ExpoPrint atrai visitantes de todo o mundo e deixa no ar
uma atmosfera saudável de novos negócios que agitará o segmento daqui em diante
Por Fábio Sabbag, editor da GRAPHPRINT
Em certos momentos, pegamo-nos pensando em como será o
futuro e o presente da indústria gráfica. Há pensamentos, diga-se a verdade,
que teimam em levar a mente para caminhos obscuros, sem saídas de emergência.
Instantaneamente, pessoalmente, faço questão de elevar o lado negro da mente
para os verdes campos da consciência positiva.
Num rápido balanço, enxergo horizontes pragmáticos e
saudáveis para o mercado de impressão. Foi assim, empolgante e baseada em
estatísticas reais que a ExpoPrint conduziu os sete dias de feira. A atmosfera
no Transamérica Expo Center deu a leitura de ótimas atitudes circulando na
mente da indústria gráfica.
Já no terceiro dia do evento, visitei quatro empresas -
que por questões evidentes prefiro não citar nomes -, que quitaram o
investimento para participar do evento. Sim, ainda no terceiro dia, conseguiram
alinhar algumas questões que ficaram pendentes com clientes que já tinham
sinergia com seus produtos.
Volto, sem querer ser redundante, a apostar no verdadeiro
sorriso aberto de um mercado que sofre, é verdade, em alguns pontos. Um sorriso
predominante em todos os expositores. Não se trata, deixemos claro, de um
sorriso de deboche, muito menos de um sorriso para desmascarar certas aflições.
Escrevo aqui de sorrisos verdadeiros que não escondem as caras feias que terão
de derrubar e que, ao mesmo tempo, vislumbram o poder de fogo que a impressão
tem pela frente.
Ou vai me dizer que os 48.866 visitantes (sendo 4.082
estrangeiros) que passaram pelos 40 mil metros quadrados de feira, conhecendo
as novidades de mais de 300 expositores, que expuseram mais de 750 marcas,
estão reticentes quanto ao desenrolar da indústria de impressão? Multiplicando
o total por dois, pensando numa simples família de duas pessoas, chegamos ao
total de 97.732 pessoas sendo orientadas, conduzidas e sustentadas pela
impressão nos mais diversos substratos.
De acordo com a APS Feiras & Eventos, organizadora da
feira, os negócios gerados ultrapassaram os US$ 400 milhões. E quanto mais está
engatilhado para acontecer até o final do ano? Muitos, tenha a certeza.
Os preparativos para 2018 já começaram. Daqui a quatro
anos, o evento será promovido em cinco dias, de terça a sábado, no Expo Center
Norte, em São Paulo. O mês ainda não foi definido, mas a tendência é que seja
ainda no primeiro semestre. Não posso perder a oportunidade de lembrá-lo que a
única coisa que pode mudar nosso sorriso daqui a quatro anos é encontrar
novamente com a Alemanha na Copa do Mundo da Rússia. Melhor não mexer com isso!
Inesquecível
No dia 16 de julho foi realizada a abertura oficial da
ExpoPrint Latin America 2014. Fizeram parte Dieter Brandt, presidente da
Associação dos Agentes de Fornecedores e Insumos da Indústria Gráfica
(Afeigraf), Klaus Tiedemann, diretor da ExpoPrint Latin America 2014, membros
da diretoria da associação, Alexandre Keese, Ismael Guarnelli e Sandra Keese,
diretores da APS Feiras & Eventos. Representantes de entidades nacionais e
latino-americanas do setor, como Sindigraf, Abigraf, Conlatingraf, Fiesp e
Julio Semeghini (que representou o Governo do Estado de São Paulo) prestigiaram
a abertura dos “portões”.
Na opinião de Brandt, a ExpoPrint nasceu em 2004 como um
projeto audacioso de um grupo de empresários que queria oferecer ao mercado
gráfico brasileiro um evento de padrão internacional. “Hoje, comemoramos mais
um sonho realizado, abrindo oficialmente a feira que se consagrou como o
terceiro maior evento gráfico do mundo”, disse.
Karl Klökler, ex-presidente da Afeigraf e ex-diretor da
ExpoPrint Latin America 2006 e 2010, falecido recentemente, não foi esquecido
pelos representantes da feira.
