Fundada em 1967, a Gutenberg conta hoje com um portfólio centralizado nas impressoras japonesas Komori, além dos equipamentos para CtP, guilhotinas e acabamento de diversos fabricantes europeus. Entre vários bons assuntos, Klaus Tiedemann, diretor da Gutenberg, revela que a empresa se equivocou ao não entrar, no começo do ano 2000, no mercado de consumíveis.
De acordo com Tiedemann, a Gutenberg sempre achou que deveria se concentrar num segmento, ou seja, no de equipamentos. “Optamos em nos manter no segmento de equipamentos, mas a situação mundial, incitada pela crise em 2008, não permite uma forma única de atuar”, observa Tiedemann.
Claramente, o diretor da Gutenberg explica que a empresa atravessou, sim, uma fase conturbada e suas vendas de máquinas se reduziram em função do mercado. Corte de funcionário houve também, tudo estudado para reconduzir a empresa aos patamares ideais de sustentabilidade e eficiência.
Ao agregar a linha de consumíveis, tanto para offset como para digital, a Gutenberg, de acordo com seu comandante, retoma as rédeas de seu próprio negócio. E, de forma inédita, se reinventa apoiada na prosperidade.
Durante a entrevista, ficou no ar a grande possibilidade de parceria com uma fabricante mexicana de tintas. A empresa em questão – o nome não fora revelado – possui grande penetração no mercado americano, mas na America Latina ainda precisa de um parceiro forte. Aguardem cenas do próximo capítulo, mas deleitem-se com os fatos narrados por Tiedemann a seguir.
“Basicamente, o caminho é a linha de consumíveis. Tínhamos outra opção que era lidar com máquinas usadas importadas, pois, nesse momento, está muito acessível adquiri-las da Europa. Mas sabemos que esse caminho não favorece o desenvolvimento do Brasil. No quesito tintas podemos estabelecer uma joint-venture com uma fabricante de tintas mexicana que ainda não tem penetração na América Latina, mas que proporciona produtos de primeira linha.”
Por Fábio Sabbag - Editor da Revista GRAPHPRINT
Revista GRAPHPRINT: Os sopapos econômicos mundiais ecoaram na estrutura da Gutenberg?
Tiedemann: A Gutenberg sempre procurou representar impressoras e todas as máquinas que uma gráfica necessita. Sempre contamos com um portfólio completo da pré-impressão ao acabamento.
Em 1998, a Gutenberg deixou de representar a Heidelberg, pois a fabricante alemã resolveu se estabelecer no Brasil. Hoje, contamos com um portfólio novo, centralizado nas máquinas impressoras da Komori. Há ainda guilhotinas, CtP, acabamento, ou seja, tudo o que o gráfico precisa. Portanto, nosso portfólio considera máquinas europeias e muitas máquinas asiáticas de alta qualidade. As impressoras japonesas, por exemplo, são líderes de mercado, atualmente. Em linhas gerais essa é a trajetória da Gutenberg. Sempre adequamos o tamanho da empresa às situações econômicas do Brasil. Por isso, percorremos altos e baixos. Um bom exemplo é que, seguindo a tendência nos anos 80, quando a importação ficou complicada, fizemos a fábrica da A.Ulderigo Rossi. Dificuldades existem para serem vencidas; é preciso estar atento e adaptar-se ao momento. Em determinadas situações do País, é claro, o trabalho é facilitado e, em outras, fica mais complicado.
“Passamos por um processo de reformulação. O número de vendas de máquinas foi reduzido. Estávamos acostumados a vender, antes da crise, 60 máquinas ao ano e esse número caiu pela metade. Isso, obviamente, causou impacto negativo na Gutenberg, que sempre foi uma empresa concentrada na venda de equipamentos. Agora, então, agregamos serviços ao entrarmos no mercado de consumíveis. Relutamos, pois achávamos que uma empresa tem de se concentrar num segmento e optamos em ficar no de equipamentos. Mas a situação claramente não permite tal escolha. “
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