segunda-feira, 17 de março de 2014

O que será desse 2014 para os gráficos brasileiros?

                                                                Por Sidney Anversa*

E agora que o carnaval passou e definitivamente o ano começa para os brasileiros, a indústria nacional deve retomar suas atividades com entusiasmo, pois os índices apontam que vamos precisar de bem mais do que isso!

O setor gráfico é um dos que mais deve encarar os desafios com jogo de cintura e energia. Em queda desde 2007, a expectativa para 2014 segundo a Abigraf (Associação Brasileira da Indústria Gráfica), é de que a produção física da Indústria Gráfica brasileira deverá recuar 1,7% em 2014.

Ora, se olharmos com otimismo, em relação aos anos anteriores, até que os números não são tão negativos assim. Em 2013 chegou a recuar 6,7% e no ano anterior 4,3%.

Já especificamente para a produção de caixas, cartonagens dobráveis de cartão, cartolina ou papel liso, a estimativa da Associação Brasileira de Embalagem (ABRE), de acordo com dados do IBGE, é de que cresça cerca de 0,7%.

No que diz respeito ao mercado papeleiro, a expectativa mais positiva dos fabricantes de papel está atrelada aos produtos para a fabricação de embalagens, setor com saldo positivo, que cresceu 1,41% em 2013, e esse ano deve crescer 1,5%, segundo dados da Associação Brasileira de Embalagem (ABRE).

Contudo, é ano de Copa do Mundo e de Eleições no Brasil. Seriam essas boas oportunidades para a indústria? Talvez. Afinal, o segmento de papéis de imprimir e escrever frequentemente aumenta suas atividades em anos eleitorais. E há expectativa de que a demanda de embalagens promocionais também agite muitas gráficas pelo país.

Entretanto, é fato que estamos longe do desejado. Nesse cenário de juros altos, invasão dos importados, presença forte da mídia eletrônica e política fiscal, entre outros problemas que dificultam o desenvolvimento das empresas do setor.

Diante de índices baixos e incertezas, o caminho para se sobressair parece já ser bem conhecido dos administradores, e ainda assim, pouco explorado. A receita é simples: profissionalização da administração; investimentos na qualificação de colaboradores desde o chão de fábrica até gestores; busca por novos nichos de mercado; e capacitação tecnológica, seguem como fatores determinantes para o avanço. É fundamental descobrir dentro da sua gráfica, quais os potenciais a serem ainda melhor explorados em favor da diferenciação de seus produtos ou serviços. Agregar valor requer pesquisa interna e profunda.

Como diz o velho ditado, já sabemos que é na luta pela sobrevivência que tiramos leite de pedra. Onde será que está o seu leite? Ou a sua pedra?


*Diretor presidente da Congraf Embalagens; diretor setorial do GE –EMBA– Grupo Empresarial de Embalagem da Abigraf; vice-presidente da Abigraf Regional de São Paulo e segundo vice presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas (Singraf)

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