O velho ditado de que “o olho do dono é que engorda o boi” faz todo sentido nas empresas familiares. Estudos comprovam que os negócios passados de pai para filho ou para outros parentes prosperam mais no longo prazo do que aqueles com acionistas pulverizados, cujos interesses de retorno costumam ser mais imediatos. Entretanto, nem sempre um herdeiro quer seguir o papel de sucessor no empreendimento da família. Neste caso, o melhor para ele e para a empresa é encontrar outro caminho.
“Um princípio fundamental para empresas familiares de qualquer porte é que sócio bom é sócio feliz. E a felicidade pode não estar dentro da empresa da família”, diz o consultor Eduardo Najjar, especialista em Family Business da Empreenda.
“Em situações como essas, a família deve contar com instrumentos que possibilitem a cada sócio escolher um caminho profissional dentro de suas expectativas e competências”, recomenda.
Najjar cita a família Setubal como um dos exemplos com destinos profissionais diferenciados. Um dos seus herdeiros, José Luiz Setubal, é médico e presidente do Hospital Sabará.
Segundo o especialista, já há famílias de acionistas que mantêm uma rubrica específica em seu orçamento empresarial destinada a empreendimentos para a formação profissional de herdeiros. “Um percentual do resultado anual da empresa é colocado nessa conta. E os herdeiros que demonstrem vontade de empreender negócios próprios ou estudar em outros países, por exemplo, podem receber fundos dessa rubrica, desde que apresentem um projeto de carreira bem fundamentado”, diz Najjar.
Eduardo Najjar é autor do livro “Empresa Familiar – Construindo Equipes Vencedoras na Família Empresária” (Integrare, 2011) e criou o Núcleo de Estudos de Empresas Familiares e Governança Corporativa da ESPM-SP.
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