar emprego, renda e consumo, evitar desperdícios e ser fundamental no transporte e distribuição de produtos.

Segundo 65% dos entrevistados, o alto custo tributário ainda impede o Brasil de ter embalagens mais convenientes. Em seguida são citados alto custo da matéria-prima (54,76%) e baixo investimento (50%), e cerca de 51% dos pesquisados acreditam que as embalagens brasileiras se antecipam às necessidades dos consumidores.

Finalizando os dados coletados, mais de 66% dos entrevistados apostam que no futuro haverá mais embalagens com praticamente as mesmas funções e contribuições das utilizadas atualmente.  Segundo a opinião de um entrevistado, “o crescimento ocorrerá de acordo com a maturidade da população consumidora. Existem grandes oportunidades para aumentar o volume de embalagens, mas o setor se depara com barreiras econômicas e de educação”.

Como conclusão, o Comitê evidencia a necessidade de melhorar a informação disponível sobre a embalagem no Brasil e a divulgação de sua contribuição para a sociedade.

O resultado da pesquisa impactará nas próximas ações da Associação, pois ao compreender e entender como os profissionais de embalagem enxergam sua contribuição dentro da cadeia produtiva do setor é possível definir as diretrizes e estratégias para os próximos anos com ações para dirimir as dúvidas e incompreensões em relação à embalagem.

Iniciando esse processo, a ABRE, como fomentadora de seu mercado de atuação redobrará seus esforços para disseminar os conceitos de sustentabilidade na cadeia produtiva, além de reforçar para a sociedade o valor da embalagem, por meio da campanha “Embalagem, tá na cara que é bom”.

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