56% dos micro e pequenos
empresários relatam piora no desempenho de suas empresas, mostram SPC Brasil e
CNDL; 78% dos MPEs avaliam que a economia do Brasil piorou nos últimos seis
meses. 63% acreditam que o faturamento não irá crescer
O Indicador de Confiança dos
micro e pequenos empresários (MPEs) calculado pelo Serviço de Proteção ao
Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL)
registrou uma leve melhora em fevereiro e atingiu os 43,0 pontos, acima dos
42,0 pontos apresentados em janeiro.
Ainda que o resultado mostre
uma avaliação menos pessimista que no mês anterior, segue abaixo do nível
neutro de 50 pontos, demonstrando que os empresários entrevistados continuam
pouco confiantes com as condições econômicas do país e de seus negócios.
Para o presidente da CNDL,
Honório Pinheiro, a recuperação da confiança dos empresários é uma importante
condição para a retomada do crescimento da economia.
“Um pouco de otimismo no
mercado pode fazer os empresários ficarem mais dispostos para assumir riscos e
possivelmente ampliarem seus negócios, mas sem os ajustes econômicos
necessários isso não acontece”, explica Pinheiro.
O Indicador de Confiança do
SPC Brasil e da CNDL é baseado nas avaliações dos micro e pequenos empresários
sobre as condições gerais da economia brasileira e também sobre o ambiente de
negócios, além das expectativas para os próximos seis meses tanto para a
economia quanto para suas empresas.
A abertura do Indicador de
Confiança, chamada de Indicador de Condições Gerais, que mensura a percepção do
empresariado tanto em relação à trajetória da economia como de seus negócios
nos últimos seis meses, registrou 27,7 pontos em fevereiro, o que representa
uma leve melhora em relação ao mês de janeiro do ano passado, quando o número
estava em 26,6 pontos.
O subindicador das condições
gerais para os negócios, que avalia apenas a percepção do empresário em relação
ao seu próprio empreendimento, levando em consideração os últimos seis meses,
também esboçou uma leve melhora, passando de 31,6 pontos, verificado em
dezembro, para 33,9 pontos no último mês de janeiro. Já o subindicador de
condições gerais que diz respeito somente à situação econômica do país obteve
um leve retrocesso, de 21,5 para 21,4 pontos. Os resultados, muito abaixo dos
50 pontos, indicam que na percepção desses empresários, houve piora tanto da
economia quanto dos negócios.
O levantamento do SPC Brasil
mostra que 56% dos micro e pequenos empresários notaram uma piora em seus
negócios nos últimos seis meses. Em
relação à economia do país, esse percentual aumenta para 78%. “O impasse
político e o aprofundamento da recessão acabaram por reforçar a crise de
confiança que já existia, iniciando um ciclo vicioso de descrédito na economia
e queda da atividade”, analisa o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro.
Mesmo em meio a crise, a
expectativa dos micro e pequenos empresários sobre os próximos seis meses de
seus negócios apresentou melhora.
O indicador de passou de 58,5 pontos em
janeiro para 60,8 pontos em fevereiro. O resultado mostra que a maior parte dos
empresários se diz relativamente confiante com sua empresa. Já o indicador de
expectativas com a economia do país ficou em 48,1 pontos, levemente abaixo do
observado em janeiro, quando estava em 48,7 pontos. Com isso, o Indicador Geral
de Expectativas registrou 54,4 pontos, ante 53,6 pontos do mês anterior.
“Apesar de boa parte dos
MPEs dizer que está confiante no desempenho dos seus negócios, poucos
empresários encaram o momento como oportuno para ampliar seus negócios. Cerca
de 81% dos micro e pequenos empresários não consideram um momento bom para
expandir a empresa”, explica Pellizzaro. “A confiança que manifestam esses
empresários está mais na sua capacidade de se manter no cenário de crise do que
na perspectiva de crescimento.”
Considerando as expectativas
sobre o faturamento da empresa nos próximos seis meses, para 33% dos
entrevistados haverá aumento e 63% acreditam que não irá crescer (para 15%
haverá queda e para 48% dos entrevistados acreditam que não irá se alterar).
Entre os que acreditam que o faturamento irá crescer, 32% justificam dizendo
que estão buscando novas estratégias de vendas e 26% dizem que estão otimistas.
Para aqueles que acreditam
que o faturamento irá cair, a maioria diz que a crise está afetando suas vendas.
Metodologia
O Indicador e suas aberturas
mostram que houve melhora quando os pontos estiverem acima do nível neutro de
50 pontos.
Quando o indicador vier abaixo de 50, indica que houve percepção de
piora por parte dos empresários.
A escala do indicador varia de zero a 100.
Zero indica a situação limite em que todos os entrevistados consideram que as
condições gerais da economia e dos negócios “pioraram muito”; 100 indica a
situação limite em que todos os entrevistados consideram que as condições
gerais “melhoraram muito”.
Baixe a íntegra do Indicador
de Confiança MPE e a série histórica no link:
https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/indices-economicos
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