Vamos
desconsiderar um pouco a ideia de que “verde” é aquele produto 100% “carbon
free”.
Quase nada pode ser considerado completamente livre de emissões. Mas os
produtos tidos como ecológicos geralmente oferecem algum tipo de compensação
para o carbono emitido na produção e transporte, adotam materiais não poluentes
na fabricação, são mais eficientes, agregam funções dispensado o uso de
diversos aparelhos, entre outras coisas.
Bom,
até agora, eis o que sabemos do iPad: segundo anunciado no evento, ele contem
todos os critérios já adotados pela Apple para reduzir o impacto ambiental.
Ou
seja, não há arsênico nos displays de vidro, não há o poluente BRF, não há
mercúrio na tela de LCD, ele é livre de PVC e há alumínio e vidro recicláveis
em sua composição.
Isso
é ótimo, mas só significa que o iPad polui menos do que poderia.
A Apple não
divulga nenhuma medida de compensação de emissões na fabricação ou no
transporte do produto.
O fato de usar produtos recicláveis não significa que
ela está utilizando material reciclado – e não possuir uma política de descarte
de e-waste também não contribui para que os produtos velhos tenham o destino
correto.
Em
outras palavras, o iPad (como qualquer outro gadget, de 99% das empresas de
tecnologia) ainda está prejudicando o meio ambiente.
Quanto
à eficiência, este parece ser realmente um ponto positivo.
A bateria dura muito:
a Apple informa que são 10 horas de vídeo e até um mês em stand-by.
Sensacional!
No
entanto, o que acredito ser o principal empecilho para tornar o iPad um gadget
verde é a impossibilidade de substituição.
Explico: nas palavras do próprio
Jobs, ele veio ocupar um meio do caminho entre smartphones e notebooks.
O
iPad, portanto, pode (e pretende) ser um substituto ao Kindle e aos Netbooks,
mas comprá-lo não dispensa a necessidade de um telefone.
Acredito que as
pessoas também não possam abrir mão de seus computadores com ele.
Também não
vejo como dispensar o iPod – já que o novo produto tem quase 25 centímetros e
não é exatamente fácil de se levar, por exemplo, à academia.
O
resumo da história?
O iPad vai atender às expectativas (especialmente às dos fãs
de Jobs), mas ainda está longe de ser o sonho de consumo “verde”.
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