Por Sidney Anversa*
E
agora que o carnaval passou e definitivamente o ano começa para os brasileiros,
a indústria nacional deve retomar suas atividades com entusiasmo, pois os
índices apontam que vamos precisar de bem mais do que isso!
O
setor gráfico é um dos que mais deve encarar os desafios com jogo de cintura e
energia. Em queda desde 2007, a expectativa para 2014 segundo a Abigraf
(Associação Brasileira da Indústria Gráfica), é de que a produção física da
Indústria Gráfica brasileira deverá recuar 1,7% em 2014.
Ora,
se olharmos com otimismo, em relação aos anos anteriores, até que os números
não são tão negativos assim. Em 2013 chegou a recuar 6,7% e no ano anterior 4,3%.
Já
especificamente para a produção de caixas, cartonagens dobráveis de cartão,
cartolina ou papel liso, a estimativa da Associação Brasileira de Embalagem
(ABRE), de acordo com dados do IBGE, é de que cresça cerca de 0,7%.
No
que diz respeito ao mercado papeleiro, a expectativa mais positiva dos
fabricantes de papel está atrelada aos produtos para a fabricação de
embalagens, setor com saldo positivo, que cresceu 1,41% em 2013, e esse ano
deve crescer 1,5%, segundo dados da Associação Brasileira de Embalagem (ABRE).
Contudo,
é ano de Copa do Mundo e de Eleições no Brasil. Seriam essas boas oportunidades
para a indústria? Talvez. Afinal, o segmento de papéis de imprimir e escrever
frequentemente aumenta suas atividades em anos eleitorais. E há expectativa de
que a demanda de embalagens promocionais também agite muitas gráficas pelo
país.
Entretanto,
é fato que estamos longe do desejado. Nesse cenário de juros altos, invasão dos
importados, presença forte da mídia eletrônica e política fiscal, entre outros
problemas que dificultam o desenvolvimento das empresas do setor.
Diante
de índices baixos e incertezas, o caminho para se sobressair parece já ser bem
conhecido dos administradores, e ainda assim, pouco explorado. A receita é
simples: profissionalização da administração; investimentos na qualificação de
colaboradores desde o chão de fábrica até gestores; busca por novos nichos de
mercado; e capacitação tecnológica, seguem como fatores determinantes para o
avanço. É fundamental descobrir dentro da sua gráfica, quais os potenciais a
serem ainda melhor explorados em favor da diferenciação de seus produtos ou
serviços. Agregar valor requer pesquisa interna e profunda.
Como
diz o velho ditado, já sabemos que é na luta pela sobrevivência que tiramos
leite de pedra. Onde será que está o seu leite? Ou a sua pedra?
*Diretor presidente da Congraf Embalagens; diretor setorial do GE –EMBA– Grupo
Empresarial de Embalagem da Abigraf; vice-presidente da Abigraf Regional de São
Paulo e segundo vice presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas (Singraf)
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