Levantamento
do Sebrae-SP aponta que 1.400 empresas paulistas podem deixar o sistema
simplificado em 2013
Não
é só o crescimento real das empresas que faz os pequenos negócios deixarem o
Simples Nacional.
A alta da inflação e aumento de custos também colocam muitas
empresas próximo ao teto de R$ 3,6 milhões do regime tributário diferenciado,
que garante aos empresários pagarem de uma só vez vários tributos: IR, IPI,
PIS, Confins, ICMS, entre outros.
De
acordo com levantamento do Sebrae-SP, estima-se que em, 2013, 1,4 mil empresas
paulistas de pequeno porte (EPP) superariam o limite de faturamento anual de R$
3,6 milhões e 20 mil microempresas (ME) ultrapassariam o teto de faturamento
anual de R$ 360 mil, passando a ser EPP.
Os
dados relevam que, após superar o teto do Simples e migrar para outros regimes
tributários, as empresas podem chegar a pagar cerca de 40% a mais de impostos.
Com o aumento da carga tributária, o empresário tem medo de prosperar.
“Para
fugir da tributação mais alta, ele chega a frear o negócio ou abre outras
empresas com CNPJs diferentes ou simplesmente parte para a informalidade”, afirma
Bruno Caetano, diretor-superintendente do Sebrae-SP.
Caetano
ainda observa que o ideal seria a atualização anual das faixas de faturamento
passíveis de enquadramento no Simples Nacional. A última revisão do teto
ocorreu no começo de 2012.
“Hoje, o limite de faturamento anual é de R$ 3,6
milhões, valor que já está defasado e está tirando muitas empresas desse
benefício tributário. Muitas vezes, a mudança de regime cria um abismo
tributário com elevação da carga dessas empresas”, ressalta.
Outra
informação importante para o empresário é não tentar esconder o aumento da
receita bruta da empresa para não sair do Simples Nacional. Paulo Melchor,
consultor do Sebrae-SP, alerta que o fisco federal, estadual e municipal atuam
em conjunto na fiscalização.
“O empresário tem que ter a consciência que não
vale a pena correr o risco. Hoje a nota fiscal eletrônica, cupom fiscal,
operações com cartão de débito e crédito, declarações eletrônicas, são
ferramentas que permitem o cruzamento dos dados de faturamento”.
O
Sebrae-SP e a Secretaria da Micro e Pequena Empresa discutem no momento a
revisão do Simples Nacional.
A proposta de atualização prevê a ampliação das
categorias que podem ser incluídas no regime tributário tendo como único
critério para definir a entrada o faturamento, e não o ramo de atividade.
Atualmente, ficam fora do Simples profissionais como médicos, advogados,
representantes comerciais, corretores de seguros, entre outros.
Levantamento
A
pesquisa do Sebrae-SP considerou inflação 5,58% para o INPC-IBGE - fonte:
Boletim Focus do Banco Central de 4/10/13 e um crescimento real de 3% para o
faturamento das micro e pequenas empresas em 2013.
Atualmente,
segundo a Receita Federal do Brasil, o número de optantes pelo Simples no
Estado de São Paulo é de mais de 2,2 milhões de pessoas.
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