Há
poucos dias, recebi um e-mail de um jovem empresário gráfico que estava
bastante deprimido e com apreensão manifestando suas insatisfações para com o
nosso ramo, com a falta de perspectivas e com a vida.
Tive
a sensação de que ele possui sentimentos
que transitam da frustração por conquistas não alcançadas, passando pela
desmotivação decorrente da falta de trabalho, concorrência que ele acredita ser
desleal e o próprio reconhecimento como empresário gráfico batalhador, que vai
até a desilusão diante da falta de perspectivas.
Ele
me procurou, perguntando por que o mercado está assim e quais as razões que
fazem com que a empresa dele não consegue deslanchar e ele próprio não tenha
mais vontade de continuar. Fui até a empresa dele e tivemos uma longa conversa
onde ele confessou que não acreditava mais em nada.
Respondi
que é justamente ele que pode fazer a sua empresa deslanchar, fazendo a parte
dele e não esperando que as coisas caiam do céu e aconteçam assim sem mais nem
menos.
Nesta
angústia existencial, a dúvida sobre, se a vida como dono de gráfica vale a
pena ser vivida, evidentemente não se restringe ao âmbito profissional. Ela
assume contornos maiores, manifestando-se num estado de tédio e apatia através
dos quais a pessoa vai morrendo interiormente e de forma lenta. Isso traz
reflexos também na vida familiar e social como um todo.
De
acordo com o famoso psicólogo Viktor Frankl, as emoções são como algo em estado
volátil. Tal como um gás, preenche de forma uniforme e integral todo um espaço
vazio, assim a tristeza, a solidão, a angústia e o sofrimento ocupam toda a
alma humana.
Por
sorte, analogamente, o mesmo se aplica à menor das alegrias influenciando
igualmente o lado profissional. O problema é que estamos aqui nos queixando
constantemente, quase que implorando para que alguém faça alguma coisa.
Só
nos esquecemos de que nós podemos ajudar a melhorar o setor e com isso a nossa
empresa, se tomarmos medidas sem esperar acontecer alguma coisa.
Por
isso, não basta esperar que os outros o façam. É essencial que cada um de nós
identifique sua missão nesta busca por um propósito, o qual pode ocorrer a
partir de alguns caminhos básicos: 1. pela necessidade de se concluir um
trabalho qualquer que será legado aos nossos descendentes e que depende
exclusivamente de nós; 2. pelo amor, o bem último e supremo que pode ser
alcançado pela existência humana. Em sua busca por um sentido para a vida,
lembre-se de que embora o sucesso seja perseguido do ponto de vista profissional,
e a felicidade, no âmbito pessoal, é preciso salientar que ambos devem ser
coisas naturais.
O
elevado índice de mortalidade das empresas, além da ausência de um plano de
negócios, é a falta de um planejamento estratégico implantado, fazendo com que
processos sejam executados de maneira menos assertiva, investimentos são
alocados de forma menos eficiente e esforços em marketing – quando há – são
realizados sem foco, dispersos. Saber “Onde estou” é primordial. Saber
exatamente onde a empresa está inserida no contexto mercadológico proporcionará
a realização de análises como a identificação de seus pontos fortes e fracos em
relação aos seus concorrentes e quais suas ameaças e oportunidades em relação
ao mercado,(a isso chamamos de análise SWOT) e, em face disto, criar futuros
cenários e estabelecer planos de ação. Porém, para isto, é preciso ter a
definição de onde se quer estar. A definição deste objetivo global será o
direcionador para que sejam definidas as estratégias e ações. Se você não sabe
por onde começar, não se acanhe em procurar um expert em empresas gráficas. Não
custa o “olho da cara” e não é despesa. É investimento com retorno a curto e
médio prazo.
Basicamente,
de uma forma mais resumida, é preciso fazer três perguntas: A: Aonde quero chegar?
B: Onde estou? C: Como chegarei até lá?
Só então a partir destas definições poderão ser expandidos os
desdobramentos de um planejamento estratégico, onde poderá trazer como
benefícios para sua empresa o alinhamento da comunicação interna e externa,
potencialização comercial, minimização de perdas em investimentos de baixo
retorno, planejamento de marketing mais assertivo, entre diversos outros
benefícios, tanto em questões operacionais, quanto gerenciais. E em sua
empresa, estão sendo feitas as perguntas certas? Repito; Se não sabe, não se acanhe. Procure
ajuda! O Consultor ou Coach, certamente o ajudará a resolver uma série de
problemas e perguntas, que você talvez nem saiba que existem, como por exemplo
entre elas:
Capacidade
de assumir riscos: Os riscos fazem parte de qualquer atividade e é preciso
aprender a administrá-los. Arriscar significa ter coragem para enfrentar
desafios, ousar a execução de um empreendimento novo e escolher os melhores
caminhos conscientemente.
Saber
aproveitar oportunidades: O empreendedor tem que estar sempre atento e ser
capaz de perceber, no momento certo, as oportunidades de negócio que o mercado
oferece. – O consultor lhe ajuda nisso.
Conhecer
a administração do negócio: Quanto mais se dominar a administração da gráfica
em que atua, maiores serão as chances de êxito. Se já tem experiência no setor
administrativo, ótimo. Se não tem, é preciso investir em cursos, treinamentos,
livros ou solicitar um coach que o oriente.
Ser
organizado: O gráfico deve ter senso de organização e capacidade de utilizar-se
dos recursos de forma lógica e racional. A organização facilita o trabalho e
economiza tempo e dinheiro.
Capacidade
de tomar decisões: O gráfico deve ser capaz de tomar decisões corretas no
momento exato, estar bem informado, analisar friamente a situação e avaliar as
alternativas para poder escolher a solução mais adequada.
Ser
líder: O gráfico tem que saber definir objetivos, orientar a realização de
tarefas, combinar métodos e procedimentos práticos, incentivar pessoas no rumo
das metas definidas e produzir condições de relacionamento equilibrado entre a
equipe de trabalho em torno do empreendimento. Caso não consiga, procure ajuda.
Ter
talento: O gráfico precisa ter talento e certa dose de inconformismo diante das
atividades rotineiras para transformar simples ideias em negócios efetivos.
Manter
o otimismo: O gráfico não pode deixar de ter a esperança de ver seus projetos
realizados, porque é bem informado, conhece o chão em que pisa e tem confiança
em seu desempenho profissional. Contou com a ajuda de um consultor ou Coach.
Possuir
capacidade de aprendizagem: Discordâncias e conflitos são necessários e até
desejáveis. Sem isso não existirá entendimento, sem entendimentos só se tomam
decisões erradas.
*Engº Gráfico, consultor de empresas e diretor da Printconsult Ltda.
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