Na visão do empresariado, o
governo brasileiro deveria negociar internacionalmente de forma independente do
Mercosul, em detrimento a decisão 32/00 que obriga os países membros do bloco a
negociar conjuntamente. A conclusão é de sondagem realizada pela Amcham, no
último dia 9/5, com 90 empresários, em São Paulo. Para 80% dos presidentes e
diretores consultados, o Brasil deve buscar mais tratados internacionais de
forma unilateral, mesmo à revelia do Mercosul.
Da parte da iniciativa
privada, a expectativa é alta para esta maior adesão brasileira a outros países
e mercados. Prova disso é que 79% dos consultados afirmaram hoje já está
buscando investir fortemente para aprimorar sua gestão e torna-se mais
produtivo e competitivo globalmente diante da possibilidade de novos acordos.
Só 17% deles informou investir de forma modesta para a concorrência mais
globalizada.
Outra conclusão do estudo é
que a assinatura de um acordo comercial Brasil-EUA seria relevante para os negócios
das empresas brasileiras. Para 60% dos presidentes e diretores consultados, a
parceria com os norte-americanos é vista como mais vantajosa e relevante,
enquanto 34% avaliou o bloco europeu como prioritário.
Em relação à agenda positiva
dos acordos, os empresários apontaram três grandes prioridades: convergência
regulatória de medidas técnicas, sanitárias e fitossanitárias (30%); cooperação
de investimentos (28%); e facilitação de procedimentos burocráticos no processo
de comércio exterior (26%).
Outro ponto de desejo do
empresariado diz a respeito à realização de um programa planejado de integração
com as cadeias europeia e americana, importando mercadorias intermediárias a
serem reexportadas para esses mercados. Para 55%, a medida teria efeito positivo
no curto e longo prazo. Uma minoria de 20% prevê perdas no primeiro ano, porém
com ganhos nos anos seguintes.
Impactos de outros acordos
Apesar do baixo número de
tratados preferenciais já estabelecidos, 57% dos empresários ouvidos informaram
já se beneficiar dos acordos comerciais que o Brasil faz parte, mostrando a sua
importância na inserção do País na corrente de comércio do mundo.
Os empresários (71%)
enxergam também com otimismo os Acordos de Cooperação e Facilitação de
investimentos (ACFIs) usados recentemente para acessar mercados, especialmente
África e Ásia. Uma fatia de 19% informou já ter se beneficiado.
Outra avaliação positiva do
empresariado diz a respeito à importância dos recentes acordos assinados
envolvendo México, Chile, Peru e Colômbia. A maioria aponta como muito
importante ou importante (74%) para estimular negócios bilaterais e
proporcionar mais segurança ao investimento privado.
Hoje, 75% dessas
organizações afirmou ter investimentos/negócios nesses países.
A pesquisa
A Amcham ouviu 90
empresários de grande e médio porte de todos, sendo 85% deles de empresas
brasileiras. Os empresários foram ouvidos em pesquisa em tempo real em evento
da Amcham sobre Acordos Comerciais na sede da entidade, em São Paulo, no último
dia 9/5.
A pesquisa integra a agenda
do Mais Competitividade Brasil, programa lançado pela Amcham envolvendo cinco
mil empresas, em 14 cidades, com o objetivo de construir uma agenda privada em
prol da maior competitividade e produtividade brasileira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário