A instabilidade econômica e
política e o crescente desemprego têm flagelado o País. Segundo dados
divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 10,2%
dos trabalhadores estão fora do Mercado. Em termos nominais, são 10,4 milhões
de pessoas desempregadas.
Para ‘driblar a crise’,
muitas pessoas estão buscando alternativas para a geração de receita no
empreendedorismo. De acordo com o Governo Federal, anualmente o Brasil ganha
cerca de 600 mil novos negócios. Além disso, existem em torno de 1,5 milhão de
microempreendedores individuais. Em valores absolutos, o País está apenas atrás
da China, no número total de empreendedores, ou seja, 21,1 milhões.
Embora seja uma alternativa
viável, construir um novo negócio é tarefa árdua, pois envolve uma série de
questões legais, tributárias e financeiras. “O início de uma atividade
empreendedora não é fácil, pois, além de necessitar de investimentos de tempo e
dinheiro, esbarra em questões culturais e mercadológicas, como baixa
rentabilidade do empreendedor, conhecimento do mercado, viabilidade do negócio
e aceitação do público, dentre outros fatores”.
Por conta da instabilidade
da moeda e um mercado afetado por rupturas conjecturais e políticas, o
professor salienta que o preço dos produtos e serviços, estimulados pela
inflação, prejudicam a lucratividade do empresário, desestimulando os futuros
empreendedores na busca de estratégias que viabilizem seus negócios.
No entanto, o especialista
pondera que a crise vivenciada nos últimos anos fez florescer o desejo e o
espírito empreendedor de parte da população, principalmente pelo grande índice
de desemprego que assola o País e a necessidade de sobrevivência.
“Ser empreendedor é ser um
sonhador, é buscar, por meio do seu trabalho e muitas vezes teimosia, a
satisfação do desafio de sustentar um negócio. É uma mudança de paradigma.
Infelizmente, nem todos têm um espírito empreendedor e acabam desenvolvendo
negócios de sobrevivência duvidosa e que inicialmente parecem ser excepcionais,
mas que, no decorrer do caminho, apresentam fragilidades, como falta de capital
de giro e clientela , lucro baixo ou prejuízo, levando o investidor à
falência”.
Conforme analisa o
especialista, a máxima para sobrevivência de qualquer negócio, principalmente
em períodos de crise, é a busca frenética de uma atitude empreendedora que vise
a excelência, fazendo do insucesso um aprendizado para a melhoria contínua,
sustentação e vida do negócio.
“Esse comportamento contínuo
consiste em agir como um executivo e deixar de pensar como empregado. Um
negócio faz-se de maneira estruturada, com mapeamento, estudos, análises e
aprendizados que possam assegurar a sua subsistência”.
Ele salienta que algumas
regras são importantes no portfólio de negócio. Dentre elas: fazer uma análise
do cenário do mercado escolhido para empreender; traçar um plano de negócios
estruturado; disponibilizar um capital de no mínimo três meses para que possa
arcar com as despesas fixas; não efetuar gastos desnecessários na abertura do
novo negócio, pois imobilizar dinheiro facilita a perda de capital de giro;
buscar um profissional da área contábil para orientar a melhor alternativa
tributária; ter iniciativa na pré-venda e pós-venda, analisando as necessidades
do cliente nas duas etapas; organizar fluxo de caixa para acompanhar os
embolsos e desembolsos no período; efetuar a demonstração do resultado para
acompanhar a performance da empresa a título de resultado econômico e buscar a
captação de recursos em instituições e parceiras para diminuir o risco dos
juros altos, que podem prejudicar a lucratividade.
Conforme afirma o
contabilista, a sobrevivência da empresa, além da atitude empreendedora,
depende de regras que, muitas vezes, são abandonadas nos momentos de crise, em
virtude do imediatismo, fazendo com que o negócio padeça.
*Coordenador
do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina (FASM)
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