terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Pesquisa subsidia conscientização sobre sustentabilidade do impresso - Por Fabio Arruda Mortara*

É interessante para os analistas de mídia das agências de publicidade e a área da comunicação em geral avaliar os resultados de pesquisa do DataFolha: no Brasil, 59% dos leitores de livros e 56% de revistas optam pelas edições convencionais. No caso de jornais, 48% preferem acessá-los em computadores, tablets e celulares e 46% continuam fiéis às formas tradicionais.

Contudo, há um dado conclusivo e emblemático: 80% dos entrevistados afirmam que ler em papel é mais agradável do que em uma tela. O instituto ouviu 2.074 pessoas acima de 16 anos, em 135 municípios, de distintas regiões brasileiras. A amostra garante nível de confiabilidade de 95%, com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou menos.

A pesquisa foi realizada para Two Sides, campanha mundial que chegou ao nosso país em 2014, para difundir a sustentabilidade econômica, social e ambiental da cadeia produtiva do papel e da indústria gráfica. O movimento, surgido na Inglaterra e já presente nos Estados Unidos, Canadá, África do Sul e Austrália, conta no Brasil com 42 entidades signatárias, que congregam cerca 80 mil empresas, geradoras de 615 mil empregos diretos e faturamento anual de US$ 40 bilhões.

A realização da pesquisa do Datafolha sobre o que o brasileiro pensa da sustentabilidade do papel e da comunicação impressa é um passo inédito e importante da campanha no Brasil. Fizemos grande esforço para trazer ao nosso país esse bem-sucedido movimento internacional de conscientização da sociedade e dos formadores de opinião. Participei recentemente de encontro internacional de Two Sides, com a certeza de que o movimento ganha muita força, nos cinco continentes em que ocorre. Temos colhido muitos resultados.

As ações de Two Sides visam não só ao esclarecimento das virtudes e importância da comunicação impressa, mas também ao desenvolvimento da educação e da informação e à preservação do meio ambiente. Intensificaremos as ações no sentido de mostrar aos brasileiros que cem por cento do papel produzido em nosso país para atividades de impressão provêm de florestas  plantadas.

É decisivo disseminar de modo amplo a informação de que no Brasil não se derruba um 
arbusto nativo sequer para que nossas crianças tenham livros e cadernos e possamos, sem dramas de consciência, ler jornais e revistas e acondicionar remédios e alimentos em embalagens de papel-cartão. Ou seja, se depender da indústria gráfica e da cadeia produtiva do papel, a flora amazônica e de todo o País será perene. E, mais do que isso: as florestas cultivadas para a produção de papel contribuem para que o País cumpra seu vaticínio de pulmão do mundo, pois sequestram grande quantidade de carbono na atmosfera!

Temos obtido crescente êxito nesse processo de esclarecimento. Exemplos positivos são os resultados de nosso diálogo e interação com grandes empresas que fazem campanhas com informações equivocadas sobre a sustentabilidade dos impressos. Temos revertido paulatinamente essa prática.

Com o esforço de muitos, estamos incluindo o Brasil nessa campanha de valorização da comunicação impressa presente em quatro continentes. Trata-se de uma iniciativa bem-sucedida na divulgação de informações comprovadas de que o impresso é protagonista de ganhos econômicos, ambientais e sociais e que agrega muito valor à civilização.

A meta é difundir essa mensagem de modo amplo, atingindo toda a sociedade. Queremos sensibilizar os formadores de opinião, setor público, clientes e fornecedores da indústria gráfica e do papel, área do ensino e os consumidores de informação e conteúdo. Agora, conhecendo melhor o que a sociedade pensa, a partir da inédita pesquisa do DataFolha, teremos novos e importantes referenciais de estratégias e ações.


*Presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo (SINDIGRAF-SP), coordenador do Comitê da Cadeia Produtiva do Papel, Gráfica e Embalagem (Copagrem) da Fiesp, presidente da Confederação Latino-americana da Indústria Gráfica e country manager da Two Sides Brasil

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