quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Em sete dias, a América Latina foi o Brasil das impressões

ExpoPrint atrai visitantes de todo o mundo e deixa no ar uma atmosfera saudável de novos negócios que agitará o segmento daqui em diante

Por Fábio Sabbag, editor da GRAPHPRINT
         
Em certos momentos, pegamo-nos pensando em como será o futuro e o presente da indústria gráfica. Há pensamentos, diga-se a verdade, que teimam em levar a mente para caminhos obscuros, sem saídas de emergência. Instantaneamente, pessoalmente, faço questão de elevar o lado negro da mente para os verdes campos da consciência positiva.

Num rápido balanço, enxergo horizontes pragmáticos e saudáveis para o mercado de impressão. Foi assim, empolgante e baseada em estatísticas reais que a ExpoPrint conduziu os sete dias de feira. A atmosfera no Transamérica Expo Center deu a leitura de ótimas atitudes circulando na mente da indústria gráfica.

Já no terceiro dia do evento, visitei quatro empresas - que por questões evidentes prefiro não citar nomes -, que quitaram o investimento para participar do evento. Sim, ainda no terceiro dia, conseguiram alinhar algumas questões que ficaram pendentes com clientes que já tinham sinergia com seus produtos.

Volto, sem querer ser redundante, a apostar no verdadeiro sorriso aberto de um mercado que sofre, é verdade, em alguns pontos. Um sorriso predominante em todos os expositores. Não se trata, deixemos claro, de um sorriso de deboche, muito menos de um sorriso para desmascarar certas aflições. Escrevo aqui de sorrisos verdadeiros que não escondem as caras feias que terão de derrubar e que, ao mesmo tempo, vislumbram o poder de fogo que a impressão tem pela frente.

Ou vai me dizer que os 48.866 visitantes (sendo 4.082 estrangeiros) que passaram pelos 40 mil metros quadrados de feira, conhecendo as novidades de mais de 300 expositores, que expuseram mais de 750 marcas, estão reticentes quanto ao desenrolar da indústria de impressão? Multiplicando o total por dois, pensando numa simples família de duas pessoas, chegamos ao total de 97.732 pessoas sendo orientadas, conduzidas e sustentadas pela impressão nos mais diversos substratos.        

De acordo com a APS Feiras & Eventos, organizadora da feira, os negócios gerados ultrapassaram os US$ 400 milhões. E quanto mais está engatilhado para acontecer até o final do ano? Muitos, tenha a certeza.

Os preparativos para 2018 já começaram. Daqui a quatro anos, o evento será promovido em cinco dias, de terça a sábado, no Expo Center Norte, em São Paulo. O mês ainda não foi definido, mas a tendência é que seja ainda no primeiro semestre. Não posso perder a oportunidade de lembrá-lo que a única coisa que pode mudar nosso sorriso daqui a quatro anos é encontrar novamente com a Alemanha na Copa do Mundo da Rússia. Melhor não mexer com isso!

Inesquecível

No dia 16 de julho foi realizada a abertura oficial da ExpoPrint Latin America 2014. Fizeram parte Dieter Brandt, presidente da Associação dos Agentes de Fornecedores e Insumos da Indústria Gráfica (Afeigraf), Klaus Tiedemann, diretor da ExpoPrint Latin America 2014, membros da diretoria da associação, Alexandre Keese, Ismael Guarnelli e Sandra Keese, diretores da APS Feiras & Eventos. Representantes de entidades nacionais e latino-americanas do setor, como Sindigraf, Abigraf, Conlatingraf, Fiesp e Julio Semeghini (que representou o Governo do Estado de São Paulo) prestigiaram a abertura dos “portões”.

Na opinião de Brandt, a ExpoPrint nasceu em 2004 como um projeto audacioso de um grupo de empresários que queria oferecer ao mercado gráfico brasileiro um evento de padrão internacional. “Hoje, comemoramos mais um sonho realizado, abrindo oficialmente a feira que se consagrou como o terceiro maior evento gráfico do mundo”, disse.

