O
fim da majoração das alíquotas do imposto de importação incidentes sobre cem
produtos – entre eles, seis tipos de papel utilizados para impressão – é uma
boa notícia para a indústria gráfica, mas não põe fim aos problemas enfrentados
pelo setor.
Na avaliação da Associação Brasileira da Indústria Gráfica
(Abigraf), a decisão do governo de não renovar a sobretaxa a partir de 1º de outubro,
anunciada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, repercutirá pouco no preço
final dos produtos, já bastante pressionados, tanto pela desvalorização cambial
quanto pela atual pressão de mercado e concorrência acirrada.
A
sobretaxação entrou em vigor em outubro de 2012 e elevou as tarifas de
importação de alguns itens de 14% para 25%, em média. No último trimestre de
2012, o custo dos papéis empregados pela indústria gráfica subiu 2,5%, segundo
dados do IPA-FGV. “O agravo das tarifas de importação contribuiu para esse
resultado, mas seu fim não será suficiente para diminuir o preço final dos
produtos, principalmente diante do atual ajuste da taxa de câmbio”, diz
economista Zeina Latif, consultora do Departamento Econômico da entidade.
O
recuo na sobretaxação desses seis tipos de papel foi uma das reivindicações do
Manifesto à Nação lançado pela Abigraf em julho, com bandeiras que visam a
recuperação da competitividade do setor.
“Já enfrentamos forte concorrência dos
produtos e serviços gráficos importados de países emergentes, como a China, que
pagam mais barato pela matéria-prima e pela mão de obra e ainda entram no País
livres do ônus de contribuições como PIS e Cofins. Precisamos que o Governo aja
positivamente para não penalizar ainda mais o segmento com medidas que geram
insegurança no empresariado, que, apesar das dificuldades, continua investindo
no mercado interno e na modernização do parque gráfico brasileiro”, declara o
presidente da entidade, Fabio Arruda Mortara.
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