Hamilton Terni Costa, diretor da ANconsulting |
Nossa
visão sobre a nova oferta de impressão de livros didáticos customizados no
Brasil.
Na
semana passada a Courier (www.courier.com) – terceira maior gráfica de livros
dos Estados Unidos – anunciou, em seu site, que está em entendimentos finais
para a compra de 40% da gráfica Digital Page, situada em Guarulhos, São Paulo.
O anúncio
mostra que há dois movimentos simultâneos. O primeiro é relativo à compra da participação;
o segundo evidencia a parceria estabelecida com a Editora Moderna (Santillana)
para a implantação do sistema Courier de customização de livros didáticos.
Essa
plataforma permitirá o desenvolvimento de conteúdos específicos para escolas ou
regiões.
A
Courier tem um conjunto completo de soluções para a área editorial permitindo a
integração de conteúdos e a sua disponibilização em diferentes mídias, em
especial a impressão na escala que for mais conveniente ao título.
Daí
a utilização não somente de rotativas e impressoras offset como a forte
utilização dos processos de impressão digital, de máquinas de folhas até as
novas rotativas HP inkjets para médias tiragens.
Sem
dúvida, nesse último aspecto, a Digital Page passou a ser um alvo estratégico.
Por
ter começado com foco no digital, por ser a primeira no Brasil a instalar uma
inkjet T300 da HP e por ter uma aliança estratégica com a Editora Moderna. Apesar
de atender a diferentes editoras.
A
vinda da Courier deverá marcar uma virada de jogo importante no mercado
editorial educacional no Brasil.
Há
muito tempo as grandes editoras do setor vem se questionando quanto a novos (possíveis)
modelos de negócios proporcionados pelas tecnologias digitais e a possibilidade
de interação em tempo real com professores, autores, estudantes e a comunidade.
A
forte expansão da base estudantil no Brasil nos últimos anos, o crescimento das
universidades, o crescimento acentuado dos sistemas de ensino e o programa
governamental do livro didático atraem o investimento de grandes grupos nacionais
e internacionais devido à dimensão do mercado.
Basta
ver o crescimento da base de escolas e sistemas de ensino da Abril Educação e
do Positivo, entre outros, assim como a vinda nos últimos anos da Pearson
(COC), da Santillana (Moderna), Thomson Reuters (Revista dos Trinunais),
Planeta (Barsa), Oxford University Press, MacMillan, etc.
O mercado
de alto volume no Brasil ainda é concentrado no livro impresso em grandes
quantidades, seja pela imutabilidade do PNLD do governo com distribuição
central; seja pela busca do menor custo página no fornecimento ao mercado e,
consequentemente, sem personalização e customização; seja pela busca do melhor
modelo de integração entre o mundo digital nascente e a diversas formas
possíveis de interação.
Com
a nova proposição proporcionada agora pela tecnologia Courier-Digital Page-HP
esse quadro pode começar a se alterar mais rapidamente.
Do
ponto de vista gráfico a proposição de valor da Courier é clara: oferecer
soluções aos editores na melhor gestão e disponibilização de seus conteúdos.
Conteúdo
é a matéria-prima da editora.
Gerenciar
e disponibilizar em diferentes mídias e viabilizar em diferentes volumes de
impressão é, sim, uma decisão estratégica e faz parte do negócio gráfico.
A
vinda da Courier com essa visão mudará, no meu entender, a visão de editores e
gráficos em relação a esse posicionamento. Novas oportunidades surgirão.
Derrubando
mitos em relação a qualidade e uma nova abordagem de volume vs. preço vs. custo
total do processo.
Como
diria Darwin, os que se adaptarem vão sobreviver e crescer.
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