Karl Klökler, ex-presidente da Afeigraf e ex-diretor da ExpoPrint Latin America 2006 e 2010, falecido recentemente, não foi esquecido pelos representantes da feira.    
Tiedemann, por sua vez, destacou a importância do papel para a história do mundo e frisou a pujança do mercado gráfico mundial e brasileiro. “Citando Fausto, somente o que está impresso, em papel, nos dá garantia, lastro. Por isso, apesar do que muitos dizem sobre a impressão, ela continua e continuará a existir. O alto número de visitantes foi reforçado por sua qualidade, com muitos tomadores de decisão, empresários prontos para investir, o que refletiu no valor em negócios gerados em sete dias de feira e seguirá dando o tom para as negociações iniciadas na ExpoPrint que serão concluídas nos próximos meses", falou.

Para Ismael Guarnelli, diretor da APS Feiras & Eventos, o sucesso foi atingido em todos os sentidos: “Os números mostram que o trabalho de divulgação gerou grandes resultados. O retorno de visitantes e expositores sobre a organização da feira foi algo que nos deixou extremamente satisfeitos. Não há dúvidas de que a ExpoPrint Latin America 2014 foi, acima de tudo, uma grande vitória da indústria de impressão como um todo."
Impressões

Revelamos então as opiniões de executivos do setor sobre o evento. “A feira foi surpreendente. Foi muito bom para a Starlaser em termos de qualidade do público. Notei muitas pessoas do segmento de embalagens que vieram ao encontro dos novos produtos apresentados pela Starlaser. Os clientes falaram muito bem do conteúdo e daqui a quatro anos teremos um evento muito maior certamente”, disse Sidney Silveira, diretor da Starlaser.

Para a Compulaser, empresa que participou pela primeira vez, o evento superou todas as metas planejadas: “O Guia Profissional - Gráficos e Designers, por exemplo, procurou colocar todos os recursos de impressão, acabamento e tecnologia de convergências existentes. Cerca de 90% do que pode ser aplicado na mídia impressa está presente no caderno. É uma fonte de inspiração, com novas sugestões e aplicações diferenciadas. Designer, gráficos e todos os profissionais que atuam no setor podem usar o livro para aumentar seu leque de oportunidades. O material também será comercializado em livrarias”, avisa Renato Oliveira, diretor da Compulaser.    

Daniel Eraldo, diretor de marketing e de desenvolvimento de novos negócios da Zanatto, fala em resultado excelente, além de notar um número muito grande de participantes que estão desenvolvendo novos negócios. “Há várias empresas com solidez financeira que conseguem sair do comum e fazer novos desenvolvimentos com foco em tecnologia e produtividade. A procura foi baseada na otimização dos processos para continuar participando do mercado gráfico de forma saudável”, aponta. 

Já o diretor presidente da Cromos, Gero Plueker, compara a ExpoPrint com grandes eventos internacionais: “Quando abriu a possibilidade de participação, há quatro anos, a Cromos fez todo o esforço financeiro para participar e resolveu entrar firme. Chegamos à ExpoPrint e ficamos muito surpresos com o alto nível em todos os aspectos. Recebemos visitantes de vários países europeus, dos Estados Unidos e da Turquia. O Brasil passa por um momento não muito bom, mas o ambiente da feira é totalmente inverso, alegre. A Cromos está com energia renovada.”

Para Alan Gios, do departamento de marketing da Metalgamica, mesmo que com um mercado retraído, muitas negociações que começaram antes da feira se consolidaram. “O pós-feira será bem proveitoso. Há uma necessidade de desenvolvimento de produtos para determinadas áreas e sistema de molha é uma delas. Há pressão para reduzir o uso do álcool isopropílico, mas as pessoas ainda estão perdidas. Há inputs de um lado dizendo que é preciso reduzir, mas por outro lado não tem como reduzir ainda. Não adianta pegar a Alemanha como exemplo, não é possível descartar as máquinas já instaladas no Brasil. É uma questão de desenvolvimento contínuo e esse processo vai levar alguns anos, pois envolve rolaria, soluções de fonte adequadas entre outros insumos. Não é questão de um produto para substituir o álcool isopropílico”, avalia.