Tiedemann, por sua vez, destacou a importância do papel
para a história do mundo e frisou a pujança do mercado gráfico mundial e brasileiro.
“Citando Fausto, somente o que está impresso, em papel, nos dá garantia,
lastro. Por isso, apesar do que muitos dizem sobre a impressão, ela continua e
continuará a existir. O alto número de visitantes foi reforçado por sua
qualidade, com muitos tomadores de decisão, empresários prontos para investir,
o que refletiu no valor em negócios gerados em sete dias de feira e seguirá
dando o tom para as negociações iniciadas na ExpoPrint que serão concluídas nos
próximos meses", falou.
Para Ismael Guarnelli, diretor da APS Feiras &
Eventos, o sucesso foi atingido em todos os sentidos: “Os números mostram que o
trabalho de divulgação gerou grandes resultados. O retorno de visitantes e
expositores sobre a organização da feira foi algo que nos deixou extremamente
satisfeitos. Não há dúvidas de que a ExpoPrint Latin America 2014 foi, acima de
tudo, uma grande vitória da indústria de impressão como um todo."
Impressões
Revelamos então as opiniões de executivos do setor sobre
o evento. “A feira foi surpreendente. Foi muito bom para a Starlaser em termos
de qualidade do público. Notei muitas pessoas do segmento de embalagens que
vieram ao encontro dos novos produtos apresentados pela Starlaser. Os clientes
falaram muito bem do conteúdo e daqui a quatro anos teremos um evento muito
maior certamente”, disse Sidney Silveira, diretor da Starlaser.
Para a Compulaser, empresa que participou pela primeira
vez, o evento superou todas as metas planejadas: “O Guia Profissional -
Gráficos e Designers, por exemplo, procurou colocar todos os recursos de
impressão, acabamento e tecnologia de convergências existentes. Cerca de 90% do
que pode ser aplicado na mídia impressa está presente no caderno. É uma fonte
de inspiração, com novas sugestões e aplicações diferenciadas. Designer, gráficos
e todos os profissionais que atuam no setor podem usar o livro para aumentar
seu leque de oportunidades. O material também será comercializado em
livrarias”, avisa Renato Oliveira, diretor da Compulaser.
Daniel Eraldo, diretor de marketing e de desenvolvimento
de novos negócios da Zanatto, fala em resultado excelente, além de notar um
número muito grande de participantes que estão desenvolvendo novos negócios.
“Há várias empresas com solidez financeira que conseguem sair do comum e fazer
novos desenvolvimentos com foco em tecnologia e produtividade. A procura foi
baseada na otimização dos processos para continuar participando do mercado
gráfico de forma saudável”, aponta.
Já o diretor presidente da Cromos, Gero Plueker, compara
a ExpoPrint com grandes eventos internacionais: “Quando abriu a possibilidade
de participação, há quatro anos, a Cromos fez todo o esforço financeiro para
participar e resolveu entrar firme. Chegamos à ExpoPrint e ficamos muito
surpresos com o alto nível em todos os aspectos. Recebemos visitantes de vários
países europeus, dos Estados Unidos e da Turquia. O Brasil passa por um momento
não muito bom, mas o ambiente da feira é totalmente inverso, alegre. A Cromos
está com energia renovada.”
Para Alan Gios, do departamento de marketing da
Metalgamica, mesmo que com um mercado retraído, muitas negociações que
começaram antes da feira se consolidaram. “O pós-feira será bem proveitoso. Há
uma necessidade de desenvolvimento de produtos para determinadas áreas e
sistema de molha é uma delas. Há pressão para reduzir o uso do álcool
isopropílico, mas as pessoas ainda estão perdidas. Há inputs de um lado dizendo
que é preciso reduzir, mas por outro lado não tem como reduzir ainda. Não
adianta pegar a Alemanha como exemplo, não é possível descartar as máquinas já
instaladas no Brasil. É uma questão de desenvolvimento contínuo e esse processo
vai levar alguns anos, pois envolve rolaria, soluções de fonte adequadas entre
outros insumos. Não é questão de um produto para substituir o álcool
isopropílico”, avalia.
