Uma
nova pesquisa encomendada pela Two Sides revela que diversas grandes empresas
nos Estados Unidos, Reino Unido e Brasil ainda ignoram regulamentações
destinadas a proteger os consumidores de propagandas publicitárias enganosas.
Em
2012, uma pesquisa realizada pela Two Sides, no Reino Unido, revelou que 43%
dos principais bancos, 70% das empresas de telecomunicação e 30% das empresas
de serviços faziam afirmações falsas sobre os benefícios ambientais da
substituição do papel por comunicações digitais. Quando confrontadas, 82%
dessas empresas mudaram suas mensagens publicitárias. No entanto, nova sondagem
conduzida pela Two Sides em fevereiro de 2015 mostrou que 20% das organizações
de serviços financeiros, fornecedores de energia, gás e água e empresas de
telecomunicação persistem nas afirmações falsas.
Na
América do Norte, a Two Sides foi bem-sucedida na conversão de 30 empresas que
figuram na Fortune 500 nos mesmos setores citados e está em discussão com
outras 25 organizações da mesma lista, que estão prestes a retirar campanhas
como essas do ar.
“É
decepcionante ver que alguns departamentos de marketing ainda usam propagandas
ambientais enganosas para persuadir os consumidores a abandonar a comunicação
em papel por mensagens eletrônicas baratas, principalmente quando sabemos que
muitos consumidores têm forte preferência pelo papel”, diz Martyn Eustace, presidente
da Two Sides,
Segundo
ele, em todos os lugares onde atua (Europa, Estados Unidos, Canadá, América do
Sul, África do Sul e Austrália), a Two Sides seguirá debatendo com empresas que
descumpriram o compromisso de interromper o uso de afirmações ambientais
enganosas ou afirmam que a mudança para fatura e comunicação online é melhor
para o meio ambiente, sem fornecer evidências de apoio verificáveis. Além
disso, o termo ’sem papel‘ também é hipócrita, pois muitos consumidores
recorrem à impressão doméstica para garantir uma cópia permanente dos seus
informes."
No
caso brasileiro, a Two Sides sustenta que a associação de benefícios ambientais
com a migração do papel para serviços eletrônicos, além de criar uma ideia
enganosa sobre a sustentabilidade da impressão e do papel, por não se respaldar
em fatos, viola o artigo 43 do Conselho de Autorregulamentação Publicitária
(Conar), que exige que “os anúncios sejam realizados de forma a não abusar da
confiança do consumidor, não explorar sua falta de experiência ou de
conhecimento e não se beneficiar de sua credulidade.”
Phil
Riebel, presidente da Two Sides América do Norte, avalia que, "ao longo do
último ano, a campanha obteve sucesso contra mais de 50% das alegações
comerciais enganosas, mas ainda há um trabalho forte de conscientização a ser
feito, pois a maioria dos profissionais de marketing das empresas não entende o
ciclo de vida e as características sustentáveis da impressão e dos produtos de
papel – estão fazendo marketing com base na percepção e não em fatos baseados
na ciência.”
A
direção da Two Sides assume o compromisso de fornecer aos departamentos de
marketing e jurídicos das empresas todas as evidências da sustentabilidade da
mídia impressa, contribuindo para que as mensagens enviadas ao público sejam
mesmo ambientalmente corretas. “Reportar às autoridades é um último recurso. Na
verdade, raramente precisamos chegar a tanto e sabemos que trabalhar em
conjunto com as empresas é a melhor maneira de garantir que os consumidores
permaneçam protegidos do aumento do greenwash (lavagem verde).”
“No
Brasil, também estamos monitorando a prática do greenwash e, nos poucos meses
de adesão do País à Two Sides, oito grandes empresas já foram notificadas sobre
a incorreção desse procedimento”, informa Fabio Arruda Mortara, country manager
da Two Sides Brasil.
Outro
prejuízo decorrente do greenwash é ocultar os benefícios ambientais do papel.
“Na Europa, 44% da área de terra é coberta por florestas e, desde 1950, a área
florestal europeia tem crescido à razão de 30% ao ano", afirma Eustace.
Nos
Estados Unidos, como informa Riebel, estatísticas do Departamento de
Agricultura mostram que a área de terra florestal líquida aumentou 3% nos
últimos 60 anos e que o volume de madeira (número de árvores) em área autorizada
aumentou 58% no período.
No
Brasil, as florestas plantadas para produção de papel e celulose correspondem a
2,2 milhões de hectares, equivalentes a 2,2 milhões de campos de futebol, e
utilizam prioritariamente áreas já degradadas. “Como o cultivo acontece em
sistema de mosaico, intercalando talhões plantados com mata nativa, a floresta
cultivada ajuda na recuperação da mata nativa”, afirma Mortara.
"O
papel é um produto renovável e reciclável. Se produzido e utilizado de maneira
responsável, torna-se um recurso sustentável de comunicação. As indústrias
florestais e de papel dependem de florestas sustentáveis, as principais
guardiãs desse precioso e crescente recurso", finaliza Eustace.
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