segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Alta do dólar deixa empresas de outsourcing de impressão em alerta - Por Rodrigo Reis*

A disparada do dólar sem uma expectativa de volta aos antigos patamares tem despertado a preocupação de diversos setores da economia brasileira, e com as empresas de outsourcing de impressão não é diferente.

Tal apreensão deve-se por dois grandes motivos. Em primeiro lugar, basicamente todos os produtos são importados ou têm a matéria-prima originária do exterior, mesmo nos casos dos toners similares ou remanufaturados. O outro fator que acende o sinal amarelo são os contratos entre a empresa de outsourcing e o cliente, que em geral têm longa duração e são fixados em real.

Por exemplo, um acordo de 36 meses assinado quando a moeda americana estava a R$ 1,80 torna-se um calvário quando o dólar alcança um patamar de R$ 2,40. Sem reajuste, este aumento, equivalente a 33%, gera um enorme prejuízo para empresas que não se estruturaram com grandes inventários de suprimentos. Ou seja, na ocasião em que fechou o contrato, o fornecedor trabalhou com uma margem de 20% nas páginas impressas, mas na situação atual, ao invés de ganhar dinheiro, tem um prejuízo de quase 15%.

O cenário é parecido com o de dezembro de 2008, quando a crise mundial alavancou o dólar a R$ 2,48. Muitas empresas de outsourcing tiveram que renegociar os contratos com seus clientes ou, até mesmo, abrir mão de alguns deles. Desta vez a situação é mais alarmante porque, diferentemente da crise de 2008, não é possível ver uma luz no fim do túnel. Não há previsão de que o dólar baixe, pelo contrário. Especialistas acreditam que a moeda possa chegar a R$ 2,70 até o final deste ano, impossibilitando a vigência de qualquer contrato fechado quando o dólar estava abaixo dos R$ 2.

A hora é de renegociar o que for possível, oferecendo novas alternativas ao cliente. Um caminho é convencê-lo a abrir mão de uma quantidade de suprimentos em troca de outros serviços. É importante lembrar que a qualidade ainda é a maior arma do outsourcing contra o mercado paralelo. No final, os custos do cliente e o prejuízo causado por um toner alternativo, que dura 30% a menos e pode danificar o equipamento, podem ser maiores do que o investimento no contrato de outsourcing.

*Diretor comercial e Sócio da Reis Office, empresa de soluções completas para impressão, digitalização, transmissão e armazenamento de documento


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