Recente estudo do Fórum
Mundial de Cidades Culturais, constituído pelas 27 maiores metrópoles do mundo,
indicou que São Paulo e Rio de Janeiro estão entre as que apresentam o menor
número de bibliotecas e livrarias para cada cem mil habitantes. O problema não
é apenas de nossas duas mais populosas capitais. É algo que afeta todo o
Brasil.
Temos, para 200 milhões de
habitantes, pouco mais de três mil livrarias (média de 1,5 para cada cem mil
pessoas), observando-se, ainda, grande concentração dos pontos de venda.
A
última atualização realizada pelo Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas, em
fevereiro último, demonstra que há apenas 6.102 dessas unidades municipais,
distritais, estaduais e federais em todo o País (média de três por 100 mil
habitantes). É pouco!
Por isso, é fundamental
semear bibliotecas de livre acesso nos municípios brasileiros. Sem qualquer
exagero, não há obra mais importante para uma cidade, um estado ou um país do
que colocar livros à disposição da sociedade, ampliando a possibilidade de
leitura para as crianças, os jovens e os adultos. Sem sombra de dúvida, tudo o
que o Brasil precisa para vencer as dificuldades atuais, voltar a crescer e se
tornar um grande país desenvolvido é de livros, professores e alunos, com
oferta de matrículas nas escolas públicas suficiente para atender toda a
demanda.
Daí, a grande importância da
ação de responsabilidade social da indústria gráfica paulista, por meio de
projeto, iniciado em 2005, viabilizado pelo Sindicato das Indústrias Gráficas
no Estado de São Paulo (Sindigraf-SP) e a Abigraf Regional São Paulo, de
formalizar parcerias com prefeituras, para implantar e revitalizar bibliotecas em
cidades do interior. Até agora, foram 18 unidades entregues.
Ao disponibilizar livros
para quem ensina e quem aprende, a biblioteca torna-se um elemento importante
na estrutura do ensino, pois o livro é algo essencial para a boa escolaridade e
a formação intelectual e cívica dos indivíduos.
A indústria gráfica
brasileira tem uma opinião inabalável: acreditamos que o ensino de qualidade é
a grande base para que nosso país cresça, modernize-se, crie empregos de
qualidade para todo o seu povo e se desenvolva com justiça social.
Por isso, fomos os
primeiros, no Congresso Brasileiro da Indústria Gráfica, em 2011, a propor que
o dinheiro para financiar a educação seja equivalente a dez por cento do
Produto Interno Bruto (PIB). Tenho certeza de que se destinarmos à formação
escolar e acadêmica de nossas crianças e jovens dez por cento de toda a
produção e riqueza de nosso país, multiplicaremos isso por dez em pouco tempo.
É por isso que nos esforçamos muito para instalar bibliotecas nas cidades
paulistas, buscando contribuir para reduzir a carência desses espaços públicos
de acesso ao conhecimento.
Na estrutura do ensino, o
livro só perde em importância para os professores e alunos, mas é um grande
aliado e parceiro para que mestres e estudantes, ensinando e aprendendo,
construam o Brasil de nossos sonhos!
*Presidente
do Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo (SINDIGRAF-SP),
coordenador do Comitê da Cadeia Produtiva do Papel, Gráfica e Embalagem
(Copagrem) da Fiesp, presidente da Confederação Latino-americana da Indústria
Gráfica e country manager da Two Sides Brasil.
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