Não
é novidade que, para ocupar um lugar de destaque no mercado, é importante ser
competitivo. Isto significa: ter preço, qualidade e produtividade. A maioria
das empresas vem agindo em cada uma dessas frentes há um bom tempo.
Mas, diante
dos novos desafios que se agigantam em nível global, a palavra de ordem agora é
INOVAÇÃO. Se inovar faz parte do velho mandamento de determinados segmentos da
economia, como o de tecnologia, por exemplo, agora atinge um novo patamar.
É
preciso inovar produtos, serviços, processos de produção, de logística e até
mesmo métodos de gestão. Ou seja, tudo o que se faz na empresa, sempre com foco
nas necessidades dos clientes e nos processos de valor do negócio (core
business processes).
Existem
dois tipos de inovação: radical e incremental. O primeiro trata do
desenvolvimento de produtos, serviços ou processos que levam a mudanças
significativas das práticas existentes.
Geralmente, modifica o modelo de
negócios vigente. O segundo tipo diz respeito a melhorias contínuas em produtos
ou processos. Geralmente, representam pequenos avanços nos benefícios e não
chegam a modificar de forma expressiva como o produto é consumido.
Está
claro que inovações radicais se impõem sobre inovações incrementais, mas é
preciso dar valor a ambas – já que, enquanto as radicais causam grande impacto,
as incrementais são mais rápidas e ocorrem em maior volume, promovendo pequenas
mudanças e ajustes em produtos e processos. Nos dois casos, entretanto, é
importante chamar atenção para cinco cuidados que devem ser tomados ao iniciar
um programa de inovação:
1. Garantir que executivos e principais
líderes estejam articulados com o programa;
2. Identificar produtos e processos-chave
para o negócio;
3. Desenvolver estratégia de implantação e
objetivos de longo prazo para a iniciativa. De preferência, a estratégia e os
objetivos devem ser desenvolvidos por um colegiado de alto nível da
organização;
4. Comunicar exaustivamente a iniciativa
para ‘toda’ a organização;
5. Contar com uma estrutura mínima para
suportar a iniciativa.
Para
que o processo de inovação não se transforme em um programa de sugestões que
sobrecarregue a organização – sem levar exatamente a resultados palpáveis –, é
importante que seja conduzido por equipes multifuncionais, focadas nos
objetivos principais. O primeiro passo é mapear os principais processos do
negócio (core business processes), medindo o rendimento (output) para conhecer
sua eficiência. Sem isso, é impossível classificar e quantificar as melhorias
provenientes das inovações. Outro passo importante é garantir a estabilidade
dos processos, levando em consideração que a forma como são executadas as
atividades deve ser padronizada – caso contrário, os dados ou informações
obtidas desses processos não serão bem aproveitados em novas iniciativas,
exigindo retrabalho.
Com
relação à cultura organizacional, antes de dar o chute inicial no programa é
fundamental garantir que a empresa tenha uma cultura interna que valoriza a
criatividade e novas ideias. Cabe aos gestores checar se a organização estimula
a comunicação e a troca de conhecimento.
Como
o desenvolvimento de inovações costuma ocorrer por meio de projetos, é
importante garantir subsídios para uma boa gestão – já que a principal função
dos projetos é organizar atividades que vão transformar ideias de inovação em
realidade. Ter total domínio de técnicas de gestão de projetos, portanto, é
ponto fundamental para qualquer processo de mudança.
Por
fim, é necessário que se estabeleçam formas para mensurar o impacto da inovação
na empresa. Os gestores devem estar aptos a estabelecer os indicadores-chave de
desempenho para iniciativas dentro da empresa, influenciando preço, qualidade,
produtividade e competitividade.
*Consultor e especialista em Melhoria
Contínua, instrutor do Six Sigma Academy & Company (USA), professor de
Gestão da Qualidade do CEA (Centro de Estudos Automotivos), da FEI e FGV. Atuou
como diretor de Qualidade e Implementação de Six Sigma na Ford América do Sul e
foi diretor e fundador do Six Sigma Institute-Brasil
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