“Foi um evento surpreendente em razão da situação econômica como um todo, além do calendário apertado”, disse Sean Maximo, analisa de marketing da Konica Minolta. “A intensidade da feira foi grande e a tendência é de resultados positivos. Para a Konica Minolta não foi diferente, o estande esteve sempre lotado e com prospecção de negócios elevada”, completa.

Surpreendente é a melhor palavra para descrever o evento. “Todos estão em busca de encontrar a melhor forma de transformar a indústria gráfica. Nos últimos meses, o mercado estava menos otimista, mas desde o primeiro dia da feira o movimento foi muito bom. Sentimos um interesse grande tanto de clientes atuais como os que ainda estão buscando mercado no âmbito digital. A certeza é que a impressão digital chegou e os clientes querem saber como vão entrar”, fala Fernando Alperowitch diretor para as linhas HP Indigo e Inkjet 
WebPress da HP na América Latina.         

“Vários clientes estiveram presentes e novos contatos foram conhecer os lançamentos da Prolam, que trazem novas dimensões ao mercado. Apresentamos novos conceitos e opções de acabamentos, como, por exemplo, holografia e materiais metalizados. Sentimos também grande participação de empresas da América Latina interessadas em fazer negócios com o Brasil”, conta Marcos Marcello, diretor de marketing da Prolam.

Veio gente de Portugal para conferir as novidades e ter uma visão do que está acontecendo na América Latina. A Sogapal - Sociedade Gráfica da Paiã, representada por Viana Júnior, impressor chefe de máquina, registrou sua participação. “Atuamos no mercado publicitário, revistas, jornais e panfletos promocionais. A empresa conta com três plantas localizadas em Lisboa. No mercado gráfico português há um grande investimento em rotativas comercial e, em contrapartida, uma diminuição de máquinas planas de 10 anos para cá. Já a impressão digital está no nível das gráficas rápidas e não vejo caminhar em conjunto com as grandes gráficas em Portugal”, avaliou o profissional da indústria gráfica portuguesa. 

Na opinião de Francisco Veloso Filho, diretor da Overlake, o evento se consolidou sendo a plataforma ideal para lançamento de produtos. “A feira tem essa consistência positiva. De equipamentos a serviços, todos apresentaram novidades e por isso o gráfico conseguiu pegar informação. Nosso catálogo foi muito bem recebido, pois mostrou muitas inovações para o segmento de embalagens.”

Hamilton Terni Costa, diretor da ANconsulting, detectou animação: “O comentário geral é que 2014 realmente começou. Há uma efetiva intenção de investimento. O pessoal tem carta de intenção assinada ou pedidos fechados. A situação econômica é difícil para todos, seja de offset ou digital, mas o mercado está bem animado. Empresas de softwares e web to print fecharam muitas plataformas e espero que seja o começo para emendar 2015, que também não será um ano fácil”, opina Costa.

O presidente da Heidelberg do Brasil José Luis Gutiérrez, declarou que a companhia cumpriu seus objetivos: "Tínhamos três objetivos quando começamos a ExpoPrint: o primeiro era econômico, com volumes de pedidos, que conseguimos e superamos; o segundo era atender clientes satisfeitos e orgulhosos de serem nossos parceiros, o que também estamos conseguindo; e o terceiro era que nossos colaboradores se motivassem e acreditassem na indústria gráfica, o que também conseguimos", disse Gutiérrez, que completou: "Separamos nosso estande em uma parte mais industrial e outra comercial, com equipamentos com a mais alta tecnologia do mercado".

Para o gerente de marketing da Agfa Graphics para a América Latina, Eduardo Sousa, "a ExpoPrint é a feira mais importante da nossa indústria na América e reafirmou sua importância, trazendo otimismo ao mercado. A Agfa tem muito a comemorar, pois trouxe novidades e tendências importantes, como a solução web to print. Os clientes ficaram impressionados com a amplitude que a ferramenta proporciona; fechamos bons negócios com o software e também com nossa impressão inkjet".

