Por Erick Krulikowski e Adriana Baraldi*
Seja questionador - questionar o status quo e tudo mais (inclusive o próprio modelo de negócios) é a base para ser criativo nos negócios. As boas respostas começam com boas perguntas, e por isso o exercício do questionamento livre de amarras pode ajudar bastante. O teste dos “Por quês” ajuda a desmontar respostas e falsos argumentos, e utilizar a expressão “e se...” contribui para imaginar cenários. A Motorola nasceu fabricando rádios para carros, mudou radicalmente de negócio e se tornou conhecida produzindo celulares.
Seja um articulador (de ideias e de pessoas) – um ambiente criativo é um ambiente onde o fluxo de pessoas e ideias é livre. A capacidade de articular essas peças é que faz com que uma empresa seja criativa. Para isso, também é importante exercer o desapego da autoria: mais do que promover a “sua” ideia, é importante conduzir o grupo para chegar a uma boa ideia para a empresa.
Envolva e motive as pessoas – a criatividade tem mais resultados nos negócios se não ficar presa a um grupo específico da organização. Uma empresa da Costa Rica que exporta abacaxis motivou seus colaboradores da seguinte forma: se alguém tivesse uma ideia que pudesse diminuir os custos da empresa, receberia uma premiação em dinheiro – não importando em qual nível hierárquico estivesse. Um dos empregados que trabalhava carregando e armazenando os abacaxis teve a ideia de mudar o tamanho padrão das caixas de armazenamento: com apenas alguns centímetros a mais em cada caixa, foi possível armazenar mais abacaxis em um volume – e milhares em cada contêiner, fazendo a empresa diminuir seus custos de exportação.
Pense em soluções simples e diferentes para os problemas - a criatividade tem a ver com a forma que encaramos os problemas e com a combinação de ideias que utilizamos nessa abordagem. Neste sentido, as técnicas de Pensamento Lateral, que nos estimulam a ver os problema sob outra perspectiva, podem ajudar bastante. “Emprestar” soluções utilizadas em outros ramos de negócio (ou seja, geradas com outra perspectiva) pode se mostrar uma alternativa interessante: Steve Jobs, empreendedor visionário da Apple, utilizou seus conhecimentos adquiridos nas aulas de caligrafia para criar a famosa tipografia do Mac.
Encontre o equilíbrio entre a organização e a desorganização necessárias para criar – algumas vezes, músicos de jazz parecem estar tocando coisas completamente diferentes ao mesmo tempo, mas a estrutura da música é uma só e todos estão em sintonia, fazendo com que mantenham-se em perfeito equilíbrio entre o “caos criativo” do improviso e a organização. Portanto, até a criatividade deve ser, de certa forma, planejada. Nos negócios, a abordagem pode ser parecida: equilibre soluções criativas com processo já bem conhecidos pela empresa, de forma a manter todos da equipe na ‘mesma partitura’.
*Adriana Baraldi
Especialista em criatividade para inovação. Consultora e professora universitária. Mestre em administração de empresas. Defende ações de desenvolvimento social por meio da educação. Aplica criatividade como recurso para estratégia com foco em inovação. Experiencia profissional em empresas multinacionais com Bunge, Firmenich e Bayer. Gestora da área de marketing e desenvolvimento de novos negócios, produtos e conceitos.
Erick Krulikowski
É sócio diretor da i Setor. Tem mais de 15 anos de experiência em gestão executiva de projetos e negócios nas áreas da cultura, educação e saúde, com ênfase em planejamento estratégico, administração financeira, captação de recursos e desenvolvimento institucional. Graduado em Música pela Universidade de São Paulo (USP), tem MBA com ênfase em Marketing pela Universidad Latinoamericana de Ciencia y Tecnologia (San Jose, Costa Rica). Participa do curso de Análise de Empresas e Valor do Programa de Educação Continuada da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP).
Nenhum comentário:
Postar um comentário