Quer saber mais sobre esse estilo?
Leia abaixo o texto do cearense Manuel Moreira Júnior, que explica, em formato de cordel, as origens, a evolução e os principais expoentes desse gênero literário.
Eu resolvi escrever
Um cordel sobre CORDEL
Porque o cordel tem sido
Meu companheiro fiel
E pra tirar do leitor
Alguma dúvida cruel.
O cordel em minha vida
Esteve sempre presente;
Esteve, está e estará
Na vida de muita gente!
Comigo ele sempre foi
Um professor excelente.
É que nasci no sertão
Onde havia pouca escola.
Por lá os divertimentos
Eram: um joguinho de bola,
Forrós, vaquejadas e
Versos ao som da viola.
E as leituras de folhetos
Dos poetas do sertão.
Quando aparecia um,
Os jovens da região
Se reuniam e atentos
Ouviam a narração.
Pois o povo era sensível,
E apesar de ser pacato,
De ter pouca informação
E de residir no mato,
A leitura de folhetos
Foi sempre o grande barato.
Era comum na fazendo
A gente se reunir
Ao redor de uma fogueira
Pouco antes de dormir
Para ler versos rimados,
Cantar e se divertir.
O Pavão Misterioso,
Coco Verde e Melancia
E o de Pedro Malazarte
A gente com gosto lia.
E se emocionava
Com cada autor que surgia.
É isso que eu penso. Mas
Preparo pra brevemente
Um outro cordel que trata
De viola e de REPENTE,
Essa arte popular,
Difícil, que agrada a gente
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