“Foi um evento surpreendente em razão da situação
econômica como um todo, além do calendário apertado”, disse Sean Maximo,
analisa de marketing da Konica Minolta. “A intensidade da feira foi grande e a
tendência é de resultados positivos. Para a Konica Minolta não foi diferente, o
estande esteve sempre lotado e com prospecção de negócios elevada”, completa.
Surpreendente é a melhor palavra para descrever o evento.
“Todos estão em busca de encontrar a melhor forma de transformar a indústria
gráfica. Nos últimos meses, o mercado estava menos otimista, mas desde o
primeiro dia da feira o movimento foi muito bom. Sentimos um interesse grande
tanto de clientes atuais como os que ainda estão buscando mercado no âmbito
digital. A certeza é que a impressão digital chegou e os clientes querem saber
como vão entrar”, fala Fernando Alperowitch diretor para as linhas HP Indigo e
Inkjet
WebPress da HP na América Latina.
“Vários clientes estiveram presentes e novos contatos
foram conhecer os lançamentos da Prolam, que trazem novas dimensões ao mercado.
Apresentamos novos conceitos e opções de acabamentos, como, por exemplo,
holografia e materiais metalizados. Sentimos também grande participação de
empresas da América Latina interessadas em fazer negócios com o Brasil”, conta
Marcos Marcello, diretor de marketing da Prolam.
Veio gente de Portugal para conferir as novidades e ter
uma visão do que está acontecendo na América Latina. A Sogapal - Sociedade
Gráfica da Paiã, representada por Viana Júnior, impressor chefe de máquina,
registrou sua participação. “Atuamos no mercado publicitário, revistas, jornais
e panfletos promocionais. A empresa conta com três plantas localizadas em
Lisboa. No mercado gráfico português há um grande investimento em rotativas
comercial e, em contrapartida, uma diminuição de máquinas planas de 10 anos
para cá. Já a impressão digital está no nível das gráficas rápidas e não vejo
caminhar em conjunto com as grandes gráficas em Portugal”, avaliou o
profissional da indústria gráfica portuguesa.
Na opinião de Francisco Veloso Filho, diretor da
Overlake, o evento se consolidou sendo a plataforma ideal para lançamento de
produtos. “A feira tem essa consistência positiva. De equipamentos a serviços,
todos apresentaram novidades e por isso o gráfico conseguiu pegar informação.
Nosso catálogo foi muito bem recebido, pois mostrou muitas inovações para o
segmento de embalagens.”
Hamilton Terni Costa, diretor da ANconsulting, detectou
animação: “O comentário geral é que 2014 realmente começou. Há uma efetiva
intenção de investimento. O pessoal tem carta de intenção assinada ou pedidos
fechados. A situação econômica é difícil para todos, seja de offset ou digital,
mas o mercado está bem animado. Empresas de softwares e web to print fecharam
muitas plataformas e espero que seja o começo para emendar 2015, que também não
será um ano fácil”, opina Costa.
O presidente da Heidelberg do Brasil José Luis Gutiérrez,
declarou que a companhia cumpriu seus objetivos: "Tínhamos três objetivos quando
começamos a ExpoPrint: o primeiro era econômico, com volumes de pedidos, que
conseguimos e superamos; o segundo era atender clientes satisfeitos e
orgulhosos de serem nossos parceiros, o que também estamos conseguindo; e o
terceiro era que nossos colaboradores se motivassem e acreditassem na indústria
gráfica, o que também conseguimos", disse Gutiérrez, que completou:
"Separamos nosso estande em uma parte mais industrial e outra comercial,
com equipamentos com a mais alta tecnologia do mercado".
Para o gerente de marketing da Agfa Graphics para a
América Latina, Eduardo Sousa, "a ExpoPrint é a feira mais importante da
nossa indústria na América e reafirmou sua importância, trazendo otimismo ao
mercado. A Agfa tem muito a comemorar, pois trouxe novidades e tendências
importantes, como a solução web to print. Os clientes ficaram impressionados
com a amplitude que a ferramenta proporciona; fechamos bons negócios com o
software e também com nossa impressão inkjet".
O diretor de planejamento e marketing da Alphaprint,
Hadriano Domingues, destacou o público qualificado da ExpoPrint Latin America
2014. "A presença em nosso estande teve forte presença de decisores, como
donos de gráficas e profissionais da área comercial. Estamos surpresos com a
qualidade. Tivemos vendas durante a ExpoPrint e projetos que tocaremos
pós-feira. Os clientes ficaram interessados e acreditamos que o resultado final
será bastante positivo".
