É interessante para os
analistas de mídia das agências de publicidade e a área da comunicação em geral
avaliar os resultados de pesquisa do DataFolha: no Brasil, 59% dos leitores de
livros e 56% de revistas optam pelas edições convencionais. No caso de jornais,
48% preferem acessá-los em computadores, tablets e celulares e 46% continuam
fiéis às formas tradicionais.
Contudo, há um dado conclusivo
e emblemático: 80% dos entrevistados afirmam que ler em papel é mais agradável
do que em uma tela. O instituto ouviu 2.074 pessoas acima de 16 anos, em 135
municípios, de distintas regiões brasileiras. A amostra garante nível de
confiabilidade de 95%, com margem de erro de dois pontos percentuais para mais
ou menos.
A pesquisa foi realizada
para Two Sides, campanha mundial que chegou ao nosso país em 2014, para
difundir a sustentabilidade econômica, social e ambiental da cadeia produtiva
do papel e da indústria gráfica. O movimento, surgido na Inglaterra e já
presente nos Estados Unidos, Canadá, África do Sul e Austrália, conta no Brasil
com 42 entidades signatárias, que congregam cerca 80 mil empresas, geradoras de
615 mil empregos diretos e faturamento anual de US$ 40 bilhões.
A realização da pesquisa do
Datafolha sobre o que o brasileiro pensa da sustentabilidade do papel e da
comunicação impressa é um passo inédito e importante da campanha no Brasil.
Fizemos grande esforço para trazer ao nosso país esse bem-sucedido movimento
internacional de conscientização da sociedade e dos formadores de opinião.
Participei recentemente de encontro internacional de Two Sides, com a certeza
de que o movimento ganha muita força, nos cinco continentes em que ocorre.
Temos colhido muitos resultados.
As ações de Two Sides visam
não só ao esclarecimento das virtudes e importância da comunicação impressa,
mas também ao desenvolvimento da educação e da informação e à preservação do
meio ambiente. Intensificaremos as ações no sentido de mostrar aos brasileiros
que cem por cento do papel produzido em nosso país para atividades de impressão
provêm de florestas plantadas.
É decisivo disseminar de
modo amplo a informação de que no Brasil não se derruba um
arbusto nativo sequer
para que nossas crianças tenham livros e cadernos e possamos, sem dramas de
consciência, ler jornais e revistas e acondicionar remédios e alimentos em
embalagens de papel-cartão. Ou seja, se depender da indústria gráfica e da
cadeia produtiva do papel, a flora amazônica e de todo o País será perene. E,
mais do que isso: as florestas cultivadas para a produção de papel contribuem
para que o País cumpra seu vaticínio de pulmão do mundo, pois sequestram grande
quantidade de carbono na atmosfera!
Temos obtido crescente êxito
nesse processo de esclarecimento. Exemplos positivos são os resultados de nosso
diálogo e interação com grandes empresas que fazem campanhas com informações
equivocadas sobre a sustentabilidade dos impressos. Temos revertido paulatinamente
essa prática.
Com o esforço de muitos,
estamos incluindo o Brasil nessa campanha de valorização da comunicação
impressa presente em quatro continentes. Trata-se de uma iniciativa
bem-sucedida na divulgação de informações comprovadas de que o impresso é
protagonista de ganhos econômicos, ambientais e sociais e que agrega muito
valor à civilização.
A meta é difundir essa
mensagem de modo amplo, atingindo toda a sociedade. Queremos sensibilizar os
formadores de opinião, setor público, clientes e fornecedores da indústria
gráfica e do papel, área do ensino e os consumidores de informação e conteúdo.
Agora, conhecendo melhor o que a sociedade pensa, a partir da inédita pesquisa
do DataFolha, teremos novos e importantes referenciais de estratégias e ações.
*Presidente
do Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo (SINDIGRAF-SP),
coordenador do Comitê da Cadeia Produtiva do Papel, Gráfica e Embalagem
(Copagrem) da Fiesp, presidente da Confederação Latino-americana da Indústria
Gráfica e country manager da Two Sides Brasil
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