O
uso de tablets em sala de aula em substituição aos livros impressos tem se
tornado uma realidade para muitos alunos de escolas particulares. No caso do
uso do equipamento, os estudantes acessam livros digitais. A estimativa da
presidenta da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), Amábile
Pacios, é que 30% das escolas privadas de todo o país adotam de alguma forma o
tablet em sala de aula.
“Está
ocorrendo uma interface entre o uso concomitante do livro eletrônico e o de
papel. É uma tendência abandonar o livro didático, já que o livro eletrônico
tem vantagens sobre o impresso. Um tablet carrega todos os livros e cadernos e
permite interatividade, atualização, o que não ocorre com a versão impressa”,
diz.
O
Colégio Sigma, de Brasília, começou adotar os tablets em 2012, no primeiro ano
do ensino médio. Este ano, o colégio irá formar a primeira turma que terá usado
o equipamento durante todo o ensino médio. Professor do Sigma e integrante do
núcleo editorial da Editora Geração Digital, Eli Carlos Guimarães diz que o
grande diferencial do uso do tablet é a possibilidade de apresentar a matéria
de forma mais rica com interatividade e uso da internet, o que facilita a
aprendizagem.
“Inclusive
os alunos resolvem mais as tarefas de casa, a prática de resolução de exercício
é maior do que entre os que não usam tablet, talvez até pela curiosidade”,
acrescenta. Ele cita ainda como vantagem a portabilidade que permite ao
estudante se deslocar com todo o conteúdo de estudo.
Há
quem tenha restrições a esse modelo. O presidente da Associação de Pais e
Alunos de Instituições de Ensino do Distrito Federal, Luis Cláudio Megiorin,
diz que existem pais que têm demonstrado apreensão com a possibilidade de
substituição total dos livros impressos e consideram que pode ficar mais
difícil controlar quando o filho está realmente estudando no tablet e quando
está usando para diversão.
“As
escolas deveriam investir mais em laboratório. Não e só colocar o mundo digital
dentro da sala de aula que vai resolver o problema de atrair mais a atenção dos
estudantes. É preciso associar mais a teoria à prática”, avalia Luis Cláudio.
Ele argumenta que há colégios que estão elaborando apostilas digitais e ainda
não há como medir o impacto desse material na aprovação dos estudantes no
vestibular.
Quando
o assunto é o valor que os pais têm que desembolsar para comprar os tablets,
tanto a presidenta da Fenep, Amábile Pacios, quanto o professor do Sigma Eli
Guimarães dizem que o investimento é compensado pela economia com a aquisição
dos livros impressos. Os pais, no entanto, precisam pagar pela aquisição do
conteúdo digital.
“Um
tablet de 1,2 mil a 1,3 mil comporta o material necessário. Quando se analisa o
preço do equipamento e o conteúdo que ele compra ao longo de três anos, fica
mais barato [que comprar os livros impressos ao longo dos três anos]. Além
disso, temos que considerar que o tablet pode ser usado para mais coisas”, diz
Guimarães.
Luis
Cláudio Megiorin discorda. “Não fica mais barato. O mesmo que se gasta no
ensino médio em livro de papel, se gasta com o digital, não reduz. A diferença
está indo para o lucro”, diz.
Fonte: Agência Brasil - 17/01/14
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