Em 2014, de acordo com
informações do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
(MDIC), o Brasil exportou US$ 289,61 milhões e importou US$ 493,82 milhões em
produtos gráficos, com déficit de US$ 204,2 milhões – 24% menos do que o
registrado em 2013, quando o saldo fechou em US$ 269,62 milhões negativos. A
melhora relativa da performance deveu-se a um aumento de 3,8% nas exportações e
queda de 10% nas importações. Este foi o oitavo resultado negativo do setor.
Segundo a Associação
Brasileira da Indústria Gráfica, a atividade é influenciada pela cotação do
dólar, e a apreciação do real contribuiu para a piora dos saldos comerciais
entre 2005 e 2011. “Existe uma defasagem entre as mudanças no câmbio e os
movimentos da balança. Mas esperamos que a atual depreciação cambial traga
maior equilíbrio. Outros fatores que influenciaram esse resultado foram a piora
na demanda externa e o expressivo encarecimento da produção brasileira, que tem
prejudicado a competitividade de toda a indústria nacional”, avalia o
presidente da entidade, Levi Ceregato.
A projeção do setor é que,
para 2015, o efeito do câmbio não será benigno (gerando uma pressão sobre os
custos que não poderá ser plenamente repassada ao preço final), mas promete
trazer oportunidades para 2016. Os segmentos mais sensíveis a essas oscilações
são embalagens e editorial, com o primeiro fortemente influenciado também pelo
desempenho da indústria em geral.
O segmento de embalagens foi
o que mais exportou no período, com 38,5% das vendas externas de itens
gráficos, correspondentes a US$ 111,6 milhões e 71 mil toneladas de produtos.
Venezuela e Uruguai (20% cada), acompanhados por Paraguai (8%) foram os maiores
mercados. O segundo maior exportador foi o segmento de cartões impressos, com
32,9% do total, equivalentes a US$ 95,4 milhões e 819 mil toneladas. México
(16%), Chile (14%) e Argentina (11%) constituíram os principais destinos. Com
10% do total exportado, o segmento de cadernos ficou no terceiro lugar do
ranking. Suas vendas externas somaram US$ 30,3 milhões e 17,7 mil toneladas de
produtos – Estados Unidos concentraram 77% das compras. O segmento promocional
registrou aumento de 35% nas vendas externas em comparação com 2013.
Os itens editoriais, como
livros e revistas, predominaram na pauta brasileira de importações de itens
gráficos, com 36,5% do total, correspondentes a US$ 180,4 milhões e 25,2 mil
toneladas de produtos. China (24%), Hong Kong , Reino Unido e Estados Unidos
(15% cada) foram os que mais se beneficiaram com as importações brasileiras
desses produtos. Embalagens foram o segundo item mais importado, com 21,7% do
total. As gráficas brasileiras de embalagens enfrentaram concorrência de China
(39%), Espanha (17%), Suíça e Estados Unidos (8% cada). Cartões ocuparam o
terceiro lugar, com 20,7% das importações de produtos gráficos, sendo que
Estados Unidos (34%), Suíça (27%) e França (11%) ocuparam os postos de
principais fornecedores.
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