sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Desafio do setor de celulose e papel é consolidar inovações e ecoeficiência

Os desafios do setor de celulose e papel para consolidar inovações e ecoeficiência em suas empresas permearam as discussões da Sessão Técnica Florestal, inédita no 46º Congresso e Exposição Internacional de Celulose e Papel da Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel (ABTCP), que está aconteceu de 8 a 10 de outubro no Transamérica Expo Center, em São Paulo.

Segundo o presidente do 46º Congresso da ABTCP, Celso Foelkel, que abriu a sessão, o setor nacional passa por um momento de transição em suas tecnologias e no uso de sua base florestal, com o advento das biorrefinarias, que trouxeram ao mercado uma plataforma de multi-negócios, por conta dos subprodutos ou insumos de produção oferecidos pela floresta, além da celulose e do papel.

“Essa transição pela qual estamos passando está demandando diferentes posturas dos agentes que atuam com celulose e papel, objetivando a consolidação da inovação e da ecoeficiência, tendo como base a biorrefinaria e seus subprodutos. Essa postura precisa estar voltada a uma maior integração de empresas com institutos e universidades, mais estratégias e noções de dimensão de negócios e mercados, pois estamos entrando em um ciclo que vai bem além da produção de celulose e papel”, observa Foelkel.

Neste sentido, uma política voltada à pesquisa e ao desenvolvimento (P&D) é fundamental, em prol da geração contínua de conhecimentos, na opinião do professor Ruy de Quadros Carvalho, do Departamento de Política Científica e Tecnológica da UNICAMP, e um dos congressistas da sessão florestal. Para ele, é de extrema relevância o setor elevar os investimentos em P&D, focados em novos produtos biotecnológicos, a partir do reaproveitamento de fibras e resíduos. 

“Sem qualquer prejuízo à competitividade do setor nacional, e considerando os avanços já conquistados em termos florestais pela indústria brasileira de celulose e papel, é primordial o aprofundamento das discussões sobre novas tecnologias e estratégias inovadoras, por meio do crescimento dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento”, afirma ele. “Já percebemos que concorrentes internacionais estão direcionando muito capital para exploração dos resíduos da madeira, de modo que precisamos, da mesma forma, nos debruçarmos neste assunto, complementarmente às questões de ampliação da produção e de crescimento das empresas”, explica o professor Carvalho.

Conforme salientou o professor Jacques Marcovitch, do Departamento de Administração da FEA/USP, também congressista da sessão florestal, a tendência mundial de inovação está diretamente ligada aos grandes ciclos e transformações globais, de modo que o setor de celulose e papel, como os demais setores, está sensível aos riscos da nova conjuntura mundial.
Os riscos podem ser econômicos - por conta da desvalorização de moedas, endividamento público de países e o crescimento modesto da China; geopolíticos - muito em função do terrorismo e dos conflitos armados dentro e entre países; tecnológicos - pelo monitoramento ilícito, perda ou fraude de dados digitalizados, e ambientais, com catástrofes, ameaças a oceanos, perda de biodiversidade e escassez de água potável.

“Diante deste cenário de riscos, é importante a atenção ao custo na inação, ou seja, o custo de não fazer e de não se posicionar diante das mudanças em curso, pois só conseguirão construir futuros promissores, com inovação e superação dos desafios, os países e dirigentes que estiverem sensíveis a essas transformações”, observa Marcovitch.


A Sessão Técnica Florestal do ABTCP 2013 teve ainda como moderador o diretor executivo do IPEF (Instituto de Pesquisa e Estudos Florestais), professor Luiz E.G. Barrichelo.

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