Foi lançada no dia 4 de
novembro, na área externa do Museu da República, em Brasília, a Revista Traços.
A publicação, que conta com
apoio de Incentivo à Cultura do DF, Secretaria de Cultura e Bancorbrás,
propõe-se a ser um veículo de inserção social, já que será comercializada por
moradores de rua, os chamados “porta-vozes da cultura”, em pontos estratégicos
da cidade.
Ela terá preço de capa de R$
5, dos quais R$ 4 ficarão com o vendedor, que utilizará R$ 1 da venda para
comprar um novo exemplar, criando, dessa forma, um ciclo de geração de renda.
Já existem projetos similares em mais de cem cidades do mundo.
Segundo o músico e
jornalista André Noblat (filho de Ricardo Noblat), editor-chefe da revista, que
idealizou o projeto com sua mãe Rebeca Scatrut, “foram dez anos de correria
para viabiliazá-la na Capital Federal. Ao longo desse tempo até surgiram
oportunidades de lançar a revista, mas não o principal, que é o acompanhamento
da pessoa em situação de rua. Quando fui conhecer outras publicações, percebi que
é isso que garante o sucesso da iniciativa. É uma vitória. A gente conseguiu
reunir grandes parceiros que possibilitaram as condições necessárias para
realizar o projeto”.
“A revista vai ter um bom
conteúdo, é visualmente linda e ainda tem um projeto social maravilhoso, que é
o que também nos move”, reforça o chefe de Redação José Rezende Jr.. “Vamos
recuperar aquele jornalismo com missão, com responsabilidade social”. Rezende
teve passagens por Correio Braziliense, O Globo, IstoÉ e JB. E é autor de três
livros de contos e um livro infanto-juvenil, e ganhou o Jabuti de Melhor Livro
de Contos em 2010.
A edição de estreia traz na
capa uma entrevista com o bandolinista candango Hamilton de Holanda. O artista
fala sobre sua relação com a cidade e sobre seus inúmeros projetos. As fotos
foram realizadas na Concha Acústica da cidade, num cenário deslumbrante, como
costuma acontecer nos períodos de seca do Centro-Oeste, pelo fotógrafo Bento
Viana, que assina a direção de fotografia.
Os vendedores da Traços
estarão identificados com coletes e bonés em bares, restaurantes, pontos
comerciais e eventos culturais da cidade. Parceria com Abrasel e Sindhobar
ajudou a sensibilizar os estabelecimentos comerciais que funcionarão como
pontos de venda fixos. Os beneficiários do projeto foram selecionados no Centro
Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop) da 903 Sul e
capacitados por meio de oficinas nas quais foram desenvolvidos diversos temas,
como jornalismo, fotografia, vendas, além do código de conduta da revista. No
total, serão 50 vendedores, e a ideia é que cada um possa construir uma rede de
clientes em seu ponto. Cada “porta-voz da cultura” recebe gratuitamente um lote
inicial de 30 exemplares. Mais informações com Fábia Pessoa (61-9692-9835) e
Marcus Lacerda (9359-2909).
Por: Redação
Jornalistas&Cia
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