O presidente nacional da
Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), Levi Ceregato, recebeu
com desagrado a nova alta na taxa Selic, que passou de 12,25% para 12,75%.
“É preocupante a rapidez com
que o cenário econômico e político estão se deteriorando”, disse ele. Em apenas
três meses, a taxa de juros atingiu o patamar máximo que, em janeiro,
projetava-se para o final 2015; o dólar rompeu a barreira mágica dos R$ 3,00 e
poderá entrar em um movimento de volatilidade que nem as análises mais
pessimistas chegaram a considerar. Mas não só. “No que parecia o auge do
pessimismo, o setor industrial vinha trabalhando com projeção de retração de
0,5% no PIB e de 0,35% na produção industrial. Já era ruim e piorou: a
expectativa já é de crescimento negativo de 0,58 no PIB e de 0,72% na
indústria. Somem-se aí a crise entre Congresso e Executivo em função da redução
da desoneração da folha, a falência moral de um governo cercado por episódios
de corrupção e o sério risco de o Brasil ser rebaixado na sua classificação de
risco e vamos concluir que a nova alta de juros é apenas outra alegoria
assustadora do mais sinistro ambiente de negócios da história recente do País.
A economia está em queda livre e o setor produtivo ainda não vislumbra o fundo
do poço”, diz.
“Somos um setor sensível ao
desempenho global da indústria e do consumo. O recuo na desoneração da folha do
segmento de embalagens, os juros estratosféricos e a variação cambial
impactando negativamente insumos, como papel e chapas, não deixam dúvidas:
teremos uma performance negativa, com baixo investimento e alto desemprego no
setor”, finaliza Ceregato.
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