Apesar da presença de fatores tradicionalmente
dinamizadores do mercado, como Copa e eleições, o empresário gráfico está menos
confiante no primeiro trimestre deste ano do que se mostrava no final de 2013.
Apurado
pelo Departamento Econômico da ABIGRAF-SP, o Índice de Confiança do Empresário
Gráfico reflete a percepção do setor sobre as condições atuais das empresas e
as perspectivas para os próximos seis meses.
De
janeiro a março, a média ficou em 51,2 – abaixo dos 53,5 registrados no último
trimestre do ano passado. A oscilação pode refletir um fenômeno de sazonalidade
bastante frequente nos indicadores de confiança da indústria, segundo o qual o
otimismo tende a ser maior no período final do ano do que no seu início.
Nas
duas pontas da amostra, as micro e grandes empresas – respectivamente, com até
9 funcionários e acima de 250 funcionários – vislumbram melhoras. As primeiras
pontuam a situação atual com um índice de 39,5, mas projetam 44,7 para o futuro
próximo – pontuação negativa nos dois cenários. Entre as grandes, esses números
ficam, respectivamente, em 60,4 e 61,8 – ambos reveladores de otimismo.
As
pequenas empresas (entre 10 e 49 funcionários) mostram insatisfação com a
situação imediata (índice de 48,3) e apontam riscos de piora (46,6 de pontuação).
As médias (entre 50 e 249 funcionários) mantêm-se confiantes nos dois cenários,
com índices de 61 e 52, embora a diminuição da pontuação relativa às
expectativas indique riscos de dificuldades à frente.
“O
Índice de Confiança do Empresário Gráfico é apurado entre empresas paulistas,
mas reflete a situação do setor, mesmo porque o estado concentra praticamente
metade do PIB gráfico brasileiro”, afirma o empresário Levi Ceregato, presidente
da Regional São Paulo da Abigraf-SP.
De
acordo com Cergato, o hiato que existe entre as micro e pequenas empresas,
predominantes no setor, e as médias e grandes tem relação direta com o grau de
vulnerabilidade de cada um desses grupos. Segundo levantamento recente da
entidade, os dois primeiros sofrem com problemas como a concorrência de gráficas
informais e o endividamento, que mina a saúde financeira desse grupo e sua
capacidade de realizar investimentos.
Não
bastassem esses problemas específicos, as micro e pequenas gráficas
compartilham ainda dos demais problemas que atingem o setor (e praticamente
toda a indústria nacional, achatada pelo custo-país). Dentre os principais,
estão a dificuldade para o pagamento de impostos, a ausência de mão de obra
qualificada e o reajuste no preço de insumos, fortemente pressionados pelas
flutuações do câmbio.
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