O diretor de planejamento e marketing da Alphaprint, Hadriano Domingues, destacou o público qualificado da ExpoPrint Latin America 2014. "A presença em nosso estande teve forte presença de decisores, como donos de gráficas e profissionais da área comercial. Estamos surpresos com a qualidade. Tivemos vendas durante a ExpoPrint e projetos que tocaremos pós-feira. Os clientes ficaram interessados e acreditamos que o resultado final será bastante positivo".  

De acordo com Caio Nakagawa, gerente de produtos da Furnax, "foi uma feira que reuniu muitos clientes atuais da Furnax; reencontramos amigos e realizamos negócios. Foi uma feira positiva. Estávamos com uma expectativa pessimista com o cenário da Copa do Mundo e eleições presidenciais, mas o resultado final foi bem positivo. Concretizamos alguns negócios e há mais outros para acontecer".

Luiz Cesar Dutra, diretor geral da KBA Brasil, também se surpreendeu com a ExpoPrint. "Vínhamos de um mercado devagar, com as pessoas em dúvida. Porém, a ExpoPrint surpreendeu, com grande movimento, muitos visitantes interessados em conhecer a nova KBA, um trabalho que estamos fazendo há alguns anos. As pessoas viram nossa máquina destinada ao mercado de cartonagem durante as demonstrações e conheceram a KBA."

A superação de expectativa também foi vista na Sun Chemical. “Tivemos uma surpresa incrível em relação ao número de visitantes; uma grande quantidade e qualidade que nos surpreendeu, com muitos clientes tomadores de decisão e que trabalham diretamente com produção e vieram conhecer nossas tecnologias. Enxergamos que o gráfico brasileiro está buscando novas tecnologias e maneiras de fazer crescer seu negócio, com maior rentabilidade e produtividade. Para nós, isto foi uma grata satisfação. Estamos muito felizes com o resultado da ExpoPrint e vamos nos preparar para a próxima, e que seja ainda melhor do que essa”, falou Cristina Barros, key account manager - narrow web & metal deco da Sun Chemical do Brasil.

O gerente-geral da Ferrostaal, Janio Coelho, concorda: "Há muito tempo promovemos a tecnologia LED UV e a ExpoPrint 2014 deu uma repercussão acima do esperado. O que escutamos dos clientes por onde andamos da feira foi o avanço que essa tecnologia trouxe ao mercado. Nosso stand ficou cheio nas apresentações e o nível de perguntas e a qualidade de geração de negócios nos surpreenderam bastante. A tecnologia mostrou estar pronta e os clientes entenderam isso. Estamos felizes com o resultado."

De acordo com o gerente de marketing da OKI, Marcio Marquese, "a feira foi um sucesso para a empresa pela exposição dos novos equipamentos e pela geração de negócios. Trata-se de um público muito aderente à tecnologia que oferecemos ao mercado".
Enio Zucchino, gerente de desenvolvimento de mercado para impressão comercial da Kodak, frisou a aposta da escolha da companhia na ExpoPrint Latin America 2014: "A Kodak fez questão de trazer todo o portfólio de produtos para a feira, sendo hoje 100% focada na área de impressão industrial gráfica, mostrando ao empresário formas de revolucionar o negócio gráfico e se diferenciar no mercado. Foi uma das feiras eleitas pela Kodak para participação. O público é condizente com o que esperávamos esperando e mais qualificado em saber o que busca. Então, o balanço foi excelente para nós."

Para Osmar Barbosa, gerente-geral da EFI Metrics, da área de Software de Produtividade na América Latina, "a ExpoPrint Latin America é uma vitrine de novas tecnologias; para nós, da EFI, é sempre um momento muito importante e esperado. Durante o evento milhares de visitantes puderam conferir a atuação de três importantes linhas da EFI: as linhas de sistemas de gerenciamento EPS, as soluções Fiery e os equipamentos digitais Inkjet, além de tirar dúvidas com executivos e ver todo o desempenho de nossos produtos. O resultado atingiu nossas expectativas, com a realização de bons negócios, inclusive com empresas estrangeiras".

Para a Calcgraf, a prospecção de clientes foi intensa, assim como o encontro dos usuários do sistema de todo o Brasil e mesmo do exterior: "A presença de latino-americanos foi grande, superando a edição anterior da feira", comentou Karina Escobar, diretora da empresa.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário