quarta-feira, 3 de julho de 2013

Micro e pequenos empresários industriais esperam mais inflação

Pesquisa empresarial de junho - a primeira divulgada depois de protestos populares pelo país - mostra que piora, no setor, a imagem dos governos Dilma e Alckmin
Subiu de 50%, em maio, para 69%, em junho, a fatia de dirigentes de micro e pequenas empresas industriais do Estado de São Paulo que preveem aumento da inflação nos próximos meses, de acordo com a quarta pesquisa mensal de atividade do setor realizada pelo Instituto Datafolha para o Simpi (Sindicato das Micro e Pequenas Indústrias do Estado de São Paulo).
Somente 4% acreditam que a inflação irá diminuir; 27% pensam que ficará como está.
Primeira pesquisa empresarial divulgada depois dos protestos populares registrados em todo o país mostra que a expectativa dos empresários é mais pessimista que a dos brasileiros em geral, segundo o Datafolha, apontando maior preocupação com inadimplência, desemprego em alta e poder de compra em queda.
Piorou também a avaliação da presidente Dilma Rousseff – 43% consideram seu governo ruim ou péssimo, contra 19% que faziam tal avaliação em maio, refletindo queda já registrada, em nível nacional, pelo Datafolha.
O governo da presidente Dilma é regular para 32%; é ótimo ou bom para 25%.
O governador Geraldo Alckmin teve menor rejeição. 24% o classificaram de ruim ou péssimo – onze pontos percentuais a mais que em maio (13%), enquanto 44% o consideram regular e 32% ótimo ou bom.
O presidente do Simpi, Joseph Couri, diz que a inquietação do setor vai além e envolve todo o conjunto da economia. “Espera-se aumento de custo em julho, enquanto a inadimplência mostra quadro desfavorável”, afirma.
Custos no maior patamar 
O aumento de custo para as micro industriais paulistas (com até 9 empregados) e as pequenas (de 10 a 50 trabalhadores), um universo de 200 mil unidades na atividade, chegou ao seu maior patamar em junho, com 54%, que tiveram aumentos significativos em maio (40%), tendo abril como referência.
O custo de matéria-prima e insumos (37%) foi o que mais impactou o setor, seguido de mão de obra e salários (15%) e transporte e logística.
A expectativa para este mês de julho é de novos aumentos significativos de custos para 40% dos entrevistados.
Paralelamente, recuou em junho a taxa dos que dizem que têm capital de giro mais que suficiente (de 11% para 3%), com destaque para as pequenas indústrias, onde a disponibilidade de dinheiro teve queda de 17% para 9%.
Quando precisam de crédito, 33% das empresas recorrem a linhas voltadas para pessoas jurídicas, enquanto 37% a outros meios (16% apelam a amigos e parentes, 8% a empréstimos pessoais no banco, 9% ao cheque especial e 4% a empresas e pessoas que fornecem empréstimos).
Inadimplência
Com ligeira queda – quatro pontos percentuais -, o nível de inadimplência continua a preocupar os dirigentes das micro e pequenas empresas industriais do Estado de São Paulo. A situação é preocupante para 57%; em maio era maior (61%).
A maioria (57%) acha que a inadimplência ficará como está, 23% dizem que vai aumentar e 5% que irá diminuir.
A concorrência com produtos importados continua desfavorável para o setor, segundo 83% dos entrevistados.
Somente 13% consideram que a competição acontece em grau de igualdade e apenas 3% dizem que é favorável ao que se faz no mercado interno.
Mesmo frente ao crescente pessimismo com o quadro econômico do país, 40% dos micro e pequenos industriais avaliam positivamente a situação das empresas, um índice estável diante dos levantamentos anteriores da pesquisa Simpi-Datafolha.
Foram realizadas, entre os dias 11 e 27 de junho, 300 entrevistas (181 micro empresas; 119 pequenas), sendo 147 na região metropolitana de São Paulo e 153 no interior.
A pesquisa, condensada em aproximadamente 50 páginas, engloba diferentes atividades, a exemplo de construção civil, indústria têxtil, madeira e mobiliário, produtos alimentícios, indústria mecânica e material de transporte.
Na base de 200 mil empresas do Simpi, 36% estão localizadas na capital e 16% encontram-se nas cidades da Região Metropolitana de São Paulo, como Osasco e Santo André.
As demais estão espalhadas pelo interior.
Campinas, por exemplo, é o segundo município do Estado em número de pequenas indústrias: tem 5.400 unidades.

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