A Associação Brasileira da
Indústria Gráfica (Abigraf Nacional) e 30 sindicatos do setor divulgam Carta Aberta
à Nação repudiando o aumento de impostos e a transferência de mais recursos
privados ao governo, em especial a CPMF e redução dos repasses ao Sistema S. O
documento foi aprovado no 16º Congresso Brasileiro da Indústria Gráfica
(Congraf), encerrado neste final de semana, no Rio de Janeiro. O evento
realizou-se juntamente com o 28º Congresso Latino-Americano da Indústria
Gráfica e o 22º Theobaldo De Nigris – Concurso Latino-Americano de Produtos
Gráficos. Seu tema central foi “A indústria gráfica em (R)evolução: uma agenda
(PRO)positiva”.
Carta aberta da indústria
gráfica brasileira:
Reunidos no Rio de Janeiro
no 16º Congresso Nacional da Indústria Gráfica (Congraf), os empresários do
setor, representados pela Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf
Nacional) e por 30 sindicatos, vêm se manifestar diante da crise econômica
instalada em nosso país e da perspectiva de aumento de impostos anunciada pelo
governo como parte do ajuste fiscal, inadiável para a recuperação da
credibilidade do Brasil.
Composto por 21 mil
empresas, sendo 96,9% de micro e pequeno portes, em 2014, o setor faturou R$
45,8 bilhões e gerou 216 mil empregos diretos. Em 2015, indicadores da
Confederação Nacional das Indústrias (CNI) já mostram que, entre janeiro e
junho, a indústria gráfica nacional teve queda de 5,1% nas vendas reais, frente
ao mesmo período do ano passado, seus postos de trabalho encolheram 5,7%,
enquanto as horas trabalhadas recuaram 3,3% e a massa salarial caiu 8,8%.
O setor recusa-se a usar a
crise como escudo para a inércia. Não está parado à espera de benesses nem
tampouco se exime de cumprir seu papel histórico de gerador de riquezas,
tributos, empregos e produtos essenciais à população. Dessa forma, não
assistirá passivamente a mais uma tentativa de transferir a conta da má gestão
pública para quem produz e gera emprego e renda.
Merece repúdio o aventado
aumento de impostos, com destaque para a volta da CPMF. É inconcebível que o
País, detentor de uma das mais altas cargas tributárias do mundo, formule uma
proposta dessas, em especial quando o governo claudica na tarefa de pôr fim aos
gastos desmedidos, ao elevado número de ministérios e à péssima gestão dos
recursos públicos.
Também merece repúdio a
anunciada redução do repasse de recursos ao Sistema S que, além de ilegal, por
contrariar dispositivo constitucional, desestabilizaria um sistema que funciona
com sucesso e reconhecimento há décadas.
Mantido pela contribuição de
empresas de diferentes atividades, o Sistema S gera educação e formação
profissional de qualidade, facilita o acesso à cultura e à arte, apoia a
exportação e outras ações de suporte ao crescimento e à manutenção da
indústria, do comércio, dos transportes e da agricultura. São serviços de
excelência, mas que, com a redução pretendida, ficariam condenados ao
encolhimento e ao mesmo efeito nefasto do mau uso de verbas que tanto castiga a
educação na nossa “pátria educadora”.
Não! A indústria gráfica
brasileira não está disposta a pagar a conta da ineficiência e da
irresponsabilidade do Executivo Federal, motivo pelo qual defende a
incrementação do nível de atividade econômica, a manutenção do emprego, a
redução dos impostos, bem como da taxa de juros, e a flexibilização do crédito
destinado à produção.
Os mais de 200 milhões de
brasileiros merecem e querem o respeito dos seus governantes. Está na hora de
cada um fazer a sua parte!
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