Uma
empresa deve ser gerida para maximizar resultado, certo? Errado. Primeiro
porque “resultado” tem vários significados, diferentemente calculados e
avaliados. Segundo porque maior resultado pontual não necessariamente significa
uma organização melhor, mais sólida, mais viável, mais valorizada, mais
desejada ou mesmo perene.
Toda
empresa deve ser administrada para maximizar o seu valor, um conceito fácil de
ser entendido se pensarmos nas vantagens daí decorrentes para efeito de busca
de crédito, de poder de negociação mercantil e comercial, de atratividade e
retenção de talentos, de transações societárias.
Fato óbvio, quando lidamos com
empresas de capital aberto, mas ignorado por empresas familiares que se
enxergam como tendo por finalidade “servir à família”, sem definir o que isto
significa, nem avaliar suas implicações.
Raras
são as organizações familiares com a percepção de que sua gestão deve objetivar
valorização e liquidez patrimonial. Qualquer deliberação de gestão deveria ser
condicionada à avaliação positiva dos efeitos para com o valor e a
vendabilidade do negócio. Alto lá!...
dirá a maioria dos familiares, “minha empresa não está à venda, nem tenho a
intenção de fazê-lo”!
Aqui
cabem três contra argumentos: ao longo do tempo poderá haver mudança de
opinião; fatores internos ou externos fora do controle ou da vontade dos
acionistas poderão obrigar a venda da empresa; o andar da carruagem pode
sugerir a futura abertura do capital o que na prática é uma venda parcial da
companhia.
Similar
à nossa casa na qual fazemos manutenção para mantê-la vendável mesmo sem a
intenção de vendê-la, nosso objetivo deve ser manter nossas empresas
valorizadas e com liquidez patrimonial. A consciência estratégica é que só
poderemos vender o que alguém quer comprar e pelo preço que este está disposto
a pagar. Quem dá as cartas nessa relação é o comprador!
Valor
é uma variável mercadológica, baseada em percepção. Este é um dos desafios das
empresas familiares: como fazer para que o patrimônio continue valorizado,
produtivo e passível de ser vendido. Requer ações proativas e de tecnicidade
societária e gerencial, cuja ausência é responsável pela maioria de histórias
trágicas ao invés das histórias mágicas.
*Sócio-fundador
e Leading Partner da Strategos - Strategy & Management, fundador e
coordenador da Orchestra - Soluções Empresariais / strategos.telmo@orchestra.com.br.
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