Sobre
o pronunciamento de final de ano da presidente Dilma Rousseff, Fabio Arruda
Mortara diz que as sugestões e críticas do empresariado não são uma guerra
psicológica. “Isto é democracia”!
O
empresário Fabio Arruda Mortara, presidente da Associação Brasileira da
Indústria Gráfica (Abigraf), diz respeitar, mas não concorda com a afirmação da
presidente Dilma Rousseff, na sua mensagem de Ano Novo, de que há setores de
atividade instilando insegurança e fazendo guerra psicológica. “O que vários
segmentos vêm fazendo, em especial da indústria de transformação, é buscar um
diálogo franco, aberto e transparente com o governo, numa tentativa de
demonstrar os danos provocados pela perda de competitividade da manufatura e
alguns equívocos da política econômica”.
Para
Mortara, “a crítica construtiva e o diálogo são positivos, reforçam
institucionalmente a democracia brasileira e contribuem para a correção de
rumos”. Ele explica que a perda paulatina da capacidade de competir, que atinge
numerosos setores da manufatura, agrava-se ante alguns problemas mais recentes:
o péssimo resultado da balança comercial em 2013; o fator agregado a este do saldo
bastante negativo das transações em contas correntes nas operações do Brasil
com o exterior; e as dúvidas do mercado quando aos ajustes fiscais do Governo
Federal. “Tudo isso, somado à infinita postergação das reformas política,
tributária, previdenciária e trabalhista, conspira contra a retomada dos
investimentos e a favor do aprofundamento das desconfianças”.
O
presidente da Abigraf lembra que o Brasil ainda desfruta de certos indicadores
positivos, remanescentes de alguns bons momentos de sua economia nos últimos
anos: taxa de desemprego dentre as menores do mundo; reservas cambiais em torno
de US$ 400 bilhões; saúde do sistema financeiro; e mercado consumidor ampliado
pelo bem-sucedido processo de inclusão e ascensão socioeconômica. “Entretanto, estamos
colocando tudo isso em risco. É em busca de soluções que os empresários e as
entidades de classe querem dialogar com o governo. Isto é democracia e não
guerra psicológica”.
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