Por Fábio Sabbag - editor da GRAPHPRINT
Sempre quando há a chegada
de espécies invasoras, ou o ambiente no qual ela foi introduzida se rende ou
ataca de maneira contumaz. Não sendo endêmica à região que fora inserida,
dificilmente quem chega consegue perdurar. No máximo convive. Abro dessa forma
numa tentativa de traçar um paralelo com a notícia que você lerá adiante.
Surgido há alguns anos como
mais um competidor voraz e, não muitas vezes seletivo, os livros eletrônicos
começam a sentir como o papel faz valer seu espaço. Recente matéria publicada
no jornal O Estado de S.Paulo, assinada pela jornalista Alexandra Alter, do The
New York Times, mostrou o lado mais competitivo da mídia impressa: o gosto do
consumidor pelo produto em si.
De acordo com a matéria há
sinais claros indicando que alguns daqueles que adotaram o livro eletrônico
estão voltando para o formato impresso. As vendas de livros eletrônicos tiveram
queda de 10% nos primeiros cinco meses do ano de acordo com dados da Associação
de Editores Americanos, que reúne dados de quase 1200 editoras. No ano passado,
os livros digitais corresponderam a 20% do mercado, fatia semelhante à
observação de alguns anos atrás. Na tentativa de lucrar, as editoras voltaram a
investir na infraestrutura de impressão e distribuição. A Hachette aumentou em
20 mil metros quadrados seu armazém em Indiana (EUA) no final do ano passado, e
a Simon&Schuster está ampliando sua central de distribuição em Nova Jersey
(EUA) em 18 mil metros quadrados.
Na realidade não posso
apostar em uma volta. O papel e mídia impressa não foram a lugar nenhum,
logicamente não podem voltar. São intrínsecos ao desenvolvimento humano tanto como
pessoa física ou jurídica. Isso vale para alguns ‘gurus’ que disseram que as
vendas de e-books ultrapassariam os livros impressos até 2015. Hoje 70% representam
a fatia de venda de livros físicos no mercado editorial dos EUA.
Ainda sobre as espécies invasoras,
como pescador e pecador, presenciei muitas represas que suportaram a entrada
impiedosa de bichos não convenientes com a respectiva fauna e flora. Acompanhei
que, na grande maioria dos casos, quando a espécie invasora vinha com um
apetite voraz, durante alguns anos conseguia prevalecer.
No entanto, a pesca
ficava comprometida. Os exemplares, quando conseguiam se livrar do canibalismo
selvagem, não alcançavam a medida exigida pela fiscalização por motivos óbvios.
Há casos onde a espécie invasora conseguiu convergir, nem sempre
harmoniosamente, porém equilibrada, com os nativos do lago. E nesse caso, a
pesca prosperou em todos os sentidos, peixe grande e saudável que gera renda a
todos sempre mirando a pesca esportiva como forma de lazer e respeito ao
ambiente.
Ligo então o movimento
favorável ao livro impresso. Meu ponto de vista nada mais é do que a espécie
endêmica mostrando que, quando alguém quiser pisar na lagoa, seja bem-vindo,
mas ao menos procure saber quem habita desde sempre o espaço.
Saudações GRAPHPRINTENSES,
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