No Brasil, há 14 milhões de
analfabetos absolutos e cerca de 35 milhões de analfabetos funcionais (20,3%
dos habitantes/IBGE 2012). Estes, para o IBOPE (2005), são 68%. Ante tais
estatísticas, é uma afronta o corte de R$ 9,5 bilhões no orçamento do
Ministério da Educação em 2015. Para o ajuste fiscal, há despesas supérfluas e
de custeio que podem ser extintas, como os milhares de cargos preenchidos por apaniguados
políticos.
O corte de verbas do MEC é
prejudicial às metas qualitativas. O mesmo se aplica a estados e municípios. O
governo paulista, por exemplo, acaba de cancelar a compra de 18 milhões de
livros para alunos e professores. Ademais, há programas federais, como a
Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA), que simplesmente não serão
realizados em 2105.
Para a indústria gráfica,
que pioneiramente defendeu a destinação de 10% do PIB ao ensino, é preocupante
assistir a esses retrocessos. Realizamos no Brasil, desde 2014, a campanha Two
Sides, que conta com 42 entidades signatárias, as quais congregam 80 mil
empresas, geradoras de 615 mil empregos diretos e faturamento anual de US$ 40
bilhões.
É um trabalho voltado ao esclarecimento das virtudes e importância da
comunicação impressa.
O propósito de Two Sides é
demonstrar o caráter sustentável da comunicação impressa e o seu significado
para a sociedade. E estamos obtendo sucesso nesses objetivos. Contudo, nenhuma
mídia, impressa ou eletrônica, será plenamente sustentável enquanto persistir
grau elevado de analfabetismo, inclusive o funcional. Assim, é importante que
as autoridades reflitam se há algum sentido em continuar tirando verbas da
educação.
*Presidente
do Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo (SINDIGRAF-SP),
coordenador do Comitê da Cadeia Produtiva do Papel, Gráfica e Embalagem
(Copagrem) da Fiesp, presidente da Confederação Latino-americana da Indústria
Gráfica e country manager da Two Sides Brasil.
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