Por Karine Pansa*
Às 9
horas do dia 9 de outubro, quando for aberta a edição 2013 da Feira do Livro de
Frankfurt, o Brasil dará um grande passo para ampliar a exportação de
exemplares e direitos autorais, que vem crescendo a cada ano. Nosso mercado
editorial e nossas letras estarão representados por 70 escritores, um time à
altura do significado de nossa participação este ano como País Homenageado da
Frankfurter Buchmesse, um marco do mercado editorial da Europa e do mundo.
Em
função da homenagem especial, todos os caminhos da feira levarão ao Brasil,
cujos escritores, editoras e livros expostos serão embaixadores de nossa
cultura, contribuindo para que continuem crescendo os números relativos às
exportações do setor, que são mais consistentes a cada ano: em 2010, as
editoras que participam do projeto Brazilian Publishers, parceria da Câmara
Brasileira do Livro (CBL) e da Apex-Brasil, venderam US$ 1,65 milhão em
exemplares ao exterior. Em 2011, o valor passou a US$ 1,85 milhão e, em 2012, a
US$ 2,4 milhões. Foi uma expansão de 45% no período. As exportações de direitos autorais evoluíram
de US$ 495 mil, em 2010, para US$ 880 mil, em 2011, e US$ 1,2 milhão, em 2012,
com um aumento de, nada mais, nada menos, do que 143% em dois anos.
O
Brazilian Publishers existe desde 2008. Hoje, conta com a participação de mais
de 60 editoras dos segmentos Infanto-Juvenil, Científico, Técnico e
Profissional, Religioso e Obras Gerais. O programa incentiva a venda de
direitos autorais e de livros, por meio da participação das editoras nas
principais feiras internacionais. Também promove a vinda de compradores,
jornalistas e formadores de opinião ao País, faz a capacitação dos empresários
brasileiros e realiza estudos de inteligência comercial, além de iniciativas
para a prospecção de mercados.
A
parceria CBL/Apex-Brasil foi renovada para o período de setembro de 2012 a
outubro de 2014, com o aporte de R$ 3,47 milhões para investimentos na
internacionalização do livro. No contexto desse programa, atuaremos fortemente
em atividades promocionais em mercados como o do Chile, Angola, Colômbia,
Coreia do Sul, Estados Unidos, França e México.
O
trabalho realizado com vistas à participação na Feira de Frankfurt 2013 é uma
ação muito especial e mais um exemplo do quanto é possível fazer para a
promoção de nossa produção editorial no exterior. A cidade, um dos principais
centros financeiros mundiais e polo de uma desenvolvida região metropolitana,
estará revestida de brasilidade, e não apenas no pavilhão de exposições! A partir de agosto, o Brasil já será tema de
intensa programação, que ocupará espaços estratégicos do circuito cultural.
Todas
as ações voltadas à internacionalização de nossa produção editorial somam-se a
outros esforços prioritários no sentido de ampliar o hábito de leitura em nosso
próprio país. Esse empenho está expresso na paulatina queda de preços e em
iniciativas como a Bienal Internacional do Livro de São Paulo (com 750 mil
visitantes em 2012), Prêmio Jabuti, estímulo e apoio a eventos nacionais. São
ações importantes, pois o livro é fiador do desenvolvimento e da justiça
social. Por isso, são decisivas as estratégias voltadas à disseminação da
leitura e ampliação do acesso dos brasileiros à informação e à cultura.
Os
números mostram que estamos avançando nesse processo. Segundo a última edição
da pesquisa FIPE “Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro”, as editoras
brasileiras comercializaram aproximadamente 469,5 milhões de livros em 2011,
estabelecendo um novo recorde de vendas para o setor. O número é 7,2% superior
ao registrado em 2010, quando cerca de 438 milhões de exemplares foram
comercializados. Do ponto de vista do faturamento, o resultado também foi
positivo, e atingiu a casa dos R$ 4,837 bilhões – um crescimento de 7,36% sobre
o ano anterior, o que, se descontada a inflação de 6,5% pelo IPCA do período,
corresponde a um aumento real de apenas 0,81%. Isso também evidencia a queda
real dos preços.
Todos
esses avanços do mercado editorial brasileiro são relevantes, nos permitindo
ter muito de positivo para mostrar na Feira de Frankfurt este ano. Os alemães e os visitantes de todo o mundo
que irão ao evento conhecerão um pouco mais o Brasil, sua cultura, história,
economia, temperos e ritmos. Perceberão, sobretudo, que também somos um país dos livros.
*Empresária do mercado editorial, é a
presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL)
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