Os primeiros movimentos da
equipe econômica neste início do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff
parecem ter passado um grau maior de confiança aos agentes econômicos,
investidores e ao mercado em geral. A reação positiva deve-se, principalmente,
à sinalização de uma nova postura do governo ante a questão fiscal, que foi a
grande responsável pela quebra de credibilidade nos últimos anos, nos quais
houve paulatino agravamento do desequilíbrio entre receitas e despesas,
culminando com o colapso do superávit primário em 2014.
Positivo, portanto, o
cenário que começa a se delinear, pois é premente a recuperação da economia
brasileira, que não pode seguir crescendo quase zero a cada exercício, sob pena
de perdermos tudo o que conquistamos em termos de aumento da renda e baixo
índice de desemprego, que, felizmente, ainda se mantém. Portanto, é hora de
acreditar na capacidade e no potencial do País e nas pessoas responsáveis pela
realização das políticas públicas.
Nesse caso, o verbo
“acreditar” tem um significado mais amplo do que um voto de confiança. Quer
dizer, também, transformar o crédito em estímulo e compromisso de trabalho no
sentido de contribuir para a retomada de um fluxo mais consistente de expansão
do PIB. Obviamente, as políticas públicas e as medidas adotadas pelo governo
são fundamentais para os rumos da economia, mas o esforço de cada trabalhador,
empresa e da sociedade em geral também é crucial.
No tocante à nova postura do
governo quanto à responsabilidade fiscal, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy,
tem transmitido com segurança as informações e metas, começando pela redução de
despesas e o anúncio agora do pacote fiscal. Sinal do esforço para reequacionar
despesas e receitas.
O equilíbrio entre as duas
pontas é muito sensível e determinante para o sucesso ou o fracasso de toda uma
política econômica. As receitas, advindas exclusivamente da arrecadação de
impostos, não podem ultrapassar os limites da capacidade da sociedade de
transferir dinheiro para o erário público, sob pena de se inviabilizarem a
produção e o trabalho; e o corte de despesas não pode extrapolar um valor que
impediria os investimentos públicos, principalmente em infraestrutura, e o
atendimento às prioridades do Estado, como saúde, educação e segurança.
Em síntese, os impostos não
podem asfixiar os contribuintes e o corte de despesas não pode matar a
economia. Encontrar esse ponto de equilíbrio será o grande desafio de Joaquim
Levy e de toda a equipe econômica. Em sua trajetória profissional, ele já
demonstrou ser competente e, portanto, capaz de buscar essa sensível calibragem
para que o Brasil se estabilize e possa voltar a crescer em níveis mais
consistentes. Encontrar o ponto certo entre a poupança de recursos e a
arrecadação será uma verdadeira obra de arte do ministro!
Para isso, é importante que
ele e todo o time encarregado de resgatar a confiança, a competitividade e o
crescimento da economia nacional tenham um voto de confiança neste momento
decisivo. O Brasil é um país com imenso potencial de recursos naturais,
minerais, hídricos, petrolífero, agropecuários e bioenergéticos. Tem indústria
estruturada, com grande capacidade produtiva, serviços e setor financeiro de
primeiro mundo. Precisamos reverter tudo isso em favor de nossa competitividade
e crescimento sustentado. Vamos trabalhar e vencer!
*Presidente
da Abigraf Nacional (Associação Brasileira da Indústria Gráfica).
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