Apesar de o Brasil colocar-se entre as nações mais
industrializadas do planeta – atualmente é a 7.º colocada entre mais ricas –
ainda está longe de ser considerada uma potência econômica. Um dos problemas
diagnosticados por especialistas é a baixa produtividade. Um brasileiro
trabalha por ano, em média, mais horas que franceses, italianos, suíços,
alemães, noruegueses, dinamarqueses ou belgas, mas produz apenas um quarto do
que os trabalhadores desses países, segundo dados da Organização Internacional
do Trabalho (OIT).
Mesmo sendo considerados os mais produtivos, os
americanos trabalham em média menos que os brasileiros. Enquanto nos Estados
Unidos um profissional passa 1.790 horas por ano no trabalho, no Brasil esse
número sobre para 2.032. No entanto, o brasileiro leva quase seis dias para
realizar o que um americano faz em apenas um dia.
Geralmente, as nações mais pobres, defasadas do ponto de
vista tecnológico, trabalham por mais tempo que os países mais desenvolvidos,
como uma forma de compensar a falta de tecnologia por mão de obra barata.
Enquanto no Brasil, os sindicatos lutam para a redução da jornada de trabalho
de 44 para 40 horas, na Alemanha, por exemplo, a luta é para chegar a 35 horas,
jornada já praticada em outras nações europeias, como Bélgica e França.
Um diagnóstico feito por especialistas mostra que a
principal causa para essa produção desacelerada é a educação deficiente do
brasileiro. Apenas 43% dos adultos
possuem o ensino médio, uma média bem menor que a encontrada nos países da
Organização para a Cooperação de Desenvolvimento Econômico (OCDE). Entre os
jovens de 25 a 34 anos, a situação não melhora muito: apenas 57% terminaram o
ensino médio, ante 82% na comparação internacional.
É por causa de situações como essa que o CIEE, com experiência
de 50 anos na inserção do jovem no mercado de trabalho, vem incentivando a
educação e a formação profissional dos estudantes com o estágio e aprendizagem,
a fim de melhorar as condições de trabalho e de vida para os futuros talentos.
Mas também é preciso que o poder público priorize a educação para que a
produtividade ganhe novos rumos. Só assim podemos sair dessa situação incômoda
no mercado internacional.
*Presidente executivo do Centro de Integração
Empresa-Escola (CIEE), da Academia Paulista de História (APH) e diretor da
Fiesp
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