segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Ser empresário gráfico ainda tem algum sentido? – Por Thomaz Caspary*

Há poucos dias, recebi um e-mail de um jovem empresário gráfico que estava bastante deprimido e com apreensão manifestando suas insatisfações para com o nosso ramo, com a falta de perspectivas e com a vida.

Tive a sensação de que ele  possui sentimentos que transitam da frustração por conquistas não alcançadas, passando pela desmotivação decorrente da falta de trabalho, concorrência que ele acredita ser desleal e o próprio reconhecimento como empresário gráfico batalhador, que vai até a desilusão diante da falta de perspectivas.

Ele me procurou, perguntando por que o mercado está assim e quais as razões que fazem com que a empresa dele não consegue deslanchar e ele próprio não tenha mais vontade de continuar. Fui até a empresa dele e tivemos uma longa conversa onde ele confessou que não acreditava mais em nada. 

Respondi que é justamente ele que pode fazer a sua empresa deslanchar, fazendo a parte dele e não esperando que as coisas caiam do céu e aconteçam assim sem mais nem menos.
Nesta angústia existencial, a dúvida sobre, se a vida como dono de gráfica vale a pena ser vivida, evidentemente não se restringe ao âmbito profissional. Ela assume contornos maiores, manifestando-se num estado de tédio e apatia através dos quais a pessoa vai morrendo interiormente e de forma lenta. Isso traz reflexos também na vida familiar e social como um todo.

De acordo com o famoso psicólogo Viktor Frankl, as emoções são como algo em estado volátil. Tal como um gás, preenche de forma uniforme e integral todo um espaço vazio, assim a tristeza, a solidão, a angústia e o sofrimento ocupam toda a alma humana.

Por sorte, analogamente, o mesmo se aplica à menor das alegrias influenciando igualmente o lado profissional. O problema é que estamos aqui nos queixando constantemente, quase que implorando para que alguém faça alguma coisa.

Só nos esquecemos de que nós podemos ajudar a melhorar o setor e com isso a nossa empresa, se tomarmos medidas sem esperar acontecer alguma coisa.

Por isso, não basta esperar que os outros o façam. É essencial que cada um de nós identifique sua missão nesta busca por um propósito, o qual pode ocorrer a partir de alguns caminhos básicos: 1. pela necessidade de se concluir um trabalho qualquer que será legado aos nossos descendentes e que depende exclusivamente de nós; 2. pelo amor, o bem último e supremo que pode ser alcançado pela existência humana. Em sua busca por um sentido para a vida, lembre-se de que embora o sucesso seja perseguido do ponto de vista profissional, e a felicidade, no âmbito pessoal, é preciso salientar que ambos devem ser coisas naturais.

O elevado índice de mortalidade das empresas, além da ausência de um plano de negócios, é a falta de um planejamento estratégico implantado, fazendo com que processos sejam executados de maneira menos assertiva, investimentos são alocados de forma menos eficiente e esforços em marketing – quando há – são realizados sem foco, dispersos. Saber “Onde estou” é primordial. Saber exatamente onde a empresa está inserida no contexto mercadológico proporcionará a realização de análises como a identificação de seus pontos fortes e fracos em relação aos seus concorrentes e quais suas ameaças e oportunidades em relação ao mercado,(a isso chamamos de análise SWOT) e, em face disto, criar futuros cenários e estabelecer planos de ação. Porém, para isto, é preciso ter a definição de onde se quer estar. A definição deste objetivo global será o direcionador para que sejam definidas as estratégias e ações. Se você não sabe por onde começar, não se acanhe em procurar um expert em empresas gráficas. Não custa o “olho da cara” e não é despesa. É investimento com retorno a curto e médio prazo.

Basicamente, de uma forma mais resumida, é preciso fazer três perguntas: A: Aonde quero chegar? B: Onde estou? C: Como chegarei até lá?    Só então a partir destas definições poderão ser expandidos os desdobramentos de um planejamento estratégico, onde poderá trazer como benefícios para sua empresa o alinhamento da comunicação interna e externa, potencialização comercial, minimização de perdas em investimentos de baixo retorno, planejamento de marketing mais assertivo, entre diversos outros benefícios, tanto em questões operacionais, quanto gerenciais. E em sua empresa, estão sendo feitas as perguntas certas?  Repito; Se não sabe, não se acanhe. Procure ajuda! O Consultor ou Coach, certamente o ajudará a resolver uma série de problemas e perguntas, que você talvez nem saiba que existem, como por exemplo entre elas:

Capacidade de assumir riscos: Os riscos fazem parte de qualquer atividade e é preciso aprender a administrá-los. Arriscar significa ter coragem para enfrentar desafios, ousar a execução de um empreendimento novo e escolher os melhores caminhos conscientemente.
Saber aproveitar oportunidades: O empreendedor tem que estar sempre atento e ser capaz de perceber, no momento certo, as oportunidades de negócio que o mercado oferece. – O consultor lhe ajuda nisso.

Conhecer a administração do negócio: Quanto mais se dominar a administração da gráfica em que atua, maiores serão as chances de êxito. Se já tem experiência no setor administrativo, ótimo. Se não tem, é preciso investir em cursos, treinamentos, livros ou solicitar um coach que o oriente.

Ser organizado: O gráfico deve ter senso de organização e capacidade de utilizar-se dos recursos de forma lógica e racional. A organização facilita o trabalho e economiza tempo e dinheiro.

Capacidade de tomar decisões: O gráfico deve ser capaz de tomar decisões corretas no momento exato, estar bem informado, analisar friamente a situação e avaliar as alternativas para poder escolher a solução mais adequada.
Ser líder: O gráfico tem que saber definir objetivos, orientar a realização de tarefas, combinar métodos e procedimentos práticos, incentivar pessoas no rumo das metas definidas e produzir condições de relacionamento equilibrado entre a equipe de trabalho em torno do empreendimento. Caso não consiga, procure ajuda.

Ter talento: O gráfico precisa ter talento e certa dose de inconformismo diante das atividades rotineiras para transformar simples ideias em negócios efetivos.
Manter o otimismo: O gráfico não pode deixar de ter a esperança de ver seus projetos realizados, porque é bem informado, conhece o chão em que pisa e tem confiança em seu desempenho profissional. Contou com a ajuda de um consultor ou Coach.
Possuir capacidade de aprendizagem: Discordâncias e conflitos são necessários e até desejáveis. Sem isso não existirá entendimento, sem entendimentos só se tomam decisões erradas.


*Engº Gráfico, consultor de empresas e diretor da Printconsult Ltda. 

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