A
Copa do Mundo de 2014, que ocorrerá simultaneamente em diversos estados
brasileiros, de 12 de junho a 13 de julho, já movimenta o mercado editorial.
Para se adequar ao período de jogos em suas 12 sedes – entre elas Porto Alegre,
que terá partidas no estádio Beira-Rio – a rede de ensino pública e privada
antecipou o seu calendário. Nesta segunda-feira, as aulas nas escolas
particulares do Estado estão sendo retomadas, enquanto na rede estadual
começarão em 24/02. Já na rede municipal de Porto Alegre, deve se iniciar em
26/02. Isso fez com que muitas famílias fossem às compras de livros, cadernos e
outros itens escolares nas últimas semanas. Apesar dos comerciantes reforçarem
seus estoques, no entanto, as vendas do segmento ficaram abaixo do esperado em
janeiro.
Para
a gerente de vendas da Casa do Papel, Michele Azambuja, a comercialização
desses produtos foi comprometida pelos feriados de final de ano, que caíram em
dias de semana. O aumento de 16% nas vendas de janeiro passado é considerado
baixo pela gerente, que conta ter obtido alta de 30% no mesmo período do ano
passado. “Se descontar a abertura da nova loja, o crescimento foi de apenas
10%, em relação ao início de 2013”, relata a profissional. Mesmo com a alta do
dólar e a inflação do período, a gerente diz não ter ocorrido uma grande
elevação nos itens básicos. “Tentamos manter os preços para não haver um
impacto tão grande para o cliente”, explica ela, esperando movimento intenso em
fevereiro e no início de março, logo depois do Carnaval.
Já a
Papelaria Brasil informa não ter percebido alteração na procura por material
escolar até agora. “Poucas pessoas antecipam as compras, por mais promoções que
se faça”, relata o diretor da empresa, André Luz, comentando que a greve dos
rodoviários de Porto Alegre também afetou significativamente as vendas no
período. Em relação aos preços, o diretor diz que diversos produtos tiveram
aumento entre 5% e 10%, o que acredita ser apenas uma atualização da inflação.
Indústria gráfica sofre com carga
tributária
O
presidente da Abigraf Nacional, Fábio Arruda Mortara, conta que a entidade
busca a isenção de IPI e alíquota zero de PIS e Cofins para os materiais
escolares gráficos. “A tributação abusiva de itens básicos para a educação traz
efeitos perversos para toda a sociedade”. A entidade segue de perto a
tramitação do projeto de lei 6705/2009, que prevê esses benefícios para os
materiais escolares fabricados no país, e o projeto de lei 122/2013, que propõe
a criação do Cartão Material Escolar, que permitiria a transferência direta de
recursos aos beneficiados do Bolsa Família, por meio de um sistema exclusivo para
compra de material escolar em estabelecimentos credenciados.
Mortara
conta que foram importadas 24 mil toneladas de livros em 2013, o que equivale a
US$ 168 milhões. “Parte dessas importações presumivelmente foi de didáticos,
que entraram no país com alíquota zero de PIS e Cofins, beneficiando-se de uma
concessão tributária feita em 2004. É uma distorção que nos coloca em franca
desvantagem”, observa.
De
acordo com o presidente da Associação Nacional de Livrarias, Ednilson Xavier,
os livros didáticos tiveram aumento entre 8% e 10% em janeiro, em relação ao
mesmo período de 2012. A alta é explicada pela Associação Brasileira de
Editores de Livros Escolares (Abrelivros) devido à desvalorização do real ante
o dólar e o encarecimento da produção, que utiliza equipamentos e papéis
importados.
Fonte: Abigraf-RS
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