De acordo com Caio Nakagawa, gerente de produtos da
Furnax, "foi uma feira que reuniu muitos clientes atuais da Furnax;
reencontramos amigos e realizamos negócios. Foi uma feira positiva. Estávamos
com uma expectativa pessimista com o cenário da Copa do Mundo e eleições
presidenciais, mas o resultado final foi bem positivo. Concretizamos alguns
negócios e há mais outros para acontecer".
Luiz Cesar Dutra, diretor geral da KBA Brasil, também se
surpreendeu com a ExpoPrint. "Vínhamos de um mercado devagar, com as
pessoas em dúvida. Porém, a ExpoPrint surpreendeu, com grande movimento, muitos
visitantes interessados em conhecer a nova KBA, um trabalho que estamos fazendo
há alguns anos. As pessoas viram nossa máquina destinada ao mercado de
cartonagem durante as demonstrações e conheceram a KBA."
A superação de expectativa também foi vista na Sun Chemical.
“Tivemos uma surpresa incrível em relação ao número de visitantes; uma grande
quantidade e qualidade que nos surpreendeu, com muitos clientes tomadores de
decisão e que trabalham diretamente com produção e vieram conhecer nossas
tecnologias. Enxergamos que o gráfico brasileiro está buscando novas
tecnologias e maneiras de fazer crescer seu negócio, com maior rentabilidade e
produtividade. Para nós, isto foi uma grata satisfação. Estamos muito felizes
com o resultado da ExpoPrint e vamos nos preparar para a próxima, e que seja
ainda melhor do que essa”, falou Cristina Barros, key account manager - narrow
web & metal deco da Sun Chemical do Brasil.
O gerente-geral da Ferrostaal, Janio Coelho, concorda:
"Há muito tempo promovemos a tecnologia LED UV e a ExpoPrint 2014 deu uma
repercussão acima do esperado. O que escutamos dos clientes por onde andamos da
feira foi o avanço que essa tecnologia trouxe ao mercado. Nosso stand ficou
cheio nas apresentações e o nível de perguntas e a qualidade de geração de
negócios nos surpreenderam bastante. A tecnologia mostrou estar pronta e os
clientes entenderam isso. Estamos felizes com o resultado."
De acordo com o gerente de marketing da OKI, Marcio
Marquese, "a feira foi um sucesso para a empresa pela exposição dos novos
equipamentos e pela geração de negócios. Trata-se de um público muito aderente
à tecnologia que oferecemos ao mercado".
Enio Zucchino, gerente de desenvolvimento de mercado para
impressão comercial da Kodak, frisou a aposta da escolha da companhia na
ExpoPrint Latin America 2014: "A Kodak fez questão de trazer todo o
portfólio de produtos para a feira, sendo hoje 100% focada na área de impressão
industrial gráfica, mostrando ao empresário formas de revolucionar o negócio
gráfico e se diferenciar no mercado. Foi uma das feiras eleitas pela Kodak para
participação. O público é condizente com o que esperávamos esperando e mais
qualificado em saber o que busca. Então, o balanço foi excelente para
nós."
Para Osmar Barbosa, gerente-geral da EFI Metrics, da área
de Software de Produtividade na América Latina, "a ExpoPrint Latin America
é uma vitrine de novas tecnologias; para nós, da EFI, é sempre um momento muito
importante e esperado. Durante o evento milhares de visitantes puderam conferir
a atuação de três importantes linhas da EFI: as linhas de sistemas de
gerenciamento EPS, as soluções Fiery e os equipamentos digitais Inkjet, além de
tirar dúvidas com executivos e ver todo o desempenho de nossos produtos. O
resultado atingiu nossas expectativas, com a realização de bons negócios,
inclusive com empresas estrangeiras".
Para a Calcgraf, a prospecção de clientes foi intensa,
assim como o encontro dos usuários do sistema de todo o Brasil e mesmo do
exterior: "A presença de latino-americanos foi grande, superando a edição
anterior da feira", comentou Karina Escobar, diretora da empresa.