terça-feira, 27 de agosto de 2013

iPad é legal, mas não é verde*

Vamos desconsiderar um pouco a ideia de que “verde” é aquele produto 100% “carbon free”. 

Quase nada pode ser considerado completamente livre de emissões. Mas os produtos tidos como ecológicos geralmente oferecem algum tipo de compensação para o carbono emitido na produção e transporte, adotam materiais não poluentes na fabricação, são mais eficientes, agregam funções dispensado o uso de diversos aparelhos, entre outras coisas.

Bom, até agora, eis o que sabemos do iPad: segundo anunciado no evento, ele contem todos os critérios já adotados pela Apple para reduzir o impacto ambiental. 

Ou seja, não há arsênico nos displays de vidro, não há o poluente BRF, não há mercúrio na tela de LCD, ele é livre de PVC e há alumínio e vidro recicláveis em sua composição.

Isso é ótimo, mas só significa que o iPad polui menos do que poderia. 

A Apple não divulga nenhuma medida de compensação de emissões na fabricação ou no transporte do produto. 

O fato de usar produtos recicláveis não significa que ela está utilizando material reciclado – e não possuir uma política de descarte de e-waste também não contribui para que os produtos velhos tenham o destino correto.

Em outras palavras, o iPad (como qualquer outro gadget, de 99% das empresas de tecnologia) ainda está prejudicando o meio ambiente.

Quanto à eficiência, este parece ser realmente um ponto positivo. 

A bateria dura muito: a Apple informa que são 10 horas de vídeo e até um mês em stand-by. 

Sensacional!

No entanto, o que acredito ser o principal empecilho para tornar o iPad um gadget verde é a impossibilidade de substituição. 

Explico: nas palavras do próprio Jobs, ele veio ocupar um meio do caminho entre smartphones e notebooks.

O iPad, portanto, pode (e pretende) ser um substituto ao Kindle e aos Netbooks, mas comprá-lo não dispensa a necessidade de um telefone. 

Acredito que as pessoas também não possam abrir mão de seus computadores com ele. 

Também não vejo como dispensar o iPod – já que o novo produto tem quase 25 centímetros e não é exatamente fácil de se levar, por exemplo, à academia.

O resumo da história? 

O iPad vai atender às expectativas (especialmente às dos fãs de Jobs), mas ainda está longe de ser o sonho de consumo “verde”.


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