Em coletiva realizada na
Sede da Abigraf, em São Paulo, no dia 14 de outubro, a campanha Two Sides
Brasil, que tem o objetivo de informar e difundir a sustentabilidade do papel e
da impressão, apresentou os resultados da pesquisa Opinião sobre a Comunicação
Impressa, realizada pelo instituto Datafolha.
Nela, foram entrevistadas
2.074 pessoas acima de 16 anos, em 135 municípios. Segundo o instituto, essa
amostra garante um nível de confiabilidade de 95%, com margem de erro de dois
pontos percentuais.
“Os principais números
comprovam uma realidade que já intuíamos: o brasileiro prefere fazer suas
leituras e comunicações em papel e também confia mais nessa mídia para
conservar seus documentos importantes”, constata o country manager da campanha
no País, Fabio Arruda Mortara, presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas
no Estado de São Paulo (Sindigraf-SP), entidade que coordena a implementação da
Two Sides Brasil, com apoio da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Associação
Nacional dos Editores de Revistas (Aner) e outros representantes da cadeia do
papel e da impressão.
Segundo o estudo, a
preferência por livros, revistas e cartas em papel é característica,
respectivamente, de 59%, 56% e 55% da população. Na mesma sequência, os que
preferem o meio eletrônico para essas leituras correspondem a 35%, 37% e 38%. A
equação inverte-se, embora com menor margem de diferença, entre os leitores de
jornal – 48% preferem o eletrônico contra 46% pró-impresso. Mas 80% afirmam que
ler em papel é mais agradável do que ler em uma tela.
Também no que diz respeito à
conservação de documentos importantes, o impresso é disparadamente o favorito:
82%, ante apenas 17% de adeptos de mídias eletrônicas para esses arquivos. De
maneira geral, a percepção do eletrônico como mídia mais sustentável ocorre com
maior frequência entre a população jovem (16 a 34 anos), com ensino superior e
pertencente às classes A e B.
Apesar disso, é quase
unânime (95%) a percepção – em favor do papel, diga-se de passagem – da
importância da renovação de florestas para conter o aquecimento global e da
reciclagem como característica de produtos sustentáveis (reconhecida por 92%
dos entrevistados).
Os números deixaram claro
ainda que a população desconhece quanto do papel e do papelão consumidos são
reciclados (46%, de acordo com dados da Bracelpa de 2012), mas 44% acreditam
que a cadeia do papel e da impressão reciclam mais do que outras indústrias.
Para 89% dos entrevistados,
a extensão de áreas florestais diminuiu no País nos últimos 50 anos, mas a
indústria de papel e celulose não figura entre as três atividades mais
relacionadas a essa perda.
Na opinião de Mortara, a
amostra confirmou também a necessidade de uma campanha como a Two Sides Brasil:
“Apenas 20% dos entrevistados já tinham visto alguma propaganda sobre a
sustentabilidade do papel e da comunicação impressa. É fácil inferir que faltam
informações confiáveis, o que deixa brechas para mitos que alimentam a prática
de greenwashing, quando empresas preocupadas em reduzir seus custos recorrem a
argumentos supostamente ecológicos para cessar o envio de extratos, boletos e
outras correspondências de interesse do consumidor. Temos a missão de
desconstruir esse mitos”, disse ele.
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