terça-feira, 18 de novembro de 2014

Cresce o número de startups lideradas por mulheres em países emergentes

Dados apresentados pela pesquisa Empreendedorismo Feminino, do Sebrae MG, mostram que as empresas que contam com as mulheres na liderança conquistam hoje um dos maiores desafios dos empreendedores brasileiros: fazer com que as empresas se mantenham por mais tempo no mercado.

O empreendedorismo feminino no Brasil é uma tendência crescente (aumentou 21% na última década, mais que o dobro verificado entre os homens) e conta com particularidades que dizem muito sobre uma nova forma de liderar: segundo pesquisa sobre Mulheres Empreendedoras no Brasil realizada pela Endeavor, as mulheres têm menos dificuldade em lidar com a área de recursos humanos e de processo produtivo do que os homens.

Elas também trazem mais inovações ao setor de serviços, principalmente em novas técnicas para de marketing, recursos humanos e integração de equipes. Apesar de a maioria estar centrada no setor de serviços (que responde por 60% do PIB do país e apresenta maior potencial de crescimento), elas também começam a ocupar áreas mais tradicionais, como a indústria.

Outro indicador que aponta uma nova cultura crescente no mercado de trabalho é que o número de mulheres que assumem o comando de startups (empresas iniciantes e em busca de escala) é crescente, especialmente em países emergentes – segundo aponta o Índice de Desenvolvimento e Empreendedorismo Global de 2014, realizado em 30 países (incluindo o Brasil). O dado também é apontado pela pesquisa publicada pela Dow Jones VentureSource deste ano: mulheres que buscam independência financeira e contam com investidores para colaborar com o bom desemprenho do empreendimento obtém mais sucesso na aventura de empreender. Nas empresas ouvidas pela pesquisa, 1,3% tem mulheres como fundadoras, 6,5% como CEOs e 20% como executivas.

A proporção média de executivas em empresas de sucesso é de 7,1% e de 3,1% naquelas sem sucesso. Segundo os pesquisadores, esses resultados mostram que as empreendedoras podem potencializar a gestão e melhorar resultados. Em startups com cinco ou mais mulheres, 61% são bem sucedidas, enquanto que 39% não deram certo.
Para a professora de educação empreendedora, Maria Flávia Bastos, características tipicamente femininas como a sensibilidade e a capacidade de realizar muitas tarefas ao mesmo tempo com maestria garantem esse diferencial. “O mundo está pedindo empresas cada vez mais humanas, o que passa também por resgatar esse feminino e as qualidades que ele carrega, como o sexto sentido, a percepção aguçada, o estímulo ao sensível, delicado. A amorosidade tipicamente materna pode ser enriquecedora e positiva para empresas”, avalia.

Por outro lado, os desafios apresentados pelas entrevistadas da pesquisa da Endeavor estão no baixo número de contatos ao iniciar um negócio e no preconceito sentido por parte de bancos, governos e financiadores.

Segundo o Índice de Desenvolvimento e Empreendedorismo Global de 2014, realizado em 30 países (incluindo o Brasil), promovido pela Dell, ainda encontram barreiras como: maior dificuldade de acesso ao capital, desequilíbrio entre vagas de emprego para homens e mulheres e diferenças de direitos entre os sexos. Para a empreendedora Karine Drummond, que ministra cursos de empreendedorismo feminino à frente do Negócio de Mulher, um dos maiores desafios de ampliar o número de mulheres empreendedoras é a autoconfiança: “trabalhamos muito essa questão no nosso curso porque vemos que é uma barreira muito maior do que a flexibilidade de horários ou a dupla jornada”. Uma sugestão de leitura recomendada por Karine é o livro Womenomics, lançado por duas jornalistas americanas da BBC News que, depois de 20 anos cobrindo política nos Estados Unidos e entrevistando as mulheres mais influentes do país perceberam uma característica em comum entre elas: todas sofriam por falta de autoconfiança.

Em meio às tendências globais de aumento da participação feminina no desenvolvimento de novos negócios, a Semana Global do Empreendendorismo (SGE) lança neste ano o Dia Global do Empreendedorismo Feminino, a ser celebrado sempre nos dias 19 de novembro. 

O lançamento oficial da data será feita na sede da ONU, em Nova York.

SERVIÇO

Curso Feminino de Empreendedorismo Criativo
Data e horário: 22/11, de 09 às 18h
Local: Impact Hub BH - rua Aimorés, 487,  2º andar.

Inscrições: http://belohorizonte.impacthub.net/event/oficina-feminina-de-empreendedorismo-criativo/ 

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