Fonte: Por Gabriela Bazzo / SP /
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Itens
fundamentais na lista de material escolar, os livros didáticos sofreram um
aumento entre 8% e 10% no seu preço em relação ao ano passado, segundo a ANL
(Associação Nacional de Livrarias).
A
alta, de acordo com a Abrelivros (Associação Brasileira de Editores de Livros
Escolares) pode ser explicada pela desvalorização do real ante o dólar Ð como
papel e equipamentos são importados, o processo de produção ficou mais caro.
A
Abrelivros não faz o acompanhamento dos preços praticados pelas editoras, mas diz
que historicamente o aumento costuma seguir a inflação. "É possível que,
neste ano, diante do preço da matéria-prima, haja um comportamento
díspar", explica o presidente da associação, Antonio Luiz Rios da Silva.
O
IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial do país, fechou
2013 em 5,91%. Gastos com educação ajudaram a puxar o índice para cima, com
alta de 7,94%.
Segundo
o presidente da ANL, Ednilson Xavier, o governo é o principal comprador de
livros didáticos no Brasil e, por isso, exige descontos altos. Segundo ele, as
editoras colocam uma "gordura" no preço final. "O consumidor é
quem acaba pagando a conta", comenta.
De
acordo com a ANL, o livro didático custa em média R$ 150. Na Livraria Cultura o
exemplar mais barato custa R$ 8,90 e o mais caro R$ 180.
Segundo
a associação, enquanto a editora oferece entre 75% e 80% de desconto para o
governo, o abatimento máximo no preço para as livrarias é de 30%. "Se o
livreiro tem 5% de lucro no livro didático é muito", comenta Xavier.
Segundo
Silva, o desconto concedido pelas editoras ao governo condiz com o volume de
livros comprados e com o processo logístico da operação. Quando os livros são
vendidos para o governo, os Correios se responsabilizam por retirar o material
nas editoras. Já nas vendas particulares, a distribuição pelo país é de
responsabilidade das editoras.
Por
meio do PNLD 2014 (Programa Nacional do Livro Didático), que compra livros para
escolas públicas de todo o Brasil, o governo investiu mais de R$ 1 bilhão na
compra de mais de 137 milhões de exemplares. O valor médio pago em cada um foi
de R$ 7,63.
A
Abrelivros ainda não dispõe dos dados referentes ao ano letivo de 2014. Em 2012
foram vendidos 18,3 milhões de livros didáticos ao mercado privado, por um
preço médio de R$ 52.
Abaixar
os preços do material, para Silva, comprometeria a cadeia de produção. "As
margens das editoras não são muito grandes e exigem investimento",
explica.
Diante
dos preços, alguns pais e escolas buscam alternativas para diminuir o impacto
da lista escolar no orçamento.
O
Colégio Franciscano Nossa Senhora Aparecida, em São Paulo, organiza um evento
anual de troca de livros. Segundo a escola, a maioria dos 1.500 alunos
divididos entre ensino fundamental e médio traz o material escolar para a
troca, que acontece em dezembro.
A
iniciativa garantiu a José Carlos Oliveira Silva uma economia de 90%. Seu
filho, que estuda no 8º ano do colégio, conseguiu oito dos nove livros pedidos
na lista durante as trocas.
"Precisei
comprar apenas um livro de português que mudou a edição, paguei R$ 98 com
desconto", conta ele, que diz ainda que a média de preço dos livros
solicitados era de R$ 106.
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