AES Eletropaulo, Banco Bradesco, Braskem, Fibria, Marfrig, Suzano Papel e Celulose e Vale incentivam fornecedores a analisar seus impactos no clima
Patrocinado pelas companhias acima, o programa CDP Supply Chain Brasil 2012 analisou como as cadeias de valor se comportam para mitigar os impactos de suas ações no clima.
38% de fornecedores de grandes empresas brasileiras acreditam que os impactos de mudanças climáticas nos negócios já podem ser sentidos ou começarão a ser percebidos nos próximos cinco anos - fato associado diretamente a aumento no custo de operação e a redução da capacidade de produção. Este é apenas um dos dados que o programa CDP Supply Chain Brasil 2012 traz à discussão durante um evento na BM&F Bovespa, em São Paulo.
O programa é realizado pelo CDP, ONG internacional que atua junto a investidores e empresas de todo o mundo para prevenir as mudanças climáticas e proteger os recursos naturais através da alocação eficiente de capital.
O CDP Supply Chain Brasil faz parte de um programa global que permite que grandes empresas compradoras questionem e engajem suas cadeias de fornecimento a implementar estratégias para mitigar as mudanças climáticas.
Da porção global do programa, baseado em dados de 2415 empresas, incluindo 2363 fornecedores e 52 grandes empresas compradoras com poder de compra combinado de aproximadamente US$ 1 trilhão, foram extraídas as respostas dos 202 fornecedores brasileiros abordados por sete grandes compradores que são membros do programa no País: AES Eletropaulo, Banco Bradesco, Braskem, Fibria, Marfrig, Suzano Papel e Celulose e Vale (vide as percepções destas companhias membros do projeto ao final deste comunicado).
Dentre os dados levantados pela análise feita pela Accenture, parceira do CDP, destacam-se:
- 554 pedidos de informações foram enviados a fornecedores latino-americanos, sendo 413 brasileiros. 49% do universo brasileiro de fornecedores responderam ao programa, contra um índice global de respostas de 39%; 29% dos fornecedores brasileiros acreditam que os impactos das mudanças climáticas já estão sendo sentidos através das fortes secas ou inundações que afetam direta ou indiretamente todos os negócios, contra 25% que acha que tais impactos serão percebidos apenas daqui a 6 a 10 anos;
- Semelhante aos resultados globais há um hiato entre as respostas dos fornecedores e das empresas compradoras em todos os resultados. Por exemplo, enquanto 57% dos membros brasileiros do CDP Supply Chain Brasil têm metas definidas para redução de emissões, apenas 13% de seus fornecedores fazem o mesmo;
- O número de fornecedores que investem em ações de redução de emissões caiu de 23% em 2011 para 13% em 2012. No entanto, na comparação entre os dois anos, há uma melhoria de 100% em iniciativas de redução de emissões (8% dos respondentes em 2011 contra 17% em 2012); 43% dos membros brasileiros investem para mitigar os riscos das mudanças climáticas através da redução de emissões. Por outro lado, como vimos no item anterior, apenas 13% de seus fornecedores que responderam ao questionário fazem o mesmo;
- Os 13% dos fornecedores brasileiros que reportaram investir na redução de emissões sinalizam economias monetárias de US$ 14 milhões;
- 63% dos respondentes identificam um risco relacionado às mudanças climáticas, atual ou futuro, com potencial de afetar de forma expressiva suas receitas ou negócios;
- 72% das empresas que investem em iniciativas de redução das emissões percebem que as mudanças climáticas representam um risco físico para suas operações, em comparação com 32% que não estão investindo em tais iniciativas.
"Sabemos que a cadeia de fornecimento é responsável diretamente pelo resultado de uma empresa. Estamos falando aqui de influências diretas em receita, qualidade do produto final, percepção do consumidor. Por isso, é extremamente importante que as grandes empresas não apenas invistam em mitigar seu impacto junto ao meio-ambiente, mas também incentivem seus fornecedores a fazê-lo", pondera Fernando Eliezer Figueiredo, diretor do CDP Brasil.
Melhores respostas
Para oferecer subsídios tanto para fornecedores quanto para empresas compradoras conduzirem sua estratégia rumo à economia de baixo carbono, o CDP implementou a sua metodologia de pontuação (scoring) de respostas no Brasil nesta edição do CDP Supply Chain 2013. As declarações dos respondentes são pontuadas nos quesitos Disclosure e Performance. A primeira se refere ao fornecimento de respostas claras e completas. Dos 202 fornecedores respondentes, 29% recebeu pontuação entre 50 e 100. Em Performance, analisou-se a efetividade das medidas para amenizar as mudanças climáticas adotadas pelas empresas que tiveram nota maior ou igual a 50 em Disclosure. Entre as 58 empresas analisadas em Performance, não houve nenhuma avaliada com nota A. 14% ficaram com nota B.
Fibria
A Fibria, primeira companhia florestal do mundo a aderir ao CDP Supply Chain, adota práticas de gestão para as mudanças climáticas ao longo do ciclo produtivo da celulose de eucalipto. O engajamento entre a companhia e seus fornecedores é fundamental para buscar o desenvolvimento sustentável em toda a cadeia de suprimentos. Segundo a empresa, "o CDP Supply Chain exerce um papel importante nesse sentido, uma vez que contribui para a eficiência de gestão da cadeia produtiva e incentiva fornecedores a identificar e divulgar suas emissões de gases de efeito estufa". Em 2012, 93% dos fornecedores convidados pela Fibria responderam o questionário, o que mostra um aumento significativo na participação em relação a 2010 (45%) e em 2011 (71%), comprovando entendimento da iniciativa e engajamento.
Suzano Papel e Celulose
A Suzano Papel e Celulose acredita que trabalhar a cadeia de valor é uma tendência nas agendas corporativas e identificou no CDP Supply Chain uma forma inovadora de trazer para seu dia-a-dia uma ferramenta que engajaria seus fornecedores nesta temática tão relevante. Segundo a Suzano, "os três anos de participação na iniciativa foi um processo enriquecedor para a empresa e temos relatos gratificantes de nossos fornecedores. Percebemos que eles internalizaram o tema e hoje reconhecem a importância de trabalhar a gestão de emissões e governança climática em suas empresas. Com o amadurecimento do mercado, outras empresas passarão a incorporar essa discussão em suas estratégias e a transformarão em um fator competitivo".
Sobre o CDP
O CDP é uma organização internacional sem fins lucrativos que provê um sistema global único para que as empresas e cidades meçam, divulguem, gerenciem e compartilhem informações vitais sobre o meio ambiente.
O CDP trabalha com as forças do mercado, incluindo 722 investidores institucionais com ativos na ordem de US$ 87 trilhões para motivar as companhias a divulgarem seus impactos no meio-ambiente e aos recursos naturais, assim como suas ações para reduzi-los.
Atualmente, o CDP possui o maior volume de informações sobre mudanças climáticas e água do planeta e procura colocar estes insights na pauta das decisões estratégicas, dos investidores e das decisões políticas.
Para mais informações, visite HTTP://www.cdproject.net.
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