Por Fábio Sabbag, editor da GRAPHPRINT
Acabei de chegar
da 22ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que acontece entre 9 e 19 de
agosto no pavilhão de Exposições do Anhembi. Com o tema “Livros transformam o
mundo, livros transformam pessoas”, o evento mostra uma programação abrangente,
mesclando literatura com diversão, negócios, gastronomia e cultura.
O visitante pode vivenciar
as principais editoras, livrarias e distribuidoras do país. São cerca de 480
expositores participantes que apresentarão, para provavelmente 800 mil
visitantes , seus mais importantes lançamentos em um espaço total de 60 mil m².
Não resisti à tentação e coloquei o chip do cartão – crédito e débito – para funcionar. Lá, é possível comprar livros por R$ 10,00. Evidentemente a unidade. Há livros infantis por R$ 1,00 se é que esse valor ainda existe no Brasil.
Notei, ao menos,
dois expositores chineses. Curioso, perguntei qual era o motivo da apresentação
na feira. Num inglês que beira o incompreensível, o chinês disse:
- Estamos `ploculando’
quem precisa de impressão. Você conhece?
- Não, respondi
instantaneamente.
O mais engraçado vem
agora. Uma garotinha de uns três anos de idade sai gritando pelo estande com um livro na mão:
- Mãe…mãe…passa o
dedo aqui e sente o pelo da galinha.
Calmamente, a mãe
explica que galinha não tem pelo, e sim pena. A galinha em questão fora
impressa com o efeito flocagem. Mesmo assim, noto, tanto na mãe como na criança,
o olhar surpreso direcionado ao livro.
Cá entre nós, atentamente
preso ao dialogo entre filha e mãe, consigo escutar outra pérola da criança:
- O urso que vive
dentro desse livro tem o pelo branquinho, branquinho. Ele não se suja mãe?
Sem dar tempo
para a mãe processar a informacão, a criança sai com essa:
- Queria ser esse
urso que não precisa tomar banho!
Esperta, a mãe
sente que é o momento certo para comprar o livro.
O impresso,
acompanhei ao vivo, fez a criança conhecer o ‘pelo` da galinha e ter contato próximo com o urso
polar. Apresente-me uma tecnologia que tenha esse poder?
Já em outro
estande, após escolher alguns títulos, escuto a conversa de uma senhora, creio
eu, 50 e lá vai pedrinha de anos, falando ao celular:
- Comprei o livro
Piratas do Caribe.
Silêncio para o
outro lado da linha falar.
- Que filme nada.
É um livro chamado Piratas do Caribe. É um livro, não DVD, dos Piratas do
Caribe da América do Sul.
Confesso que eu
parei de ler o prefácio, da minha futura aquisição, e prestei ainda mais
atenção na conversa.
O outro lado da
linha deve ter dito algo assim como: Piratas do Caribe da América Sul?
Devolve a senhora:
- Sim, é um livro que tem na capa Evo Morales, Rafael Correa, Fidel Castro e
Hugo Chavez. Seu nome é Piratas do Caribe – O eixo da esperança. Entendeu?
Tá bom, comprei o
livro também. Por 10 reais.
São duas
histórias que tive o prazer de acompanhar. Sinceramente fiquei contente. Enquanto
o livro aliado aos recursos gráficos e acabamentos diferenciados toma porrada
pela frente, vejo, ao mesmo tempo, pessoas, das mais diversas idades,
interagindo com o papel.
E a Bienal comprova
o poder da leitura. Opção é o que não falta. Lá, é possível conhecer o “pelo da
galinha”, “explorar os novos piratas do caribe” e, de quebra, acompanhar via
aplicativo - por meio de tablet ou smartphone – as novidades do evento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário