Deitada e ajeitada sobre o leito da Prensa, vai agora poisar sobre o fólio virgem a forma xilogravada, toda entalhada no buxo centenário pelas mãos artistas dos gravadores.
Mais tarde à madeira sucede-se o metal.
É o quadro gótico, depois o romântico, sabiamente composto em letras a dignidade do artífice, enobrecido por uma profissão ao serviço da inteligência.
Desce o fuso pelo prelo, comprimindo vigorosamente a chapa sobre a folha virgem.
E o verbo se fez carne. E surge, na alvura imaculada do papel, a aparição dum desenho negro de arabescos, a tecer em rendas de palavras a filigrana do pensamento.
- Trecho do livro "Da famosa Arte da Imprimissão(1948)" de autoria de Américo Cortez Pinto e parte do acervo do historiador paranaense David Carneiro
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