Desde
o sucesso de "O Filho Eterno", de 2007, o escritor Cristóvão Tezza
não enfrenta a escrita de um romance, que exige fôlego. "Cuidei apenas de
algumas sonatas, como considero Um Erro Emocional e Beatriz, meus livros
seguintes. Agora, estou me dedicando novamente a uma sinfonia", brinca
ele, revelando estar próximo de encerrar sua próxima obra, "O
Professor". "Gosto desse título - é enigmático", completa, sem
entrar em detalhes.
O
livro deve ser lançado em 2014, ano em que a editora Record pretende relançar
outros títulos do autor catarinense, como "A Suavidade do Vento" (de
1991). Mas a grande novidade é o acordo que Tezza firmou com a Amazon, gigante
que atua na internet, para uma nova edição de obras cujos direitos voltaram
para ele, como "Ensaio da Paixão" (1982). "Foi um negócio
compensador, pois me ofereceram um bom adiantamento - e ainda o acordo saiu
rápido, sem grandes empecilhos", conta o escritor, que também acertou com
a empresa a venda digital de contos soltos - sem a necessidade de o leitor adquirir
o livro completo.
Eis
um dos primeiros passos da empresa de venda digital, que pretende entrar no
Brasil também com venda física. Pelo menos outros nove escritores, entre eles
Luiz Ruffato, já acertaram os direitos de publicação de alguma de suas obras
esgotadas ou cujos direitos não pertencem mais a determinada editora. Um avanço
que a Amazon não encontra em países como Alemanha e França.
Desde
o início da Feira do Livro de Frankfurt, na terça-feira, seus principais
organizadores e participantes fizeram questão de manifestar seu apoio à leis
que fixam o preço dos livros, evitando que gigantes como Amazon, Apple e Google
desmobilizem a concorrência pedindo valores mais baixos por seus produtos.
"Essas empresas dominam a logística, mas não são editoras e nem têm paixão
pela edição de um livro", declarou Jurgen Boos, diretor da Feira de
Frankfurt. "São máquinas eficientes em fidelizar a clientela e, além de
dominar o comércio, controlam também os suportes de leitura, deixando, com
isso, os leitores em suas mãos."
"A
ideia é boa, mas não sei ainda se funcionaria no Brasil", comenta Sônia
Jardim, presidente do Sindicato Nacional de Editores, o Snel. "Temo que a
discussão, ao se tornar política, ganhe adendos que não vão favorecer o mercado
editorial." Ela se lembra, por exemplo, da existência de um lobby para que
se aprove uma lei de reserva para os quadrinhos nacionais. "O risco é o
mercado ser inundado por HQs ruins só para se cumprir a cota."
Pedro
Herz, presidente da cadeia de livrarias Cultura, também opta pela prudência.
"Cabe ao livreiro estipular o desconto no preço para tentar atrair mais
consumidores. Até hoje, todos trabalharam com margens compatíveis", disse
ele, desaprovando a tática de empresas como Amazon. "Elas querem destruir
os concorrentes e não disputar lugar."
Fonte:
Paraná Online - 11/10/13 - http://www.blogdogaleno.com.br/2013/10/15/em-frankfurt-editoras-defendem-livro-com-preco-fixo
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