A
pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro revela queda de 5,55%
no preço médio real do livro em 2015. Produção e faturamento recuaram fortemente,
impactados pela crise econômica nacional
Em 2015 o setor editorial
brasileiro produziu 447 milhões de exemplares, vendeu 389 milhões e faturou R$
5,23 bilhões. É o que demonstra a nova edição do estudo, realizado pela
Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), para a Câmara Brasileira do
Livro (CBL) e o Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snell).
Em relação a 2014 o
faturamento teve queda nominal de 3,27%, o que significa recuo real de 12,63%,
considerada a variação do IPCA no ano passado. O total de livros produzidos
diminuiu 10,87%, e o de vendidos, 10,65%.
Considerado apenas o recorte
da pesquisa relativa ao mercado, excluindo-se as compras governamentais, o
faturamento foi de R$ 4 bilhões, referentes à venda de 254,68 milhões de
exemplares. Em comparação ao exercício anterior, verificam-se quedas de 3,99% e
8,19%, respectivamente. O preço médio do livro, exclusivamente no mercado,
cresceu 4,57% em termos nominais, significando queda real de 5,55%. Essa
variável retoma, assim, a trajetória descendente verificada há alguns anos, que
havia sido interrompida em 2014.
No segmento do governo, o
faturamento foi de R$ 1,22 bilhão (-0,86%) em relação a 2014, com a venda de
134,59 milhões de livros (-14,98%). Observa-se que, em 2015, não ocorreram
compras, por parte da União, no âmbito do Programa Nacional Biblioteca da
Escola (PNBE) e do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, com
significativo impacto negativo na produção de livros infanto-juvenis: queda de
33,5 milhões de exemplares na comparação com 2014.
Subsetores
e áreas temáticas
O subsetor de livros
didáticos seguiu liderando a produção, com 221,21 milhões de exemplares (-5,98%
na comparação com 2014) e 12,15 mil títulos (-12,86%). Em segundo lugar,
aparecem as obras gerais, com 112,81 milhões de livros (-19,28%) e 18,31 mil
títulos (-20,94%). Os religiosos, com 77,35 milhões de exemplares (-5,81%) e
7,24 mil títulos (-8,78%), vêm em terceiro lugar. Na quarta posição, ficaram os
científicos, técnicos e profissionais (CTP), com 35,46 milhões de exemplares
(-19,76%) e 14,71 mil títulos (-6,72%).
No tocante às 24 áreas
temáticas, a liderança é dos didáticos, com participação de 49,10% no total de
exemplares produzidos em 2015, seguidos de obras religiosas (19,62%),
literatura adulta (7,08%), autoajuda (4,33%), literatura infantil (2,80%) e
literatura juvenil (2,52%). Na sequência, aparecem os livros de direito (2,08%
do total produzido), medicina (1,86%) e economia e administração (1,73%), temas
que lideram na área de CTP.
Como
o livro chega ao leitor
As livrarias, com 130,64
milhões de exemplares vendidos, ou 51,30% do total comercializado no mercado,
excluindo-se governo, seguiram, em 2015, como o principal canal de venda das
editoras. Os distribuidores responderam por 43,60 milhões de livros, o
equivalente a 17,12%. O segmento porta a porta teve participação importante, de
9,66%, com 24,60 milhões de livros.
A comercialização em
igrejas, templos, supermercados e escolas, além de livros comprados por
empresas, também tem relevância. A venda direta nos sites das editoras é muito
pequena, com participação de apenas 0,83% do total.
Quanto aos conteúdos
digitais, vendeu-se 1,21 milhão, com faturamento de R$ 16,79 milhões. Os dados,
contudo, correspondem apenas a um recorte do mercado, já que ainda não há
informações precisas sobre todo o universo de editoras.
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