A
disparada do dólar sem uma expectativa de volta aos antigos patamares tem
despertado a preocupação de diversos setores da economia brasileira, e com as
empresas de outsourcing de impressão não é diferente.
Tal
apreensão deve-se por dois grandes motivos. Em primeiro lugar, basicamente
todos os produtos são importados ou têm a matéria-prima originária do exterior,
mesmo nos casos dos toners similares ou remanufaturados. O outro fator que
acende o sinal amarelo são os contratos entre a empresa de outsourcing e o
cliente, que em geral têm longa duração e são fixados em real.
Por
exemplo, um acordo de 36 meses assinado quando a moeda americana estava a R$
1,80 torna-se um calvário quando o dólar alcança um patamar de R$ 2,40. Sem
reajuste, este aumento, equivalente a 33%, gera um enorme prejuízo para
empresas que não se estruturaram com grandes inventários de suprimentos. Ou
seja, na ocasião em que fechou o contrato, o fornecedor trabalhou com uma
margem de 20% nas páginas impressas, mas na situação atual, ao invés de ganhar
dinheiro, tem um prejuízo de quase 15%.
O
cenário é parecido com o de dezembro de 2008, quando a crise mundial alavancou
o dólar a R$ 2,48. Muitas empresas de outsourcing tiveram que renegociar os
contratos com seus clientes ou, até mesmo, abrir mão de alguns deles. Desta vez
a situação é mais alarmante porque, diferentemente da crise de 2008, não é
possível ver uma luz no fim do túnel. Não há previsão de que o dólar baixe,
pelo contrário. Especialistas acreditam que a moeda possa chegar a R$ 2,70 até
o final deste ano, impossibilitando a vigência de qualquer contrato fechado
quando o dólar estava abaixo dos R$ 2.
A
hora é de renegociar o que for possível, oferecendo novas alternativas ao
cliente. Um caminho é convencê-lo a abrir mão de uma quantidade de suprimentos
em troca de outros serviços. É importante lembrar que a qualidade ainda é a
maior arma do outsourcing contra o mercado paralelo. No final, os custos do
cliente e o prejuízo causado por um toner alternativo, que dura 30% a menos e
pode danificar o equipamento, podem ser maiores do que o investimento no
contrato de outsourcing.
*Diretor comercial e Sócio da Reis
Office, empresa de soluções completas para impressão, digitalização,
transmissão e armazenamento de documento
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